Anu-Pre e secao1 - Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
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_____ Indicadores <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano<br />
IQVU / IVS<br />
________ Experiência <strong>de</strong> construção e perspectivas <strong>de</strong><br />
aplicabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> índices e indicadores na gestão urbana<br />
da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida: uma síntese da experiência <strong>de</strong><br />
<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (Minas Gerais, Brasil)<br />
Maria Inês Pedrosa Nahas 1<br />
1. Introdução<br />
As condições <strong>de</strong> vida das populações em aglomerados urbanos vêm se tornando preocupação<br />
crescente <strong>de</strong> instituições, governos e organismos internacionais. O aprofundamento do processo<br />
<strong>de</strong> exclusão social e da pobreza, aliados aos gran<strong>de</strong>s problemas <strong>de</strong> habitação, transporte,<br />
infra-estrutura urbana e acesso a serviços, bem como à <strong>de</strong>gradação ambiental crescente nas<br />
cida<strong>de</strong>s provocada pelos impactos <strong>de</strong>correntes do processo <strong>de</strong> urbanização, vêm colocando em<br />
cheque a sustentabilida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>senvolvimento humano. Tal questionamento tem levado organismos<br />
internacionais a promover encontros e eventos visando equacionar os problemas comuns<br />
e <strong>de</strong>senvolver propostas <strong>de</strong> soluções, bem como torna prioritários estudos relativos à<br />
concentração da população em áreas urbanas.<br />
Um das preocupações centrais neste contexto refere-se à formulação <strong>de</strong> instrumentos que<br />
possam orientar a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> políticas públicas visando à melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida nas cida<strong>de</strong>s. Em<br />
especial, observa-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 70, o incremento da discussão em torno da necessida<strong>de</strong> da formulação<br />
<strong>de</strong> indicadores que sirvam <strong>de</strong> subsídio ao planejamento urbano no processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e ao<br />
monitoramento qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população.<br />
No campo dos estudos ambientais, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente<br />
Humano, em 1972, gerou iniciativas nesta direção, por parte <strong>de</strong> diversas organizações internacionais.<br />
Assim, logo após esta conferência, a Comissão Econômica da Europa juntamente com a Conferência dos<br />
Estatísticos Europeus, as Organizações <strong>de</strong> Estatísticas dos Estados Unidos do Canadá e o Escritório <strong>de</strong><br />
Estatística das Nações Unidas, produziram entre outros, um relatório <strong>de</strong>nominado “Estatística <strong>de</strong> Assentamentos<br />
Humanos”. Este contém proposições especificamente voltadas para o meio urbano, sobre as variáveis<br />
a serem consi<strong>de</strong>radas nas estatísticas ambientais e apresenta os tópicos <strong>de</strong> alta priorida<strong>de</strong> a serem<br />
consi<strong>de</strong>rados. Em 1990, a Conferência dos Estatísticos Europeus propôs a formulação <strong>de</strong> indicadores ambientais<br />
- e não mais estatísticas ambientais somente – e estabeleceu referências conceituais e metodológicas para<br />
a formulação <strong>de</strong>stes indicadores (Mueller, 1991). Des<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 80, entretanto, países <strong>de</strong>senvolvidos<br />
como o Canadá, Espanha e outros já fazem uso <strong>de</strong> indicadores ambientais para monitorar a qualida<strong>de</strong> ambiental<br />
no país ou para elaborar o perfil ambiental <strong>de</strong> regiões (Ministerio <strong>de</strong> Medio Ambiente,1996).<br />
No campo dos estudos sociais, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> indicadores vinculados ao meio urbano<br />
intensifica-se a partir <strong>de</strong> 1990, após a elaboração do Primeiro Relatório Internacional sobre o Desenvolvimento<br />
Humano pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (1992), que apresenta o IDH -<br />
Índice <strong>de</strong> Desenvolvimento Humano - composto por indicadores <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> educação e renda<br />
da população. Seu cálculo permitiu o estabelecimento <strong>de</strong> uma hierarquia entre 104 países, e, apesar <strong>de</strong><br />
tomar como área <strong>de</strong> abrangência espacial o país como um todo, a elaboração do IDH gerou iniciativas <strong>de</strong><br />
formulação <strong>de</strong> indicadores para avaliar as regiões <strong>de</strong> um país, os estados e, posteriormente, os municípios.<br />
No Brasil, observa-se em 1991, a elaboração do IDS - Índice <strong>de</strong> Desenvolvimento Social – que foi formulado<br />
para comparar as regiões brasileiras, empregando-se a mesma metodologia <strong>de</strong> cálculo e indicadores do IDH,<br />
naturalmente com adaptações conceituais e metodológicas (Rodrigues,1991).<br />
Indicadores <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano<br />
4.5<br />
1<br />
Profa. Dep. <strong>de</strong> Ciências Biológicas/PUC Minas – ms. Ciências Biológicas (UFRJ) - Consultora da SMPL/PBH – Coor<strong>de</strong>nadora técnica da elaboração do<br />
IQVU (1993-1996), Coor<strong>de</strong>nadora Geral da atualização do IQVU (1998-2000) e do projeto <strong>de</strong> elaboração do “Mapa da Exclusão Social <strong>de</strong> BH” (1997-<br />
1999). E-mail: minahas.bhz@terra.com.br