Felicidade-genuína-B.-Alan-Wallace
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terminologia budista, “agitação” não se refere a todos os estados mentais<br />
agitados, mas especificamente àqueles que são induzidos pelo anseio, pelo desejo<br />
e pelo apego. Por que desejamos ou ansiamos por alguma coisa? Pela<br />
expectativa de que nos trará felicidade! Porém, se a bem-aventurança já está<br />
presente, não há motivo para agitação. Nessa mesma categoria de obstáculos<br />
está listada a culpa. O remorso verdadeiro pode ser saudável. Pode nos levar a<br />
um maior equilíbrio mental e a interações harmoniosas com os outros. Se você<br />
foi ríspido com outra pessoa, sentir remorso e querer corrigir o seu modo de agir<br />
é uma boa coisa. Mas o remorso também pode se transformar em vergonha e<br />
culpa obsessivas, e, quando isso acontece, obstrui a prática espiritual de forma<br />
geral e, em particular, o cultivo da estabilização meditativa. O seu antídoto<br />
natural é a bem-aventurança. Não é possível se sentir culpado quando a mente<br />
está saturada de felicidade. Um dos dois precisa partir.<br />
O quinto fator da estabilização meditativa é a atenção unifocada. Aqui, a<br />
mente está relaxada, estável e viva, livre dos desequilíbrios da lassidão e<br />
agitação. Essa atenção unifocada neutraliza naturalmente o desejo ardente que<br />
vem de um sentimento de desejo, inadequação, e insatisfação. Quando a atenção<br />
está perfeitamente equilibrada em um único foco, o desejo pela estimulação<br />
sensorial desaparece. A mente está tão bem afinada que não necessita de uma<br />
fonte externa para o seu bem-estar ou satisfação. Torna-se a sua própria fonte de<br />
alegria e satisfação. Essa é uma mente saudável e é um fundamento<br />
indispensável para se engajar em práticas de insight para explorar a natureza da<br />
realidade como um todo.