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Felicidade-genuína-B.-Alan-Wallace

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lamas encarnados. Um dos meus principais professores, o contemplativo tibetano<br />

Gen Lamrimpa, era simplesmente um monge tibetano, havendo sido ordenado<br />

ainda criança no Tibete, estudando na Índia e passando as últimas décadas de sua<br />

vida em meditação intensiva. Ele faleceu no outono de 2003 e, após a cessação<br />

de sua respiração e de seus batimentos cardíacos, permaneceu na clara luz da<br />

morte por cinco dias. A sua vida e a sua morte foram uma inspiração para todos<br />

os seus alunos, no Oriente e no Ocidente.<br />

Conheci Gen Lamrimpa em 1980, quando estava em um retiro solitário de<br />

cinco meses nas montanhas acima de Dharamsala, praticando sob a orientação<br />

de Sua Santidade o Dalai Lama. Um velho amigo meu, Jhampa Shaneman,<br />

permitiu que eu me mudasse para sua cabana de retiro que não estava sendo<br />

usada no momento. Essa cabana se situava em um conjunto de cabanas de<br />

meditação ocupadas por experientes iogues tibetanos e Gen Lamrimpa era o<br />

meu vizinho mais próximo. Eu o visitava uma vez por semana para consultá-lo<br />

sobre a minha prática, e me impressionavam a sua profunda compreensão e a<br />

calorosa compaixão. Anos mais tarde, ele aceitou o meu convite para conduzir<br />

um retiro de shamatha de um ano no Noroeste Pacífico, durante o qual<br />

compartilhamos uma cabana e eu continuei o meu treinamento com ele. Na<br />

minha cabeça, ele era o iogue entre os iogues: às vezes, meditava de cinco horas<br />

da manhã até uma hora da manhã do dia seguinte. Ninguém que o conhecia<br />

ficaria surpreso ao saber que ele havia morrido com tamanha equanimidade e<br />

alegria, e que havia passado os seus últimos dias repousando no mais profundo<br />

estado de consciência.<br />

Nem todo mundo que realiza a clara luz da morte é reconhecido em vida<br />

como um iogue realizado como Gen Lamrimpa. Lama Putse, líder de recitações<br />

do monastério Ka Ny ing Shedrub Ling, em Boudhanath, Nepal, era respeitado<br />

por seus colegas monges como um especialista em todos os aspectos dos rituais e<br />

um qualificado revisor de tratados escriturais budistas. Mas poucos sabiam da<br />

profundidade de sua realização meditativa. Segue um trecho do boletim<br />

publicado logo após sua morte, em 31 de março de 1998:<br />

Para a nossa maravilhosa surpresa, Lama Putse permaneceu por<br />

11 dias no estado meditativo pós-morte de tuk-dam. Durante esse<br />

tempo, não houve nenhum dos habituais sinais de decomposição<br />

pós-morte. O seu corpo permaneceu fresco e completamente<br />

livre de odores, a carne macia e suave, sem nenhum sinal de<br />

rigidez cadavérica. O seu rosto estava tranquilo e parecia ter<br />

vida. Na noite do dia 8 de abril, a nosso pedido, o dr. David R.<br />

Shlim, respeitado médico-chefe da clínica CIWEC, veio ao<br />

mosteiro para ver o Lama Putse. Dr. Shlim ficou espantado com a<br />

condição extraordinária do corpo e declarou que não conseguia<br />

pensar em nenhuma explicação, do ponto de vista médico e

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