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Revista Newslab Edição 164

Revista Newslab Edição 164 - Março 2021

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BANCOS DE SANGUE<br />

quanto auxilia na identificação de anticorpos<br />

que poderão se formar no futuro.<br />

Uma vez identificada a presença de<br />

anticorpos clinicamente significativos<br />

em um paciente e, havendo a necessidade<br />

de transfusão, a seleção de um<br />

CH fenótipo-compatível, seja este fenótipo-estendido<br />

ou não, é de extrema<br />

importância (1, 9) .<br />

O CH com fenotipagem estendida<br />

consiste em um concentrado de hemácias<br />

previamente testadas para outros<br />

antígenos eritrocitários além dos já<br />

convencionais sistemas ABO e RhD. É<br />

indicado para pacientes que possuem<br />

resultado positivo para a Pesquisa de<br />

Anticorpo Irregular (PAI), necessitando<br />

assim, receber o sangue do qual há a<br />

certeza da ausência do antígeno eritrocitário<br />

específico para o anticorpo existente<br />

na amostra do receptor (50, 51, 52) .<br />

A realização da imunofenotipagem<br />

para os sistemas ABO, Rh (CDE) e Kell<br />

(K) deve ocorrer perante algumas patologias<br />

sanguíneas como a anemia<br />

aplástica grave (AAG) ou anemia de<br />

Fanconi; doença mieloproliferativa crônica<br />

(Leucemia Mielóide Crônica, Leucemia<br />

Mielomonocítica Crônica, Mielofibrose);<br />

aplasia pura de série vermelha,<br />

dentre outras; uma vez que estes pacientes<br />

são candidatos a adentrar, ou já<br />

fazem parte do esquema de transfusão<br />

sanguínea crônica, já tendo sido ou não<br />

expostos a uma aloimunização prévia<br />

(anticorpos imunes e clinicamente significativos).<br />

A mesma conduta é adotada<br />

ao se tratar de receptores do sexo<br />

feminino em idade fértil, com resultado<br />

de P.A.I. negativo, e do qual sugere-se<br />

caso necessário transfusão, a infusão de<br />

CH negativo para antígeno K (K1), visto<br />

sua alta imunogenicidade e relação direta<br />

com a DHRN. Porém, ao se tratar de<br />

um receptor com P.A.I. positivo, deve-se<br />

realizar a transfusão de concentrado de<br />

hemácias antígeno negativo para o anticorpo<br />

correspondente (50) .<br />

Ao se tratar de um paciente aloimunizado,<br />

ou seja, aquele que possuir um<br />

ou mais anticorpos contra antígenos<br />

eritrocitários, a bolsa selecionada para<br />

a infusão sanguínea deverá ser obrigatoriamente<br />

fenótipo negativo para o<br />

anticorpo identificado. Por outro lado,<br />

em transfusões de caráter profilático,<br />

como ocorre em casos de hemofilia<br />

grave por exemplo, torna-se ideal que<br />

a bolsa de CH selecionada seja com o<br />

maior grau de compatibilidade disponível,<br />

justamente para evitar a formação<br />

de aloanticorpos. Todavia não seja possível<br />

a compatibilidade ideal, seja por<br />

ausência ou insuficiência de estoque de<br />

bolsas sanguíneas, a transfusão é feita<br />

respeitando a ordem do grau de imunogenicidade<br />

antigênica > RhC > RhE<br />

> Rhce > K >, que deve prevalecer perante<br />

a quaisquer cenário dentro da rotina<br />

pré transfusional, além de requerer<br />

autorização do médico hemoterapeuta<br />

responsável (50, 51, 53, 54, 55, 56) .<br />

Ainda que a qualidade do processo<br />

transfusional esteja em constante desenvolvimento<br />

dado à fiscalização de<br />

hemovigilância, no Brasil, a exatidão de<br />

dados como prevalência e incidência de<br />

intercorrências transfusionais ainda são<br />

pouco conhecidas (24) .<br />

Considerações Finais<br />

Apesar dos esforços realizados pelas<br />

unidades de hemoterapia em recrutar<br />

o maior número possível de doadores<br />

de sangue a fim de manter a disponibilidade<br />

dos estoques sanguíneos, nem<br />

sempre é uma tarefa fácil encontrar<br />

um concentrado de hemácias 100%<br />

fenótipo-compatível, principalmente<br />

diante de quadros como hemorragias<br />

inesperadas por complicações cirúrgicas<br />

e demais transfusões de caráter<br />

emergencial.<br />

Portadores de fenótipos raros, como<br />

Rh nulo ou ainda do grupo sanguíneo<br />

hh (fenótipo Bombain/ falso O), torna<br />

a seleção ainda mais complicada, pois<br />

muitas vezes é necessário buscar em<br />

bancos de sangue de outras cidades<br />

ou ainda estados, bolsas compatíveis<br />

para que assim se possa realizar uma<br />

transfusão. Portanto, uma vez encontrado<br />

um portador de sangue do tipo<br />

raro, torna-se ideal a fenotipagem<br />

eritrocitária, seja este doador ou ainda<br />

receptor, pois além do risco já existente<br />

acerca da incompatibilidade sanguínea,<br />

a formação de aloanticorpos poderá ser<br />

facilmente evitada.<br />

O crescente aumento da demanda<br />

de transfusões sanguíneas excede facilmente<br />

a oferta de CHs disponíveis<br />

rapidamente, tornando o manejo ideal<br />

entre pacientes e bolsas de sangue<br />

disponíveis uma missão complicada na<br />

rotina dos bancos de sangue. O cenário<br />

se torna ainda mais complexo quando<br />

nos deparamos com pacientes aloimunizados<br />

ou em esquema de transfusões<br />

crônicas. Muitas vezes, pode-se<br />

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<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021

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