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Anu-Pre e secao1 - Prefeitura Municipal de Belo Horizonte

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As <strong>de</strong>mais metrópoles possuem situação diferenciada. Fortaleza, além do bom <strong>de</strong>sempenho<br />

econômico e <strong>de</strong> uma imagem política positiva, polariza uma região pobre, o que amplia suas características<br />

<strong>de</strong> atração <strong>de</strong> migrantes. Brasília, cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maior renda per- capita do país, exerce forte atração sobre<br />

migrantes pobres, na busca <strong>de</strong> serviços sem qualificação. Goiânia possui gran<strong>de</strong> dinamismo econômico e<br />

exerce o papel <strong>de</strong> pólo <strong>de</strong> vasta área da agricultura do Centro Oeste. Além <strong>de</strong> capital estadual, vem ampliando<br />

seu parque industrial e exercendo forte atração populacional. Manaus transformou-se no gran<strong>de</strong> centro<br />

urbano da região, atraindo população <strong>de</strong> uma vasta área que compreen<strong>de</strong> praticamente toda a Amazônia<br />

Oci<strong>de</strong>ntal, embora tenha atualmente as indústrias <strong>de</strong> sua Zona Franca em crise.<br />

5. O papel da AMBH no comando do macro-espaço:<br />

a disputa com as regiões concorrentes<br />

5.1. A AMBH no espaço meso e macroregional: o paradoxo do dinamismo<br />

Em termos regionais, po<strong>de</strong>-se afirmar que a AMBH, aqui entendida como uma microregião<br />

<strong>de</strong>finida pela FIBGE, cumpre um importante e expressivo papel <strong>de</strong> polarização, esten<strong>de</strong>ndo sua influência<br />

para outras 12 micros contíguas, situadas na área central do estado <strong>de</strong> Minas Gerais. Em termos estritos,<br />

esta mesoregião constitui o núcleo primeiro e principal da economia do estado, configurando uma região<br />

plenamente integrada e dinâmica, a qual respon<strong>de</strong> por mais <strong>de</strong> 50% do PIB <strong>de</strong> Minas Gerais. Entretanto, para<br />

além da mesoregião <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, a influência da AMBH é limitada: incorpora tão somente o norte<br />

mineiro (Montes Claros), o nor<strong>de</strong>ste (Teófilo Otoni), o leste (Governador Valadares), o Vale do Aço e Divinópolis.<br />

As <strong>de</strong>mais mesoregiões do estado constituem área <strong>de</strong> influência do Rio <strong>de</strong> Janeiro (Juiz <strong>de</strong> Fora), São Paulo<br />

(Varginha, Itajubá e Uberlândia) e Brasília (Unaí).<br />

Vale dizer, no tocante à divisão das áreas <strong>de</strong> influência dos 11 macropólos nacionais, que a<br />

AMBH tem um entorno limitado, ficando restrita às seis mesoregiões mencionadas, as quais, tirante a<br />

própria AMBH, pouco significam no contexto economico-espacial brasileiro. Especificamente, o duopólo<br />

Brasília-Goiânia, Porto Alegre, Curitiba, ou mesmo Salvador têm um entorno com maior dimensão econômica<br />

do que <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Neste sentido, à primeira vista pareceria mais ou menos evi<strong>de</strong>nte que a situação<br />

<strong>de</strong>sta região assemelhar-se-ia à do Rio <strong>de</strong> Janeiro, cujo entorno é relativamente restrito e pouco dinâmico.<br />

No entanto, os dados e a análise <strong>de</strong>senvolvida nos itens anteriores mostram que esta região<br />

possui dinamismo e perspectivas <strong>de</strong> expansão, apesar da limitação geográfica da região polarizada pela<br />

AMBH. Com efeito, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 70 esta região vem crescendo não apenas acima da média nacional, mas<br />

também acima da maioria das regiões metropolitanas, especialmente São Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Porto Alegre<br />

e Recife. Entre 1985 e 1996, cresce 54,5%, abaixo apenas <strong>de</strong> Belém e muito superior à média das RMs (cerca<br />

<strong>de</strong> 32%) ou mesmo áreas reconhecidamente dinâmicas como Curitiba e Campinas (vi<strong>de</strong> Tabela 1). Este<br />

aparente paradoxo e as razões do surpreen<strong>de</strong>nte dinamismo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e sua competição com Curitiba<br />

serão melhor <strong>de</strong>talhados e explicados no item seguinte.<br />

Economia e Áreas Metropolitanas<br />

3.7<br />

5.2. <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e Curitiba: a competição dos macropólos mais próximos <strong>de</strong> SP e RJ<br />

Des<strong>de</strong> os anos trinta até o início dos anos sessenta, <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e Curitiba constituíam<br />

regiões apenas <strong>de</strong> importância mediana no contexto do <strong>de</strong>senvolvimento brasileiro. A primeira tendo como<br />

referência a base exportadora minerometalúrgica e um setor agropecuário estagnado e voltado predominantemente<br />

para o mercado interno, e a segunda tendo como ponto <strong>de</strong> partida uma agricultura <strong>de</strong> subsistência<br />

no sul e leste do Paraná e uma base exportadora centrada na exploração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, em extinção, e na já<br />

esgotada cultura do café, no norte, as quais davam sinal <strong>de</strong> escassa possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expansão além do<br />

permitido pela suas ativida<strong>de</strong>s básicas. Adicionalmente, a proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janerio tendia<br />

a impor um limite estreito para a criação <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> aglomeração urbano- industrial relevante.<br />

Assim, em 1960, <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> era apenas a quinta Área Metropolitana do país (Porto Alegre, terceira e<br />

Recife, quarta) e Curitiba a oitava; nos dias atuais <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é a terceira (em PIB e população) e<br />

Curitiba ten<strong>de</strong> a ser a quarta (em PIB) e a sexta em população.<br />

Na verda<strong>de</strong>, esta mudança na hierarquia das RMs, não po<strong>de</strong>ndo ser explicada pelo dinamismo<br />

<strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s básicas, só encontra explicação nas características peculiares do <strong>de</strong>senvolvimento regional<br />

brasileiro. Como já fora analisado inúmeras vezes, houve, <strong>de</strong> fato, a partir do início dos anos setenta, um<br />

amplo processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconcentração regional no Brasil, sustentado pelo gasto estatal, pela expansão da<br />

fronteira <strong>de</strong> recursos naturais, pelos incentivos fiscais e pelo aumento dos custos urbanos, isto é, pelo<br />

aumento das <strong>de</strong>seconomias <strong>de</strong> aglomeração em ritmo superior aos ganhos aglomerativos no Rio <strong>de</strong> Janeiro e<br />

em São Paulo.

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