Felicidade-genuína-B.-Alan-Wallace
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PRÁTICA<br />
Primeiramente, vamos tornar a nossa mente funcional. Temos pouco<br />
controle sobre o ambiente que nos cerca – um aparente controle, que com<br />
frequência desaba sobre as nossas cabeças. E quando nos voltamos para dentro,<br />
podemos verificar que a nossa mente também está frequentemente fora de<br />
controle. Mas talvez possamos aprender a ter maior controle, maior domínio<br />
sobre a nossa mente – podemos tornar nossa mente mais funcional e transformála<br />
em nossa aliada.<br />
Assuma uma postura que contribua com a prática, com o corpo à vontade,<br />
imóvel e vigilante. Relaxe os músculos dos ombros e da face, incluindo a<br />
mandíbula. Relaxe os olhos e os músculos ao redor dos olhos. E agora tome três<br />
inspirações lentas, profundas, completas, respirando no abdômen, e, em seguida,<br />
solte completamente o ar pelas narinas.<br />
Busque, primeiramente, a sensação sutil de serenidade, de calma interior.<br />
Libere as preocupações do dia, as antecipações do futuro e acomode-se na única<br />
realidade que existe agora: o presente. Relaxe a sua atenção em um modo de<br />
simplesmente testemunhar, trazendo-a para o campo de sensações táteis ao longo<br />
de todo o corpo. Deixe a respiração seguir sem intervenções. Não tente respirar<br />
profundamente. Apenas deixe o seu abdômen solto, de modo que, ao você<br />
inspirar, ele se expanda com facilidade. Se a respiração estiver profunda, deixe-a<br />
ser profunda; se estiver superficial, tudo bem.<br />
Agora simplifique radicalmente a sua mente. Deixe seu corpo ser preenchido<br />
pela atenção plena e mantenha sua mente presente no campo dessas sensações<br />
táteis da entrada e da saída do ar em todo o corpo. Se achar útil, experimente<br />
contar apenas 21 respirações – contando no início de cada inspiração. Além<br />
dessa tarefa, dê um descanso a essa mente incomodada por todas as<br />
preocupações, planos, memórias, esperanças e medos. Deixe-a simplesmente<br />
repousar na consciência do ritmo suave da sua respiração.<br />
Passamos agora para um tipo de meditação na qual usamos todo o poder da<br />
nossa imaginação, inteligência e intuição. Esse tipo de prática é chamado de<br />
“meditação discursiva”, e é um importante complemento das práticas não<br />
discursivas de shamatha e atenção pura.<br />
Você anseia pela felicidade? Provavelmente, você está buscando algo além<br />
do mero desejo de sobreviver ou de alcançar fama e prosperidade material.<br />
Caso contrário, não estaria fazendo essa prática. Então, qual é a fonte desse<br />
anseio e o que poderia satisfazê-lo? O que você de fato quer? Você consegue<br />
visualizar? Pode ser mais fácil começar pelo que você não está buscando, aquilo<br />
que não será suficiente, aquilo que não trará a felicidade que você busca.<br />
Vasculhe a sua memória para encontrar exemplos de coisas que você achou que