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Felicidade-genuína-B.-Alan-Wallace

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Como fez anteriormente, comece estabelecendo o corpo em uma postura<br />

adequada. Sente-se ereto, em uma posição confortável, quieto e vigilante. Faça<br />

três respirações profundas e, apenas por alguns minutos, observe a respiração,<br />

acalmando a mente.<br />

Agora, com a mente relativamente calma e clara, analise de maneira<br />

introspectiva que imagem tem de si mesmo. Quando você pensa “eu sou”, que<br />

aparências vêm à mente? Conforme investiga isso, veja o conjunto de imagens e<br />

ideias que associa a si mesmo. Em seguida, questione se isso é realmente você,<br />

ou apenas conteúdos mentais com os quais se identifica. O verdadeiro “você”<br />

pode ser encontrado em algum lugar dentro dessa matriz de eventos em seu<br />

corpo e em sua mente, matriz que você investigou com cuidado na prática<br />

anterior das quatro aplicações da atenção plena? Ou há alguma evidência de que<br />

você existe fora dessa matriz de experiência, separado de todas as aparências<br />

que surgem à mente?<br />

Abra os olhos e olhe ao redor, observando as formas e cores que surgem à<br />

sua consciência visual. Note que essas coisas que você percebe são aparências<br />

para a sua mente, não são coisas puramente objetivas, independentes da<br />

consciência. O mesmo vale para os sons que ouve, para os odores e as sensações<br />

corporais que sente. Todos eles consistem em aparências para os seus sentidos<br />

físicos.<br />

Agora, feche os olhos e observe as coisas que você pensa que existem “lá<br />

fora” quando seus olhos estão fechados. Todos esses fenômenos conceituais que<br />

você imagina também consistem em imagens para a sua mente. Tudo o que<br />

você vivencia é feito de aparências, até mesmo o seu próprio senso de identidade<br />

pessoal.<br />

Olhe para a sua mente, notando o que você de fato observa. Veja o que surge<br />

quando você pensa “a minha mente”, e veja se essa entidade existe em si e por<br />

si.<br />

Por fim, analise se a sua própria consciência é uma entidade real e<br />

independente. Veja se pode apenas estar consciente de estar consciente,<br />

observando com atenção o fenômeno puro da consciência. Investigue se ele pode<br />

ser encontrado em um exame cuidadoso ou se parece escapar a essa<br />

investigação.<br />

Por esses meios, investigue a natureza da sua própria identidade, o conteúdo<br />

do seu mundo perceptivo e do seu mundo conceitual, sua mente e a própria<br />

consciência, para ver se há algo no universo da sua experiência que possa ser<br />

considerado como existente de forma independente. A constatação de que nada<br />

existe dessa forma é chamada de “insight sobre a natureza vazia dos<br />

fenômenos”. Mas, ainda que todas as coisas sejam vazias dessa maneira, elas<br />

ainda surgem como se tivessem existência independente, assim como num<br />

sonho. Tanto no estado de vigília quanto no de sonho, as coisas de fato existem de

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