35754-Revista FCDEF - Faculdade de Desporto da Universidade do ...
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ORADORES CONVIDADOS<br />
ta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s níveis médio e eleva<strong>do</strong> porque as crianças incluí<strong>da</strong>s<br />
no nível inferior (com menor dispêndio energético) têm i<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
significativamente menores que aquelas incluí<strong>da</strong>s nos outros<br />
níveis estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s. As comparações entre os grupos foram feitas<br />
através <strong>da</strong> Anova e <strong>do</strong> teste <strong>de</strong> Scheffe. Os resulta<strong>do</strong>s foram<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s significativos para p £ .05.<br />
Apresentação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s<br />
A análise <strong>do</strong> quadro 1 mostra que, em termos gerais, entre os 4<br />
e os 10 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, os rapazes são mais activos que as raparigas.<br />
O maior dispêndio energético masculino po<strong>de</strong> explicar a<br />
maior frequência <strong>de</strong> ingestão semanal <strong>de</strong> alimentos, nomea<strong>da</strong>mente<br />
<strong>do</strong>s grupos <strong>de</strong> hidratos <strong>de</strong> carbono, <strong>de</strong> proteínas e <strong>de</strong><br />
fast food. Comparativamente, as raparigas ingerem mais vegetais,<br />
produtos lácteos e bebi<strong>da</strong>s.<br />
Quadro 1. Valores <strong>de</strong> média, <strong>de</strong>svio padrão, mínimo e máximo para a<br />
globali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> amostra masculina e feminina.<br />
Verificamos, através <strong>da</strong> análise <strong>do</strong> quadro 2, referente ao grupo<br />
<strong>de</strong> EDE que, em ambos os sexos, são as crianças incluí<strong>da</strong>s no<br />
subgrupo <strong>de</strong> nível mais eleva<strong>do</strong> que vêem mais televisão,<br />
jogam mais computa<strong>do</strong>r e <strong>do</strong>rmem mais horas por semana. A<br />
ingestão total <strong>de</strong> alimentos é igualmente maior nas crianças, <strong>de</strong><br />
ambos os sexos, que integram o nível mais eleva<strong>do</strong> <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong><br />
EDE. No entanto, os rapazes incluí<strong>do</strong>s no nível eleva<strong>do</strong> ingerem<br />
com maior frequência alimentos <strong>do</strong>s grupos Prhc, Ffood e<br />
Beb, sen<strong>do</strong> as crianças <strong>do</strong> nível médio as que comem com mais<br />
frequência Pveg, Plact e Prpa. No sexo feminino, as crianças <strong>do</strong><br />
nível mais eleva<strong>do</strong> apresentam uma frequência maior <strong>de</strong> ingestão<br />
semanal <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os grupos <strong>de</strong> alimentos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s,<br />
com excepção <strong>do</strong>s produtos lácteos cujo consumo é maior no<br />
nível médio.<br />
Em termos morfológicos, verificamos que os rapazes <strong>do</strong> nível<br />
mais eleva<strong>do</strong> são mais altos e pesa<strong>do</strong>s, têm uma maior lineari<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
maiores perímetros corrigi<strong>do</strong>s e um diâmetro bicôndiloumeral<br />
superior, sen<strong>do</strong> as pregas adiposas, o diâmetro bicôndilo-femoral<br />
e o IMC superiores nos rapazes <strong>de</strong> nível médio.<br />
Contu<strong>do</strong>, as diferenças entre os níveis médio e eleva<strong>do</strong> não<br />
apresentam significa<strong>do</strong> estatístico. As raparigas <strong>de</strong> nível médio<br />
são mais <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s em termos morfológicos, em relação às<br />
<strong>do</strong>s outros <strong>do</strong>is níveis, com excepção <strong>do</strong> IPR que é superior no<br />
nível mais eleva<strong>do</strong>.<br />
Em relação ao grupo <strong>de</strong> BDE, verificamos que, em termos<br />
gerais, em ambos os sexos, são as crianças <strong>do</strong> nível mais eleva<strong>do</strong><br />
que <strong>de</strong>dicam mais horas por semana a activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que<br />
implicam maior dispêndio energético (só existem diferenças<br />
significativas entre o nível médio e o eleva<strong>do</strong> na variável Actfr),<br />
que apresentam uma maior ingestão semanal <strong>de</strong> nutrientes<br />
(sen<strong>do</strong> significativas as diferenças encontra<strong>da</strong>s entre os níveis<br />
médio e eleva<strong>do</strong>, para a ingestão Ffood em ambos os sexos e <strong>de</strong><br />
<strong>Revista</strong> Portuguesa <strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong> <strong>Desporto</strong>, 2004, vol. 4, nº 2 (suplemento) [15–102]<br />
Pveg nas raparigas) e que são morfologicamente mais <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s<br />
(quadro 3).<br />
Quadro 2. Valores <strong>de</strong> média, <strong>de</strong>svio padrão e nível <strong>de</strong> significa<strong>do</strong><br />
referentes ao grupo <strong>de</strong> eleva<strong>do</strong> dispêndio energético (EDE)<br />
para o sexo masculino e feminino.<br />
No sexo masculino, existem diferenças significativas entre o<br />
nível eleva<strong>do</strong> e os outros <strong>do</strong>is níveis para a Alt, Peso, IMC e<br />
perímetros corrigi<strong>do</strong>s.<br />
Quadro 3. Valores <strong>de</strong> média, <strong>de</strong>svio padrão e nível <strong>de</strong> significa<strong>do</strong><br />
referentes ao grupo <strong>de</strong> baixo dispêndio energético (BDE)<br />
para o sexo masculino e feminino.<br />
Em ambos os sexos, são as crianças <strong>do</strong> nível eleva<strong>do</strong> que ingerem<br />
maior quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> nutrientes <strong>do</strong>s grupos Ffood e Beb.<br />
Ain<strong>da</strong> em relação ao nível eleva<strong>do</strong>, os rapazes consomem mais<br />
Prhc e as raparigas mais Prpa. As crianças que integram o<br />
grupo médio apresentam, em ambos os sexos, uma maior<br />
ingestão <strong>de</strong> Pveg e <strong>de</strong> Plact.<br />
Discussão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s<br />
Os rapazes parecem ser mais activos que as raparigas quan<strong>do</strong><br />
avaliamos os gastos em activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer e activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s organiza<strong>da</strong>s<br />
(Strauss et al., 2001; Kemper et al., 1999; Matos et al.,<br />
2003; Mota & Silva, 1999; Center for Disease Control and<br />
Prevention, 2003; Vilhjalmsson & Kristjans<strong>do</strong>ttir, 2003).<br />
Contu<strong>do</strong>, as tarefas <strong>do</strong>mésticas que constituem uma importante<br />
fonte <strong>de</strong> dispêndio energético (Bénéfice et al., 2001;<br />
Chadwick & Fragoso, in Press) mais uma vez não foram contabiliza<strong>da</strong>s.