18.03.2021 Views

Revista Newslab Edição 164

Revista Newslab Edição 164 - Março 2021

Revista Newslab Edição 164 - Março 2021

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

BANCOS DE SANGUE<br />

5% a 10% destes necessita entrar em<br />

esquema de transfusão crônica. Desta<br />

totalidade, 5% a 25% dos pacientes<br />

desenvolvem aloimunização (22). As<br />

reações transfusionais podem ocorrer<br />

durante a transfusão ou em até 24 horas<br />

após o seu início, sendo denominadas<br />

reações imediatas. Já as reações<br />

das quais o início dos sintomas conhecidos<br />

como típicos de rejeição iniciam<br />

dentro de um período entre 24 horas,<br />

podendo durar até cerca de 3 semanas<br />

pós transfusão sanguínea, são denominadas<br />

reações tardias (23, 24).<br />

A Tabela 1 apresenta as principais<br />

reações transfusionais imediatas<br />

notificadas por ano de ocorrência<br />

de acordo com o tipo de reação. As<br />

reações febris não hemolíticas (RF-<br />

NHs), bem como as reações alérgicas<br />

(ALGs) demonstram ser as mais<br />

prevalentes no período citado, com<br />

taxas médias de 47,9% e 38,8%,<br />

respectivamente. Tais taxas não diferem<br />

do cenário internacional, que<br />

também apresenta RFNHs e as ALGs<br />

no topo dos índices, porém, é possível<br />

observar nestes uma tendência<br />

à queda gradual em âmbito internacional<br />

e no Brasil, por sua vez, uma<br />

situação de estabilidade. Dentre as<br />

reações transfusionais tardias, pode-se<br />

observar na Tabela 2 as principais,<br />

sendo as reações sorológicas<br />

tardias (aloimunização) e as reações<br />

hemolíticas tardias (RHT) as de grande<br />

prevalência neste cenário tardio,<br />

apesar da doença do enxerto contra<br />

o hospedeiro (DECH) apresentar uma<br />

taxa de mortalidade de 90% (21, 25) .<br />

Esses dados corroboram com os<br />

achados de Macedo et al. (24) , que realizaram<br />

um estudo avaliando 5.174<br />

transfusões realizadas, das quais<br />

1,39% desencadearam reação transfusional.<br />

Houve prevalência de reação<br />

alérgica leve (54,1%) e da RFNH<br />

(34,7%). Os autores averiguaram,<br />

ainda, que grande parte dos receptores<br />

que apresentaram reação transfusional<br />

era paciente politransfundido.<br />

Grandi et al. (26) verificaram que dentre<br />

1.548 casos de reações transfusionais,<br />

as RFNH representaram 56,6% dos<br />

casos analisados e as alérgicas 38,4%,<br />

totalizando 95,0%. Foi constado pelos<br />

autores, também que reações de grau<br />

leve são mais frequentes nas RFNH do<br />

que entre as reações alérgicas.<br />

Sistemas Sanguíneos<br />

A descoberta dos sistemas sanguíneos<br />

ocorreu no início do século<br />

XX, quando o médico e cientista<br />

austríaco Karl Landsteiner observou<br />

que as hemácias de alguns indivíduos<br />

formavam aglutinação quando<br />

combinadas ao soro de outros<br />

indivíduos. Karl então, registrou a<br />

presença de aglutinação conforme o<br />

grau de intensidade, formando assim<br />

uma escala, comprovando que o<br />

sangue poderia ser dividido em grupos.<br />

Isto possibilitou que mais tarde<br />

fosse esclarecido que as reações de<br />

aglutinação estavam relacionadas à<br />

presença de marcadores nas hemácias<br />

e de anticorpos no caso do soro<br />

(27, 28)<br />

. Os sistemas sanguíneos se<br />

determinam pela presença de antígenos<br />

na membrana eritrocitária.<br />

Estes antígenos possuem características<br />

polimórficas bem definidas,<br />

podendo estar presentes em diversos<br />

outros tecidos (29) .<br />

Embora as funções biológicas dos<br />

polimorfismos dos grupos sanguíneos<br />

não sejam plenamente compreendidas,<br />

sabe-se que muitos de seus<br />

antígenos atuam como moléculas<br />

importantes no reconhecimento do<br />

processo de diferenciação precoce do<br />

tecido embrionário, havendo também,<br />

evidências que relacionam os<br />

grupos sanguíneos à possível suscetibilidade<br />

ou resistência a várias doenças<br />

infecciosas e não infecciosas,<br />

talvez por estas moléculas apresentarem<br />

maior expressão dos carboidratos<br />

ABO em secreções e tecidos<br />

que tenham contato com o ambiente,<br />

como na pele e nas membranas<br />

mucosas dos tratos respiratório e<br />

gastrointestinal, fato que serve de<br />

reforço para esta premissa (30) .<br />

Através do aumento da expectativa<br />

de vida e das modernas aplicações<br />

de novos conhecimentos<br />

tecnológicos, é possível observar<br />

uma notável elevação no número<br />

de doenças crônico-degenerativas<br />

e cirurgias de maior complexidade.<br />

Em resposta a isso, há o crescimento<br />

do número de transfusões<br />

sanguíneas, resultando no aumento<br />

da frequência de aloanticorpos antieritrocitários<br />

não pertencentes ao<br />

sistema ABO. Como consequência,<br />

diminuem-se as chances de encontrar<br />

sangue compatível, podendo<br />

resultar em reações transfusionais<br />

hemolíticas imediata ou tardia (31) .<br />

0 78<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab | Março 2021

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!