Teoria de Perturbações Invariantes de Calibre em ... - CBPFIndex
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No entanto, não as abordar<strong>em</strong>os <strong>em</strong> nosso trabalho, por ser o mesmo baseado apenas<br />
na interpretação <strong>de</strong> Bohm.<br />
2.2.3 Interpretação <strong>de</strong> Bohm da Mecânica Quântica<br />
Ao contrário da interpretação <strong>de</strong> Copenhagen, a interpretação <strong>de</strong> Bohm é uma<br />
interpretação ontológica, ou seja, nessa interpretação os processos físicos ocorr<strong>em</strong><br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> qualquer observador ou processo externo ao sist<strong>em</strong>a<br />
<strong>em</strong> estudo. Por isso já po<strong>de</strong>mos perceber que a interpretação <strong>de</strong> Bohm não apresenta<br />
a inconsistência com a cosmologia quântica apresentada pela interpretação<br />
<strong>de</strong> Copenhagen: para Bohm, po<strong>de</strong>mos dizer que o Universo existe por si só, s<strong>em</strong><br />
precisarmos supor qualquer tipo <strong>de</strong> processo físico ou observador externo a ele.<br />
Vamos então apresentar os postulados básicos <strong>de</strong>ssa interpretação:<br />
1. O sist<strong>em</strong>a físico é composto por uma função <strong>de</strong> ondaψ(⃗x, t) e por uma<br />
partícula que segue uma trajetória b<strong>em</strong> <strong>de</strong>finida⃗x(t).<br />
2. A dinâmica da função <strong>de</strong> onda é dada pela equação <strong>de</strong> Schroedinger<br />
3. A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, no instante t, a partícula estar <strong>em</strong> uma região d 3 x <strong>em</strong><br />
torno do ponto⃗x será<br />
|ψ(⃗x, t)| 2 d 3 x.<br />
Observe que pelo postulado 1 <strong>de</strong> Bohm, a função <strong>de</strong> onda existe como ente<br />
constituinte da realida<strong>de</strong> objetiva inerente aos processos físicos. Também a partícula<br />
existe e segue uma trajetória b<strong>em</strong> <strong>de</strong>finida.<br />
Tudo isso é contrário à interpretação <strong>de</strong> Copenhagen, que afirmava que tudo<br />
que se po<strong>de</strong> conhecer sobre o sist<strong>em</strong>a é o vetor|ψ> (<strong>de</strong> on<strong>de</strong> se obtém a função <strong>de</strong><br />
onda pela projeçãoψ(x, t)=< x|ψ(t)> nos “auto-estados” do operador <strong>de</strong> posição<br />
ˆX). Naquela interpretação a função <strong>de</strong> onda não tinha uma existência objetiva,<br />
servindo apenas como uma ferramenta <strong>de</strong> cálculo abstrata <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se obtinha a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>|ψ(x, t)| 2 . Tampouco tinha existência objetiva a partícula,<br />
sobre a qual qualquer afirmação só faria sentido no contexto <strong>de</strong> uma medida. Em<br />
particular, isso inviabilizava a existência <strong>de</strong> uma trajetória x(t).<br />
Para aplicarmos a interpretação <strong>de</strong> Bohm, vamos escrever a função <strong>de</strong> onda<br />
comoψ(x, t)=R(x, t)e ıS (x,t) on<strong>de</strong> R e S são funções reais. Imediatamente obt<strong>em</strong>os<br />
que a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> será R(x, t) 2 . Substituindo na equação <strong>de</strong><br />
Schroedinger para uma partícula não-relativística 6 :<br />
ı d 1<br />
ψ(x, t)=−<br />
dt 2m<br />
∂ 2<br />
∂x2ψ(x, t)+V(x, t)ψ(x, t)<br />
e separando as partes real e imaginária <strong>de</strong>ssa equação v<strong>em</strong>, após algumas manipulações<br />
algébricas,<br />
6 Por simplicida<strong>de</strong> vamos trabalhar com partículas não relativísticas <strong>em</strong> uma dimensão. A generalização<br />
para três dimensões ou para teoria <strong>de</strong> campos é trivial [53].<br />
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