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Felicidade-genuína-B.-Alan-Wallace

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em que pode se sentir relaxado e feliz.<br />

No entanto, aqui estamos, aprisionados na busca pela felicidade. Esta busca<br />

faz parte até mesmo da Constituição dos Estados Unidos como um direito. Mas,<br />

nesta busca, o que exatamente deveríamos buscar? Ótimos empregos, bons<br />

salários e casas bonitas são fontes de felicidade? O que o Buda deduziu de suas<br />

explorações é que nos fixamos a coisas e a outras pessoas que não são por<br />

natureza fontes de felicidade como se fossem. Investimos nossa vida nelas e<br />

então demandamos o retorno em felicidade. Fixar-se a algo que não é por<br />

natureza uma fonte real de felicidade, e ainda assim considerar como tal, é um<br />

imenso problema. Algumas pessoas são solteiras e estão convencidas de que ter<br />

um parceiro lhes traria a verdadeira e duradoura felicidade. Ter um cônjuge é<br />

uma fonte verdadeira de felicidade? Muitas pessoas casadas pensam que seus<br />

cônjuges são a verdadeira fonte de sofrimento. Portanto, ser solteiro não é uma<br />

fonte de felicidade e ter um cônjuge também não é uma fonte de felicidade.<br />

Com que frequência investimos os nossos esforços em um emprego ou em<br />

conseguir um certo tipo de casa? Investimos profundamente na esperança e na<br />

visão de que “é aí que reside a minha felicidade”. Mas a felicidade não está nos<br />

objetos à nossa volta. Lembre-se, um objeto pode catalisar felicidade, mas esse<br />

mesmo objeto pode levar ao sofrimento.<br />

De acordo com o budismo, esta vida humana da qual somos dotados é<br />

preciosa além de qualquer avaliação possível. Devido à nossa habilidade de<br />

buscar a virtude, a felicidade e a verdade, nossa vida não tem preço. Mas é assim<br />

que você encara sua vida? Quanto vale um dia da sua vida? Quanto você quer de<br />

troco por morrer um dia mais cedo? Cem dólares? Que tal mil dólares? Mais? E<br />

ainda assim muitos de nós pensamos que podemos desperdiçar tempo. O capital<br />

das nossas vidas é limitado. Isso é especialmente verdade para as fases boas, em<br />

que saudáveis e bem alimentados, sem termos que passar a maior parte do<br />

tempo apenas tentando sobreviver. Reflita sobre como você está investindo o seu<br />

precioso tempo. O que você está fazendo na busca pela felicidade?<br />

A terceira e talvez a mais profunda forma de colidir com a realidade é fixarse<br />

ao que não é “eu” ou “meu” como sendo “eu” ou “meu”. Conforme<br />

aplicamos a atenção plena a toda a gama de fenômenos, não detectamos nada<br />

além de aparências surgindo à mente – emoções, memórias, sentimentos,<br />

sensações físicas e pensamentos –, meras aparências. Estamos habituados a nos<br />

fixarmos a muitas delas como sendo “minhas”: os meus amigos, a minha<br />

família, a minha esposa, as minhas posses materiais, a minha reputação, o meu<br />

corpo, as minhas emoções, os meus desejos, os meus pensamentos, as minhas<br />

memórias e assim por diante. E nos fixamos ao nosso senso de identidade pessoal<br />

como um “eu” autônomo e real, que possui e frequentemente tenta controlar<br />

tudo o que considera “meu”. Em sua busca por autoestima, muitas pessoas<br />

tentam controlar tantas coisas e pessoas quanto possível, demonstrando a si

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