Felicidade-genuína-B.-Alan-Wallace
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
nos dedicarmos a essa atividade sadia. Depois de completar uma sessão de<br />
meditação, você pode desejar repousar por um minuto ou mais para dedicar os<br />
méritos de sua prática, para que esses méritos possam conduzir à realização de<br />
tudo que considera mais significativo para si mesmo e para os outros. Com<br />
intenção e atenção, essa bondade pode ser dirigida para onde desejarmos.<br />
PARA CONTEMPLAÇÃO ADICIONAL<br />
O Buda louvava a prática da atenção plena na respiração como uma forma<br />
excepcionalmente eficaz de equilibrar e purificar a mente:<br />
Como no último mês da estação quente, quando uma massa de<br />
poeira e sujeira forma um redemoinho, e uma nuvem grande de<br />
chuva fora de época o dispersa e domina imediatamente, da<br />
mesma forma, a concentração por meio da atenção plena à<br />
respiração, quando desenvolvida e cultivada, é pacífica e<br />
sublime, uma morada ambrosíaca, e dispersa e domina<br />
instantaneamente os estados insalubres sempre que surgem.[3]<br />
Na prática de shamatha, repousamos atentamente a nossa consciência sobre<br />
a respiração. A respiração é como um garanhão e a consciência é o seu<br />
cavaleiro. É improvável que a observação da respiração desperte desejo ou<br />
aversão. Passando para essa neutralidade, não irritamos nem distorcemos a<br />
mente. Portanto, é de se esperar que essa prática seja um pouco tediosa. O<br />
objeto da atenção não parece muito interessante, apenas a velha respiração de<br />
sempre. No entanto, uma vez que você tenha desenvolvido alguma continuidade,<br />
algumas surpresas o aguardam. Você descobrirá uma sensação de bem-estar e<br />
equilíbrio que surge de uma forma tranquila e serena, como se estivesse na praia<br />
ouvindo as ondas do mar. Você poderá descansar em serenidade e repousar cada<br />
vez mais profundamente. A sua mente é como um riacho e você simplesmente<br />
não está poluindo-o com distrações. Aqueles que estudam ambientes naturais<br />
sabem que, se você parar de contaminar um rio poluído, a capacidade de<br />
autopurificação desse rio virá à tona. O mesmo é verdadeiro para as<br />
propriedades de cura natural da mente.<br />
Todos nós sabemos algo a respeito dos recursos naturais da Terra e da<br />
importância de sua conservação – mas não temos também recursos naturais<br />
internos? Não poderia a mente, de uma forma muito prática e cotidiana, tornarse<br />
a sua própria fonte de bem-estar? Sempre que vejo Sua Santidade o Dalai<br />
Lama, sinto que ali está um homem cujo coração, mente e espírito estão<br />
transbordando de boa vontade, compaixão e alegria naturais. Ele deve ter<br />
explorado extraordinariamente os seus recursos internos para que se abrissem