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Anu-Pre e secao1 - Prefeitura Municipal de Belo Horizonte

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_____ Economia e Áreas Metropolitanas<br />

________ Vantagens comparativas da área metropolitana <strong>de</strong><br />

<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> no contexto nacional *<br />

Maurício Borges Lemos**<br />

Clélio Campolina Diniz**<br />

Ativida<strong>de</strong>s Econômicas<br />

3.2<br />

1. Introdução<br />

O presente estudo procura analisar a dinâmica específica das áreas metropolitanas, aqui<br />

entendidas como espaços singulares e concorrentes, em que as questões micro espaciais ten<strong>de</strong>m<br />

a interagir com os problemas macro espaciais. Assim, em sua primeira parte, procura<br />

contextualizar a dinâmica da concentração urbana em gran<strong>de</strong>s centros e metrópoles, remetendo<br />

ao processo <strong>de</strong> globalização e abertura externa <strong>de</strong> economia brasileira. Na segunda parte,<br />

procura caracterizar, introdutoriamente, a dinâmica diferenciada das metrópoles brasileiras,<br />

com ênfase na reversão da polarização das área metropolitanas primazes (R. <strong>de</strong> Janeiro e S.<br />

Paulo). Na terceira parte, analisa o crescimento da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> metrópoles <strong>de</strong> Segunda linha,<br />

<strong>de</strong>stacando-se a reconcentração macro espacial e, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>la, o fortalecimento <strong>de</strong> algumas<br />

das metrópoles da região centro-sul. Na quarta parte, foca-se a análise na área metropolitana<br />

<strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e sua disputa pelo comando do macro espaço com as áreas metropolitanas<br />

concorrentes, com ênfase na comparação específica com Curitiba.<br />

2. Globalização, abertura externa e a importância da centralida<strong>de</strong> urbana<br />

O fenômeno contemporâneo <strong>de</strong>nominado globalização resultou do histórico processo <strong>de</strong> ampliação<br />

das relações econômicas internacionais. Este processo ganhou ímpeto a partir da segunda meta<strong>de</strong><br />

do século XIX, sendo posteriormente obstaculizado ou retardado por duas guerras mundiais e pela Crise <strong>de</strong><br />

1929. Passada a Segunda Guerra Mundial, o processo <strong>de</strong> integração mundial é retomado através do aumento<br />

do comércio, dos fluxos <strong>de</strong> capitais, <strong>de</strong> pessoas e informações, tendo como forças motoras a concentração<br />

dos capitais e o avanço tecnológico. A partir da década <strong>de</strong> 1970 são intensificados os fluxos <strong>de</strong> comércio e<br />

<strong>de</strong> capitais, adquirindo características novas oriundas da difusão da tecnologia da informação e da conseqüente<br />

generalização dos novos meios <strong>de</strong> comunicação (informática, telemática, internet, TV a cabo etc.),<br />

sob um ambiente <strong>de</strong> forte competição internacional. O processo <strong>de</strong> unificação européia, a partir da década<br />

<strong>de</strong> 1950, e seus sucessivos avanços e ampliações, ao aumentar o comércio intra-regional e fortalecer o<br />

bloco europeu, passou a pressionar outros países e regiões no sentido <strong>de</strong> se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem do protecionismo<br />

regional, criando novos blocos econômicos, a exemplo do ASEAN, NAFTA, MERCOSUL, entre outros, <strong>de</strong>monstrando<br />

uma situação paradoxal: globalização e regionalização como duas forças simultâneas e contraditórias,<br />

produto do mesmo processo (Dicken et all, 1995; Conti, 1995; Bonavero e Dansero, 1998).<br />

A melhoria do sistema <strong>de</strong> comunicações e o acesso imediato à informação, por sua vez, <strong>de</strong>u<br />

origem a um fenômeno novo que é a possibilida<strong>de</strong> da articulação do “local” ao “global”, sem a necessária<br />

mediação do nacional. Isto implica que, ao invés <strong>de</strong> homogeinização dos espaços econômicos mundiais ou<br />

nacionais, o processo <strong>de</strong> globalização po<strong>de</strong> aumentar as diferenças entre nações e regiões. São exemplos<br />

claros, a relativa marginalização da África no contexto da integração mundial, o próprio abandono econômico<br />

relativo <strong>de</strong> certas regiões americanas, com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que processo semelhante ocorra no Brasil.<br />

As mudanças estruturais da economia, com o aumento das ativida<strong>de</strong>s urbanas e dos serviços,<br />

muda as características do <strong>de</strong>senvolvimento. Reduz-se a importância relativa dos setores produtores <strong>de</strong> bens<br />

e aumenta-se a importância dos serviços. No Brasil, estima-se que o setor <strong>de</strong> serviços participa com 63% do<br />

PIB e mais <strong>de</strong> 50% do emprego. Historicamente, os serviços têm sido predominantemente produzidos e<br />

consumidos simultaneamente no mesmo local. No contexto da globalização, as mudanças tecnológicas,<br />

* A pesquisa básica que <strong>de</strong>u origem a este texto faz parte do projeto Competitivida<strong>de</strong> da Indústria Mineira, financiado pela Fe<strong>de</strong>ração das Indústrias <strong>de</strong><br />

Minas Gerais-FIEMG. Agra<strong>de</strong>ço ao Assistente <strong>de</strong> Pesquisas Clênio Chaves e ao bolsista Bernardo Palhares Campolina Diniz.<br />

**Professores Titulares do Departamento <strong>de</strong> Economia e do CEDEPLAR, FACE-UFMG.

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