Resumos
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os animais com deficiência de Cx32 apresentaram redução no índice de<br />
proliferação celular, aumento da taxa de apoptose e da atividade necroinflamatória<br />
no tecido hepático. E conseqüente elevação nos níveis séricos<br />
das enzimas hepáticas. Atualmente sabe-se que as conexinas podem afetar<br />
o processo de morte celular por vários mecanismos envolvendo as junções<br />
comunicantes do tipo gap (Decrock et al., 2009). Jeong et al. (2000) estudaram<br />
os efeitos apoptóticos e necróticos da administração de cadmio no fígado de<br />
camundongos. O tratamento reduziu a comunicação pelas junções gap e a<br />
expressão das conexinas 26 e 32 no tecido hepático. Os autores relataram<br />
que os danos à homeostasia tecidual, provocados pela redução na<br />
comunicação intercelular, podem ser responsáveis por desencadear o processo<br />
apoptótico. O presente trabalho apresentou resultados semelhantes em relação<br />
ao aumento da apoptose perante a diminuição da comunicação intercelular<br />
nos animais Cx32 -/- . Ott et al. (2006) estudaram a incidência de apoptose no<br />
tecido hepático em camundongos knockout para as conexinas 26 e 32, os<br />
quais apresentaram aumento significativo em comparação aos animais wildtype.<br />
Marx-Stoelting et al. (2008) submeteram camundongos knockout para<br />
Cx32 ao carcinógeno hepático N-nitrosodietilamina e observaram aumento na<br />
apoptose. Apesar de estudos reportarem a ocorrência de apoptose no tecido<br />
cirrótico, os mecanismos permanecem obscuros (Kremer et al., 2009) e a<br />
influência das conexinas na apoptose dos hepatócitos envolvidos no processo<br />
cirrótico é pouco conhecida. Assim, o modelo de cirrose hepática nos animais<br />
Cx32 -/- demonstrou que esta deficiência influenciou as alterações morfológicas<br />
e funcionais sofridas pelos hepatócitos. Assim, o maior grau de lesões necroinflamatórias,<br />
aliado a um desequilíbrio entre as taxas de proliferação celular<br />
e de apoptose, promoveram uma maior deposição de colágeno em resposta<br />
à injúria celular.<br />
Animais deficientes em Cx43<br />
Fig. 1: (A) Wild-type; (B) Cx43 +/- . Fig. 2: Microscopia eletrônica de varredura.<br />
(A) Animal normal; (B) Wild-type; (C) Cx43 +/- . Fig. 3: Colororação de picrossírius<br />
e morfometria do colágeno. (B) Cx43 +/- , (C) Wild-type. Fig. 4: Análise<br />
histopatológica. (A) Wild-type; (B) Cx43 +/- . Hematoxilina-Eosina. Barra de escala<br />
= 20 m.<br />
Animais deficientes em Cx32<br />
Conclusão<br />
Pela primeira vez a função das conexina 32 e 43 foi avaliada no microambiente<br />
da cirrose hepática. Nós demonstramos que camundongos deficientes em<br />
Cx32 ou Cx43 apresentaram aumento na fibrose após indução de injúria<br />
hepática crônica por tetracloreto de carbono. No entanto, o aumento na<br />
deposição de colágeno no parênquima hepático observada em cada modelo<br />
animal foi desencadeado por mecanismos diferentes. Em conclusão, os<br />
resultados obtidos neste trabalho demonstram a importante participação da<br />
comunicação intercelular e a influência dos diferentes tipos de conexinas no<br />
controle da fibrose hepática. E por fim, a melhor compreensão destes<br />
mecanismos no processo de fibrogênese pode revelar novas ferramentas no<br />
controle e tratamento da cirrose hepática.<br />
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Fig. 1: Colororação de picrossírius e morfometria do colágeno. Barra de<br />
escala = 150 m. Fig. 2: Reação de imunofluorescência para colágeno tipo I.<br />
(A) Wild-type; (B) Cx32 -/- . Barra de escala = 50 m. Fig. 3: Quantificação de<br />
hepatócitos PCNA-positivos por mm² de tecido hepático. Fig. 4: Quantificação<br />
de corpúsculos apoptóticos por mm² de tecido hepático.<br />
ATIVAÇÃO DO RECEPTOR B1 DE CININAS PROTEGE FÍGADO DE FIBROSE<br />
Karina Maxeniuc Silva; Marcia Regina Nagaoka; Durval Rosa Borges; João<br />
Bosco Pasquero; Maria Kouyomdjian<br />
RESUMO<br />
As ações biológicas e os efeitos farmacológicos da bradicinina (BK) são<br />
mediados por dois receptores, um constitutivo (B 2<br />
R) e outro induzido (B 1<br />
R).<br />
No fígado, nós verificamos que a resposta hipertensiva portal à BK é mediada<br />
por receptores B 2<br />
, mas não por receptores B 1<br />
, tanto em ratos normais quanto<br />
naqueles submetidos a diferentes agentes de agressão hepática. Nesta última<br />
situação verificamos que há aumento da expressão de B 1<br />
R com a progressão<br />
para a cirrose. O objetivo deste trabalho é verificar se o B 1<br />
R está envolvido<br />
no processo de fibrogênese. Para tanto fibrose foi induzida em camundongos<br />
knockout de B 1<br />
R (KOB 1<br />
R) e selvagens com injeções intraperitoniais (ip) de<br />
CCl 4<br />
(6 semanas). Grupos controles receberam injeções ip de óleo pelo<br />
mesmo período. Após uma semana da última injeção, os fígados foram<br />
exanguinados, retirados, pesados e processados. A fibrose foi avaliada por<br />
análise histológica (coloração com Picrus-Sirius), e quantificada pelo programa<br />
AxionVision 4.5 da Carl Zeiss. A ativação das células estreladas, célulaschave<br />
na fibrogênese, foi estudada pela expressão de “heat shock protein”-<br />
47 (HSP 47) analisada por Western Blotting. A indução da fibrose com CCl 4<br />
foi<br />
obtida com sucesso nos camundongos selvagens e KOB 1<br />
R, com o tradicional<br />
padrão de formação de septos hexagonais. Pela análise morfométrica, a<br />
quantidade de colágeno (% da área total) nos animais KOB 1<br />
R-CCl 4<br />
(1,9 0,3,<br />
n=5) é significativamente maior (ANOVA, p = 0,006) que nos animais selvagens-<br />
CCl 4<br />
(1,0 0,2, n=7), bem como quando comparado com o respectivo controle<br />
S 15