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Teoria de Perturbações Invariantes de Calibre em ... - CBPFIndex

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V<strong>em</strong>os agora que o aparato não está mais <strong>em</strong> um único estado|φ i > a partir do<br />

qual possamos ler um valor <strong>de</strong> a i . Ele está na realida<strong>de</strong> <strong>em</strong> uma superposição<br />

<strong>de</strong> estados associados a diferentes valores <strong>de</strong>sse observável. Numa tal situação<br />

teríamos algo como uma interferência entre “ponteiros” no aparelho <strong>de</strong> medida, o<br />

que obviamente não ocorre. Rigorosamente, não há n<strong>em</strong> mesmo um único a i a ser<br />

lido, visto que o próprio sist<strong>em</strong>a não está <strong>em</strong> um auto-estado associado a um único<br />

a i . Tampouco po<strong>de</strong>mos agora pensar no aparato como “<strong>de</strong>sconectado” do sist<strong>em</strong>a<br />

sob medida, já que o estado que <strong>de</strong>screve o sist<strong>em</strong>a completo não é um produto<br />

tensorial <strong>de</strong> estados associados a cada uma <strong>de</strong> suas partes separadamente.<br />

O ponto <strong>de</strong> vista adotado pela interpretação <strong>de</strong> Copenhagen é <strong>de</strong> que, <strong>em</strong> princípio,<br />

o aparato não <strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong>scrito pela mecânica quântica. O aparato experimental,<br />

mesmo sendo um sist<strong>em</strong>a físico composto por átomos, <strong>de</strong>ve s<strong>em</strong>pre ser<br />

analisado pelas leis da mecânica clássica. Isso, <strong>em</strong> princípio, resolve o probl<strong>em</strong>a<br />

da superposição <strong>de</strong> estados na equação, b<strong>em</strong> como a questão da in<strong>de</strong>pendência entre<br />

o aparato e o sist<strong>em</strong>a. A pergunta sobre qual o valor <strong>de</strong> a i a ser indicado pelo<br />

aparato clássico se resolve então através do postulado 6. No processo <strong>de</strong> medida,<br />

segundo esse postulado, o sist<strong>em</strong>a colapsa para um particular estado|ψ i > associado<br />

a um particular auto-valor|a i >, sendo esse o valor encontrado na medida <strong>de</strong><br />

A.<br />

A razão <strong>de</strong> tal colapso e o momento exato <strong>em</strong> que ele ocorre são questões não<br />

respondidas nessa abordag<strong>em</strong> da mecânica quântica. Nota-se, <strong>em</strong> particular, que<br />

esse colapso não é <strong>de</strong>scrito pela lei dinâmica básica postulada pela teoria, a equação<br />

<strong>de</strong> Schroedinger, não sendo então unitário. Nota-se também que, se repetirmos a<br />

medida <strong>em</strong> um sist<strong>em</strong>a i<strong>de</strong>nticamente preparado, nada nos garante que o resultado<br />

da medida será novamente o valor a i . Tudo o que a teoria t<strong>em</strong> a nos dizer é que <strong>em</strong><br />

um número suficient<strong>em</strong>ente gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong>A, a frequência <strong>de</strong> a i será dada<br />

por|| 2 . No entanto, a razão pela qual é obtido um particular valor a i e<br />

não outro <strong>em</strong> cada medida são questões não respondidas, n<strong>em</strong> mesmo num nível<br />

conceitual, nesta abordag<strong>em</strong> da mecânica quântica.<br />

Toda essa situação é extr<strong>em</strong>amente insatisfatória do ponto <strong>de</strong> vista conceitual.<br />

Em primeiro lugar, não é confortável pensar que uma teoria que pretenda ser a<br />

teoria fundamental na <strong>de</strong>scrição do comportamento <strong>de</strong> átomos e moléculas precise<br />

pressupor uma classe <strong>de</strong> objetos que, apesar <strong>de</strong> formados por esses mesmos<br />

átomos e moléculas, não são por ela <strong>de</strong>scritos. Essa situação se torna ainda mais<br />

insustentável se pensarmos que po<strong>de</strong>mos utilizar um segundo aparato experimental<br />

para efetuar medidas sobre o primeiro, que passaria então a ser a<strong>de</strong>quadamente<br />

<strong>de</strong>scrito pela mecânica quântica apenas pela mudança <strong>de</strong> instrumento <strong>de</strong> medida<br />

para objeto medido, uma mudança que não existe <strong>de</strong> fato, já que <strong>em</strong> qualquer das<br />

situações <strong>de</strong>scritas o objeto <strong>em</strong> questão está <strong>em</strong> interação com outro sist<strong>em</strong>a físico,<br />

a distinção entre “medido” e “medidor” não tendo nada além <strong>de</strong> um caráter subjetivo.<br />

Altamente insatisfatória é também a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se postular um colapso da<br />

função <strong>de</strong> onda para po<strong>de</strong>r dar sentido ao resultado do processo <strong>de</strong> medida. Tal<br />

colapso, como já comentamos acima, não é <strong>de</strong>scrito pela equação <strong>de</strong> Schroedinger<br />

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