Anu-Pre e secao1 - Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
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Demografia<br />
Convém salientar, que os migrantes do fluxo BH-RRM <strong>de</strong>tinham um precário padrão sócioeconômico.<br />
O fluxo inverso, RRM-BH, além <strong>de</strong> ser pouco expressivo, guardava uma associação com a intensa<br />
conurbação metropolitana que vinha ocorrendo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 70, o que tanto permitia movimentos <strong>de</strong><br />
circularida<strong>de</strong>, entre trabalhadores familiarizados com o mercado <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> resi<strong>de</strong>ntes na<br />
periferia metropolitana, quanto tornava extremamente difícil a instalação <strong>de</strong> novos imigrantes <strong>de</strong> baixa<br />
renda nos espaços urbanizados ainda disponíveis no município. Assim, as evidências em Matos (1995) já<br />
apontavam que o fluxo BH-RRM era composto por um elevado número <strong>de</strong> indivíduos que fizeram migração<br />
repetida após tentar inicialmente a fixação no Core. Desta forma, a resultante econômica e social (baixo<br />
nível <strong>de</strong> renda e escolarida<strong>de</strong>) <strong>de</strong>sse importante movimento migratório assemelha-se, em gran<strong>de</strong> medida, à<br />
dos <strong>de</strong>mais fluxos <strong>de</strong> imigração que continuamente se dirigiam a <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.<br />
A propósito da magnitu<strong>de</strong> e expressão dos números acima examinados, convém observar que o<br />
“resto da região metropolitana” recebeu no período 1981/91, 477.224 imigrantes (dados não mostrados),<br />
dos quais a imensa maioria, 91,2%, é <strong>de</strong> origem intra-estadual (435.354 pessoas). Destes, quase a meta<strong>de</strong><br />
veio exclusivamente <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, na forma <strong>de</strong> “saldo” positivo nas trocas relativas ao último movimento<br />
migratório, ou seja, 213.292 pessoas, 49,0%. Evi<strong>de</strong>ntemente no município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> a<br />
situação mostrava-se diametralmente oposta, uma vez que <strong>de</strong> seus 268.456 imigrantes do período, apenas<br />
pouco mais <strong>de</strong> 16 mil vieram da periferia metropolitana.<br />
2.5<br />
Anos 70: outros fluxos e refluxos<br />
Os dados analisados para os anos 70 restringem-se ao gran<strong>de</strong> espaço sob a influência da<br />
capital mineira, a macrorregião <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, que, em 1980, agregava cerca <strong>de</strong> 70% da população<br />
mineira e incorporava algumas das principais cida<strong>de</strong>s do Estado.<br />
Pelos dados da Tabela 3 verifica-se que entre 1970 e 1980 a participação dos espaços centrais<br />
da macrorregião (<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e RRM) ampliou-se mais significativamente do que no período subsequente<br />
1980-1991. Além <strong>de</strong> um certo arrefecimento no crescimento populacional da macrorregião nos anos 80, com<br />
a provável redução do nível <strong>de</strong> perdas populacionais nos municípios <strong>de</strong> menor tamanho (taxas evoluem do<br />
negativo para o ligeiramente positivo), houve a diminuição do peso <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> na macrorregião.<br />
Acrescente-se que, refletindo também a mesma tendência, o aumento da participação do resto da região<br />
metropolitana nas últimas três décadas, parece começar a <strong>de</strong>clinar nos anos 80 (<strong>de</strong> 7,7% a 5,0%).