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Felicidade-genuína-B.-Alan-Wallace

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Eu experienciei esse tipo de compaixão de meus mestres budistas muitas<br />

vezes ao longo dos anos. Quando, aos 24 anos de idade, senti vontade de me<br />

retirar do treinamento filosófico que estava recebendo em um monastério budista<br />

tibetano tradicional em Dharamsala, o Dalai Lama gentilmente me encorajou a<br />

seguir o meu desejo de me dedicar inteiramente à meditação. Alguns anos mais<br />

tarde, quando senti que a minha vida como monge budista no Ocidente seria<br />

insustentável, ele gentilmente me permitiu devolver os votos monásticos, com a<br />

opção de me tornar um monge em outro momento da minha vida, caso fizesse<br />

essa escolha. Nessas décadas de prática espiritual, constatei repetidas vezes que<br />

os meus professores eram consistentemente compreensivos, imparciais e<br />

compassivos ao me guiarem no caminho da felicidade <strong>genuína</strong>. A bondade<br />

inabalável, bem como a sabedoria dos ensinamentos dos meus mestres, foi para<br />

mim uma fonte constante de inspiração e confiança nesse caminho.<br />

PRÁTICA<br />

Antes de meditar, traga à mente a sua mais elevada motivação, suas metas e<br />

aspirações mais significativas. Estabeleça o seu corpo em uma postura de<br />

conforto, quietude e vigilância. Lembre-se da sequência. Para essa sessão, com<br />

duração de um ghatika, deixe o seu corpo imóvel. Você trará imagens à mente,<br />

como reflexos em uma poça de água. Os reflexos são claros somente quando a<br />

água está calma. Faça três respirações exuberantes, profundas e completas,<br />

respirando pelas narinas, primeiro no abdômen, em seguida expandindo o<br />

diafragma e, finalmente, no tórax. Expire pelo nariz, de forma lenta, profunda e<br />

completa, por três vezes.<br />

Então, permita que essa mente que foi acionada de forma tão dura durante o<br />

dia descanse e se estabeleça novamente em um modo de simples consciência.<br />

Perceba as sensações táteis em todo o seu corpo. Se os pensamentos vierem,<br />

deixe apenas que flutuem sem aderir, sem fixar-se a eles. Libere-os como se<br />

estivesse aliviado, pensando: “Eu não preciso embarcar nesse trem.” Esteja<br />

consciente de sua respiração. No início da próxima inspiração, conte<br />

mentalmente de forma breve: “Um.” Então, em um estado de consciência<br />

simples, continue a prestar atenção na respiração, contando até 21.<br />

Agora, vamos colocar em cena novamente o poder da imaginação. Passe<br />

desse modo de simples consciência, para longe da mente quieta, e acione os<br />

poderes do pensamento criativo. Começaremos pelo corpo. Se preferir, afirme a<br />

si mesmo – como hipótese de trabalho, se não for algo que você tenha<br />

experimentado de forma direta – a pureza essencial da sua consciência. Essa<br />

dimensão da consciência é livre de estruturas conceituais, primordialmente pura

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