18.03.2021 Views

Revista Newslab Edição 164

Revista Newslab Edição 164 - Março 2021

Revista Newslab Edição 164 - Março 2021

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

BANCOS DE SANGUE<br />

Introdução<br />

Na área transfusional, a presença<br />

de anticorpos no plasma do receptor<br />

são os causadores do efeito<br />

mais grave associado às transfusões<br />

sanguíneas, resultando em hemólise<br />

do sangue transfundido devido a<br />

uma resposta do sistema imune. A<br />

necessidade de identificação e pesquisa<br />

de anticorpos irregulares (PAI)<br />

em pacientes que já realizaram<br />

múltiplas transfusões sanguíneas<br />

(politransfundidos) motivou a realização<br />

de diversas pesquisas acerca<br />

da frequência da aloimunização em<br />

diversas populações (1-3) .<br />

A aloimunização caracteriza-se<br />

pela formação de anticorpos em decorrência<br />

da exposição do indivíduo<br />

a antígenos reconhecidos como não<br />

próprios, como ocorre, por exemplo,<br />

na infusão de sangue não-compatível,<br />

sendo uma das causas resultante<br />

as disparidades genéticas<br />

entre doador e receptor (4, 5). A<br />

aloimunização também ocorre em<br />

gestantes, uma vez que os antígenos<br />

essencialmente paternos se<br />

encontram presentes nos eritrócitos<br />

dos embriões, os quais podem chegar<br />

à circulação sanguínea da mãe<br />

durante o período gestacional ou<br />

então no momento do parto (6, 7) .<br />

Estudos comprovam que anticorpos<br />

irregulares ocorrem em aproximadamente<br />

0,3 a 2,0% da população<br />

em geral. Segundo Giblett<br />

(8), a probabilidade de um indivíduo<br />

saudável produzir um ou mais<br />

anticorpos antieritrocitários é de<br />

aproximadamente 1% por unidade<br />

de sangue transfundido, porém, a<br />

frequência da produção destes anticorpos<br />

em pacientes politransfundidos,<br />

portadores de hemoglobinopatias,<br />

tais como, anemia falciforme,<br />

β- talassemia ou doenças hematológicas<br />

malignas, varia de 9 a 30%.<br />

Os anticorpos com maior correlação<br />

à reação transfusional hemolítica<br />

tardia são os direcionados aos antígenos<br />

D, K, E, Fyª e<br />

(1, 8, 9, 10, 11, 12, 13)<br />

Jkª<br />

Atualmente, já foram detalhados<br />

mais de 350 antígenos eritrocitários,<br />

integrados em 38 sistemas sanguíneos,<br />

de acordo com a International<br />

Society for Blood Transfusion (ISBT)<br />

(14). Em virtude disso, testes de fenotipagem<br />

sanguínea, também conhecidos<br />

como testes pré-transfusionais,<br />

tornam-se fundamentais na<br />

rotina transfusional, pois por serem<br />

métodos profiláticos visam diminuir<br />

os possíveis efeitos indesejados das<br />

transfusões sanguíneas (1, 15) .<br />

Este trabalho teve como objetivo<br />

ressaltar a importância da fenotipagem<br />

de antígenos eritrocitários<br />

dos grupos sanguíneos ABO, Rh e<br />

Kell nos bancos de sangue e descrever<br />

as reações pós transfusionais<br />

de sangues não compatíveis.<br />

Para tal, foi realizada uma revisão<br />

bibliográfica através de pesquisas<br />

nas plataformas SciELO (Scientific<br />

Eletronic Library Online) e Pubmed<br />

(US National of Medicine National<br />

Institutes of Health) utilizando os<br />

seguintes descritores: sistema ABO,<br />

sistema Rh, sistema Kell, antígenos,<br />

anticorpos e doação de sangue, nos<br />

idiomas português, inglês, espanhol<br />

e francês.<br />

Compatibilidade sanguínea<br />

Antígenos eritrocitários são açúcares<br />

ou ainda proteínas capazes de<br />

desencadear uma resposta imunológica,<br />

induzindo o sistema imune<br />

a produzir anticorpos que por sua<br />

vez são herdados geneticamente<br />

de nossos pais biológicos. A frequência<br />

do aparecimento destes<br />

antígenos está diretamente relacionada<br />

à variabilidade racial de uma<br />

determinada população, implicando<br />

complexidade à área hemoterápica.<br />

Por isso, faz-se relevante conhecer<br />

quais fenótipos estão presentes no<br />

concentrado de hemácias (CH) a ser<br />

utilizado, uma vez que através disso<br />

é possível definir a real compatibilidade<br />

pré transfusional entre doador<br />

e receptor. O mapeamento destes<br />

fenótipos possibilita uma seleção<br />

adequada do hemocomponente<br />

a ser transfundido. Diante disso,<br />

é possível estimar a incidência de<br />

doadores compatíveis em casos de<br />

receptores aloimunizados, além de<br />

contribuir com dados fidedignos<br />

acerca da prevalência fenotípica da<br />

região (9, 15, 16) .<br />

0 76<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!