Teoria de Perturbações Invariantes de Calibre em ... - CBPFIndex
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Po<strong>de</strong>-se mostrar que tal algoritmo reproduz os resultados experimentais, tanto<br />
quanto a interpretação <strong>de</strong> Copenhagen. A discussão <strong>de</strong>sse ponto nos levaria muito<br />
longe <strong>de</strong> nosso objetivo. Ao leitor interessado recomendamos o livro <strong>de</strong> Peter Holland<br />
[33].<br />
Um ponto muito importante na interpretação <strong>de</strong> Bohm é a existência dos chamados<br />
nós, que são <strong>de</strong>finidos como as regiões on<strong>de</strong> R=0. Comoψse anula nestes<br />
pontos, S fica aí in<strong>de</strong>finido. Como consequência, as trajetórias não po<strong>de</strong>m passar<br />
por estas regiões. Na prática, isso significa que uma partícula que inicialmente se<br />
encontre entre tais regiões ficará aí confinada, a menos é claro que a subsequente<br />
evolução t<strong>em</strong>poral <strong>de</strong>ψleve tais nós a <strong>de</strong>ixar<strong>em</strong> <strong>de</strong> existir.<br />
Um outro aspecto que merece ser comentado aqui é a existência das chamadas<br />
ondas vazias, que são funções <strong>de</strong> onda que não estão associadas a nenhuma partícula.<br />
Tais ondas surg<strong>em</strong> quando a função <strong>de</strong> onda é composta pela superposição <strong>de</strong><br />
vários pacotes, <strong>de</strong> tamanho finito e que não possu<strong>em</strong> superposição apreciável espacialmente.<br />
Nesse caso, surg<strong>em</strong> vários nós, entre os diferentes pacotes, e, uma<br />
partícula que esteja <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um <strong>de</strong>stes pacotes ficará lá confinada. Dessa forma<br />
todos os outros pacotes estarão literalmente vazios, ou seja, s<strong>em</strong> nenhuma partícula.<br />
A relevância <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> situação é <strong>de</strong> que como no ponto on<strong>de</strong> se encontra a<br />
partícula os outros pacotes que compõ<strong>em</strong> a função <strong>de</strong> onda são <strong>de</strong>sprezíveis, a<br />
função <strong>de</strong> onda efetivamente atuante sobre a partícula será o próprio pacote que a<br />
contém. Dessa forma, a dinâmica da partícula será <strong>de</strong>terminada apenas por esse<br />
pacote, ou seja, tudo se passa como se as ondas vazias tivess<strong>em</strong> sido efetivamente<br />
<strong>de</strong>sligadas, po<strong>de</strong>ndo ser completamente ignoradas, no que se refere à dinâmica da<br />
partícula, pelo menos enquanto durar o confinamento <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>ntro do pacote atual.<br />
Uma outra característica nova trazida por essa interpretação é a chamada <strong>de</strong>pendência<br />
<strong>de</strong> contexto. Classicamente, esperaríamos que, uma vez fixadas as<br />
condições iniciais e o potencial a que estão submetidas as partículas, as trajetórias<br />
<strong>de</strong>stas estariam univocamente <strong>de</strong>terminadas. Quanticamente, porém, 2 sist<strong>em</strong>as<br />
que possuam as mesmas condições iniciais para as partículas e o mesmo potencial<br />
po<strong>de</strong>m ainda diferir nas suas funções <strong>de</strong> onda. Como consequência, o potencial<br />
quântico será diferente e as trajetórias seguidas por essas partículas po<strong>de</strong>rão ser<br />
muito diferentes, apesar das mesmas condições iniciais e do mesmo potencial clássico.<br />
Por fim, comentamos sobre dois aspectos importantes do potencial quântico.<br />
Primeiramente, notamos <strong>de</strong> (2.13) que Q não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ψ, mas<br />
apenas <strong>de</strong> sua forma funcional. As consequências <strong>de</strong>sse fato serão <strong>de</strong> fundamental<br />
importância na análise <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> muitos corpos. Um outro aspecto importante<br />
se refere ao limite clássico da teoria: a partícula vai seguir uma trajetória clássica<br />
s<strong>em</strong>pre que Q pu<strong>de</strong>r ser <strong>de</strong>sprezado na equação (2.12). Dessa forma, t<strong>em</strong>os um<br />
critério único e claro sobre o limite clássico na interpretação <strong>de</strong> Bohm, contrariamente<br />
ao que ocorre na interpretação <strong>de</strong> Copenhagen.<br />
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