Anu-Pre e secao1 - Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
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_____ Segurança Pública<br />
Segurança Pública<br />
________ Criminalida<strong>de</strong> e Segurança Pública<br />
Alexandre M. A Diniz*<br />
Características Demográficas e Socioeconômicas<br />
2.62<br />
Introdução<br />
A violência urbana se constitui em um dos principais catalisadores do sentimento<br />
generalizado <strong>de</strong> insegurança pública. À reboque do paroxismo das ocorrências fatais, que têm<br />
assolado as diversas regiões metropolitanas brasileiras, o sentimento <strong>de</strong> insegurança muda<br />
hábitos e comportamentos.<br />
São inúmeros os estudos e pesquisas produzidas nos últimos anos, voltadas à busca pela<br />
compreensão do fenômeno da violência urbana e seus fatores correlatos, quais sejam: a criminalida<strong>de</strong>, a<br />
atuação das polícias e o acesso à justiça. No entanto, são raras as pesquisas <strong>de</strong> opinião e estudos <strong>de</strong><br />
vitimização que permitam ao governo e a socieda<strong>de</strong> civil conhecerem com precisão as atitu<strong>de</strong>s da população<br />
em relação à violência e ao crime.<br />
Portanto, é objetivo <strong>de</strong>sta seção apresentar um conjunto <strong>de</strong> dados referentes à criminalida<strong>de</strong><br />
violenta e ao seu combate e contrastando-os com a percepção que os diversos segmentos da socieda<strong>de</strong> têm<br />
acerca da violência urbana e segurança pública. Buscou-se, então, apresentar um rápido diagnóstico<br />
espacializado dos principais tipos <strong>de</strong> ocorrências criminais e da percepção da população sobre segurança<br />
pública. Este relato se se circunscreve a duas importantes fontes <strong>de</strong> dados, a saber: as ocorrências registradas<br />
junto à PMMG ao longo do ano <strong>de</strong> 1996 e um survey sobre violência urbana e vitimização, produzido pelo<br />
Lumen Instituto <strong>de</strong> Pesquisas no ano <strong>de</strong> 1999.<br />
Ocorrências criminais<br />
A partir da análise dos mapas subseqüentes apresentados, nota-se que tanto a criminalida<strong>de</strong>,<br />
quanto o sentimento <strong>de</strong> insegurança da população não se encontram homogeneamente distribuídos pelas<br />
regiões administrativas do município. Controlando-se as populações <strong>de</strong> tamanho variado, percebe-se que,<br />
no geral, as taxas <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong> são mais elevadas nas regiões Centro Sul, Pampulha e<br />
Oeste. Nelas predominam as modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> crime contra o patrimônio e <strong>de</strong> trânsito. Coinci<strong>de</strong>ntemente,<br />
essas são as regiões administrativas que apresentam as maiores médias <strong>de</strong> renda (IQVU, 1994) e as maiores<br />
variâncias internas em relação a este quesito. Este dado sugere, portanto, que gran<strong>de</strong>s discrepâncias em<br />
relação à renda ocorrendo em áreas contíguas ten<strong>de</strong>m a exacerbar a incidência <strong>de</strong> crimes contra o patrimônio.<br />
Por outro lado, os crimes contra a pessoa aqui discutidos, apresentam uma distribuição diferenciada, sendo<br />
também expressivos nas regiões Norte e Venda Nova.<br />
Equipamentos <strong>de</strong> segurança pública<br />
A distribuição espacial do número <strong>de</strong> policiais e <strong>de</strong> viaturas da PMMG lotados em companhias<br />
localizadas nas várias regiões segue parcialmente as taxas das ocorrências dos crimes. Note-se que o maior<br />
efetivo e o maior número <strong>de</strong> viaturas da PM encontram-se, no mais das vezes, nas regiões mais violentas.<br />
Esses dados permitem uma outra análise interessante. Dividindo-se o número <strong>de</strong> policiais e <strong>de</strong> viaturas<br />
lotados por região, pelas populações resi<strong>de</strong>ntes, tem-se um outro quadro. A região Norte <strong>de</strong>staca-se como<br />
aquela que apresenta o maior número <strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ntes por policial. Em outras palavras, cada policial lotado na<br />
região Norte seria responsável pela segurança <strong>de</strong> 1.271 pessoas. Por outro lado, cada policial lotado na<br />
região Oeste seria responsável por 159 pessoas. Fazendo-se a mesma análise em relação ao número <strong>de</strong><br />
viaturas, nota-se que cada viatura lotada na região Venda Nova seria responsável pela segurança <strong>de</strong> 18.831<br />
habitantes, contra apenas 2.093 na vizinha Pampulha. No entanto, é importante pontuar que tanto policiais,<br />
quanto viaturas estão em constante <strong>de</strong>slocamento pela cida<strong>de</strong>, não se limitando, portanto, às regiões<br />
<strong>de</strong> lotação. Essas razões, no entanto, po<strong>de</strong>m influenciar a percepção <strong>de</strong> segurança pública da população<br />
*Professor do Departamento <strong>de</strong> Geografia do IGC/UFMG.