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Anu-Pre e secao1 - Prefeitura Municipal de Belo Horizonte

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Por outro lado, diversos centros urbanos <strong>de</strong> porte intermediário vêm se equipando, favorecendo<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento do sistema urbano mediante a expansão <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s econômicas em regiões urbanas<br />

alternativas. Isto, por sua vez, atrairia novos investimentos sinalizando para outras especializações funcionais<br />

no território brasileiro, circunscrevendo segmentos econômicos intensivos em solo urbano, ou setores<br />

que prescin<strong>de</strong>m <strong>de</strong> tecnologia e ambientes urbanos sofisticados, ou aqueles mais diretamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

do consumo <strong>de</strong> bens correntes requeridos por contingentes populacionais dispersos.<br />

Para avançar nessa discussão torna-se indispensável visualizar no espaço geográfico a<br />

redistribuição dos fluxos migratórios focalizando as localida<strong>de</strong>s que mais participam como receptoras e<br />

emissoras. Os dados <strong>de</strong> população e, particularmente os <strong>de</strong> migração, são, portanto, fundamentais para o<br />

estudo das tendências <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconcentração-dispersão espacial da população no Brasil, não obstante as dificulda<strong>de</strong>s<br />

em produzi-los.<br />

Esse estudo procura mostrar algumas das tendências da migração em Minas Gerais nos períodos<br />

1970/91 e 1981/91 distinguindo os fluxos <strong>de</strong> concentração daqueles <strong>de</strong> caráter mais eminentemente dispersor.<br />

Observações metodológicas<br />

As unida<strong>de</strong>s espaciais <strong>de</strong> observação partem do suposto <strong>de</strong> que, em Minas Gerais, há uma área<br />

histórica <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> concentração populacional, o município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, e um outro conjunto <strong>de</strong><br />

áreas no resto do Estado, gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>las sob a influência da Capital, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> estar ocorrendo um<br />

processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconcentração espacial da população.<br />

Para a análise relativa à década <strong>de</strong> 70, <strong>de</strong>finiu-se um espaço sob a influência <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong><br />

mais abrangente que o dos municípios integrantes <strong>de</strong> sua região metropolitana. Nesse sentido, pareceu<br />

a<strong>de</strong>quado adotar, mediante poucas adaptações, a regionalização produzida pela Fundação João Pinheiro em<br />

1988, cujos critérios basearam-se no conceito <strong>de</strong> polarização e em teorias <strong>de</strong> localização. Assim, as regiões<br />

<strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, Barbacena, Divinópolis, Governador Valadares, Juiz <strong>de</strong> Fora, Montes Claros e Teófilo<br />

Otoni, formavam a macrorregião <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, espaço que agregava 446 municípios, os quais recebiam<br />

mais diretamente a influência da Capital. Para a montagem da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxos foi realizada uma <strong>de</strong>sagregação<br />

da macrorregião em quatro níveis. O primeiro se referindo ao município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (<strong>de</strong>nominado<br />

Capital ou Core); o segundo compreen<strong>de</strong>ndo o resto da região metropolitana (RRM); o terceiro nível, a<br />

“hinterlândia 1” <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (H1), reunindo os municípios com menos <strong>de</strong> 20 mil habitantes (50 mil<br />

para o período 1980/91) à exceção dos da região metropolitana; e o último, a “hinterlândia 2” (H2),<br />

incorporando os <strong>de</strong>mais municípios da macrorregião com mais <strong>de</strong> 20 mil habitantes (50 mil para o período<br />

1980/91). No caso dos dados do Censo <strong>de</strong> 1991 comparou-se <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> com todo o restante <strong>de</strong> Minas,<br />

utilizando a mesma regionalização da Fundação João Pinheiro com seus 14 pólos regionais.<br />

Ao longo do trabalho serão explorados alguns dos quesitos dos Censos Demográficos <strong>de</strong> 1980<br />

e 1991, apresentados em tabelas que sintetizam informações relativas ao formulário amostral (<strong>de</strong> 25% dos<br />

domicílios pesquisados em 1980 e 10% em 1991). Este trabalho procura adicionar algumas evidências sobre<br />

a <strong>de</strong>sconcentração espacial da população em Minas Gerais, consi<strong>de</strong>rando que a gênese <strong>de</strong>ste processo iniciou-se<br />

ainda nos anos 70.<br />

Demografia<br />

2.3<br />

As trocas populacionais <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> com a periferia metropolitana<br />

Com a intensificação do processo <strong>de</strong> urbanização e conurbação <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> com sua<br />

periferia metropolitana, as trocas populacionais envolvendo esses espaços aumentaram <strong>de</strong> forma impressionante<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 70, materializando o que alguns autores consi<strong>de</strong>ram o início (a primeira fase) <strong>de</strong> um<br />

amplo processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconcentração <strong>de</strong>mográfica.<br />

Tais trocas evi<strong>de</strong>ntemente privilegiam alguns municípios, sendo portanto seletivas, obe<strong>de</strong>cendo<br />

a fatores econômicos, sociais e geográficos. O fato é que alguns municípios, geralmente muito próximos<br />

<strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, têm recebido muito mais população <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> do que enviado.<br />

Para a região metropolitana po<strong>de</strong>-se exibir os dados sobre os movimentos migratórios da década<br />

<strong>de</strong> 70 (Censo Demográfico <strong>de</strong> 1980) e do período 1981/91 (Censo <strong>de</strong> 1991), apesar <strong>de</strong> seus limites terem<br />

se alterado recentemente. As tabelas em seqüência apresentam a RMBH composta por 18 municípios, e<br />

privilegiam os fluxos e refluxos com <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Em outras palavras, as tabelas trazem, em relação ao<br />

“resto da região metropolitana” (RRM), os dados <strong>de</strong> imigração e <strong>de</strong> emigração <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, mostrando<br />

ainda o resultado <strong>de</strong>sses dois fluxos, que <strong>de</strong>nominamos aqui <strong>de</strong> “saldo” 2 da migração <strong>de</strong> última etapa.<br />

2<br />

Utiliza-se o termo” saldo”, como sinônimo <strong>de</strong> diferença, subtração, algo bem distinto do conceito “saldo líquido migratório”, que tecnicamente envolve<br />

todos os movimentos migratórios, não apenas os <strong>de</strong> última etapa.

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