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Teoria de Perturbações Invariantes de Calibre em ... - CBPFIndex

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e, <strong>de</strong> fato, a interpretação silencia sobre o que concretamente leva ao colapso da<br />

função <strong>de</strong> onda durante o processo <strong>de</strong> interação entre dois sit<strong>em</strong>as físicos, dos<br />

quais, subjetivamente, convencionamos chamar um <strong>de</strong> “instrumento <strong>de</strong> medida”. A<br />

interação do sist<strong>em</strong>a observado com o ambiente macroscópico que o cerca durante<br />

a medida po<strong>de</strong> levar à chamada “<strong>de</strong>scoerência” [48, 49, 50, 51, 52], on<strong>de</strong> os termos<br />

fora da diagonal da matriz <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> reduzida que <strong>de</strong>screve o sist<strong>em</strong>a se anulam,<br />

representando a eliminação da interferência entre diferentes auto-estados <strong>de</strong> um<br />

observável. Isso po<strong>de</strong>, <strong>em</strong> princípio, ser uma resposta à questão <strong>de</strong> porque após<br />

uma medida o aparato se comporta classicamente, s<strong>em</strong> fenômenos <strong>de</strong> interferência.<br />

Mas não respon<strong>de</strong> porque um <strong>de</strong>terminado auto-estado especificamente foi obtido.<br />

Por fim, a interpretação <strong>de</strong> Copenhagen é insatisfatória por dar um enfoque<br />

muito gran<strong>de</strong> ao processo <strong>de</strong> medida na formulação <strong>de</strong> seus postulados. S<strong>em</strong><br />

dúvida os processos que levam à obtenção <strong>de</strong> dados experimentais são da mais alta<br />

importância para uma teoria física, tanto no julgamento <strong>de</strong> se a mesma po<strong>de</strong> ser<br />

aceita como boa <strong>de</strong>scrição da natureza, como também como guias na formulação<br />

<strong>de</strong> novas teorias. No entanto, não é razoável admitir que o processo <strong>de</strong> medida faça<br />

parte explicitamente da formulação dos postulados <strong>de</strong> uma teoria, como ocorre<br />

com a interpretação <strong>de</strong> Copenhagen.<br />

Não obstante os probl<strong>em</strong>as apresentados, a interpretação <strong>de</strong> Copenhagen v<strong>em</strong><br />

sendo utilizada como interpretação padrão da mecânica quântica nos últimos 50<br />

anos. De fato, para fins <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> resultados experimentais não se po<strong>de</strong> negar<br />

o sucesso <strong>de</strong> tal formulação. Entretanto, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um observador externo<br />

ao sist<strong>em</strong>a <strong>em</strong> estudo para dar sentido à teoria inviabiliza o seu uso quando o objeto<br />

<strong>em</strong> estudo se constitui no próprio Universo, entendido como “tudo o que existe”.<br />

Também, a argumentação probabilística carece <strong>de</strong> sentido neste caso, pois não se<br />

po<strong>de</strong> falar <strong>em</strong> um “ens<strong>em</strong>ble <strong>de</strong> Universos”. E essa é justamente a situação encontrada<br />

na cosmologia quântica.<br />

Claro, po<strong>de</strong>r-se-ia argumentar que, a partir do momento <strong>em</strong> que todas as previsões<br />

da teoria se confirmam experimentalmente, não teríamos razões para questionar<br />

a sua valida<strong>de</strong>. Po<strong>de</strong>r-se-ia argumentar que todos os probl<strong>em</strong>as anteriormente<br />

apontados não passariam <strong>de</strong> concepções errôneas sobre a natureza <strong>de</strong> uma<br />

teoria física. Em particular, a inconsistência da mesma com a cosmologia quântica<br />

seria uma indicação da inviabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta última. No entanto, o papel da<br />

comunida<strong>de</strong> científica é o <strong>de</strong> analisar todas as possibilida<strong>de</strong>s e selecionar <strong>de</strong>ntre<br />

elas a que melhor se a<strong>de</strong>qua aos fatos. Neste sentido, se for possível encontrar<br />

uma interpretação da mecânica quântica que reproduza igualmente todos os dados<br />

experimentais e não apresente as inconsistências e inconvenientes teóricos aqui<br />

apontados, será legítimo consi<strong>de</strong>rá-la como <strong>de</strong>scrição da natureza mais a<strong>de</strong>quada<br />

aos fatos e, portanto, preferível à interpretação <strong>de</strong> Copenhagen.<br />

Vamos então estudar uma interpretação alternativa da mecânica quântica, a interpretação<br />

<strong>de</strong> Bohm-<strong>de</strong> Broglie [31, 32, 33], ou interpretação causal, que <strong>de</strong> fato<br />

atinge tal objetivo. Outras interpretações exist<strong>em</strong>, tais como a interpretação <strong>de</strong><br />

vários mundos [24, 25], a mecânica quântica não linear [30] e a das histórias consistentes<br />

[23, 27, 28, 29], que também alegam atingir os objetivos acima <strong>de</strong>scritos.<br />

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