Etnografías de lo digital - UNED
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III Congreso Online - Observatorio para la Cibersociedad<br />
‘Conocimiento abierto, Sociedad libre’<br />
108<br />
<strong>Etnografías</strong> <strong>de</strong> <strong>lo</strong> Digital<br />
Grupo <strong>de</strong> trabajo<br />
xvi<br />
Guimarães, A S A Racismo e Anti-Racismo no Brasil. São Pau<strong>lo</strong>: Editora 34, 1999 p.215<br />
xvii<br />
Cf. BHABHA, Homi K. O <strong>lo</strong>cal da cultura. Be<strong>lo</strong> Horizonte: Editora UFMG, 1998.<br />
xviii<br />
Cf. CRAPANZANO, V. Waiting. The Whites of South Africa. New York, Random House, 1985.<br />
xix<br />
Cf. o afirmado num dos sites pesquisados: “[...] o comportamento amoral, <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> ética e pervertido,<br />
traço marcante dos ju<strong>de</strong>us, trata-se <strong>de</strong> um fator genético”.<br />
xx<br />
É pertinente observar que Tomás <strong>de</strong> Aquino, em seu Comentário ao Livro V da Ética a Nicómaco, <strong>de</strong><br />
Aristóteles, traduz a idéia <strong>de</strong> héxis para o conceito <strong>de</strong> habitus em latim. Provavelmente construiu essa<br />
conceituação em fontes diversas, porque não lia grego. O texto <strong>de</strong> Aquino que introduz o conceito escolástico <strong>de</strong><br />
habitus é "Respon<strong>de</strong>o dicendum quod, sicut supra dictum est, habitus non diversificantur nisi ex hoc quod variat<br />
speciem actus, omnes enim actus unius speciei ad eun<strong>de</strong>m habitum pertinent. Cum autem species actus ex<br />
obiecto sumatur secundum formalem rationem ipsius, necesse est quod i<strong>de</strong>m specie sit actus qui fertur in<br />
rationem obiecti, et qui fertur in obiectum sub tali ratione, sicut est ea<strong>de</strong>m specie visio qua vi<strong>de</strong>tur lumen, et qua<br />
vi<strong>de</strong>tur co<strong>lo</strong>r secundum luminis rationem". Uma tradução possível seria algo como: Respondo dizendo que, como<br />
foi dito acima, os hábitos não se diversificam a não ser que mu<strong>de</strong> o tipo <strong>de</strong> ação, <strong>de</strong> fato, todas as ações da<br />
mesma espécie pertencem ao mesmo hábito. Sendo que a espécie da ação <strong>de</strong>riva do objeto segundo sua razão<br />
formal, é necessário que a ação seja da mesma espécie que se liga à razão do objeto, e que se ligue ao objeto<br />
sob tal razão, como é da mesma espécie a vista pela qual se vê a luz e pela qual se ver a cor <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da<br />
razão da luz. Estas "ações da mesma espécie" compõem a héxis <strong>de</strong>scrita por Aristóteles como uma "disposição<br />
prática", permanente e costumeira, automática, e muito provavelmente <strong>de</strong>sapercebida, pertencente a um plano<br />
ontogenético. Acerca da disposição argumentada por Aristóteles, cf. ARISTÓTELES Ética a Nicômaco. São<br />
Pau<strong>lo</strong>, Edipro, 2002, p. 135. Bourdieu <strong>lo</strong>caliza no conceito <strong>de</strong> habitus o "primado da razão prática", "uma<br />
disposição incorporada, quase postural... o lado ativo do conhecimento prático que a tradição materialista,<br />
sobretudo com a teoria do reflexo tinha abandonado". (BOURDIEU, P. Ibid, p. 61). Em A Dominação masculina,<br />
a construção do habitus é explicada por Bourdieu da seguinte forma: o "... produto <strong>de</strong> um trabalho social <strong>de</strong><br />
nominação e <strong>de</strong> inculcação ao término do qual uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> social instituída por uma <strong>de</strong>ssas 'linhas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>marcação mística', conhecidas e reconhecidas por todos, que o mundo social <strong>de</strong>senha, inscreve-se em uma<br />
natureza biológica e se torna um habitus, lei social incorporada". Cf. BOURDIEU, P. A Dominação Masculina Rio<br />
<strong>de</strong> Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2003, p 64.<br />
xxi<br />
BOURDIEU, P. Razões Práticas – Sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 2004 p 21<br />
xxii<br />
Cf. ESSNER, C. et CONTE. E. A Demanda da Raça – Uma Antropo<strong>lo</strong>gia do Nazismo. Lisboa: Instituo<br />
Piaget, Coleção Epistemo<strong>lo</strong>gia e Socieda<strong>de</strong>, 1995.<br />
xxiii<br />
A palavra cibernética <strong>de</strong>riva do grego kybernetes e <strong>de</strong>signa os mecanismos <strong>de</strong> direção, governo e controle.<br />
Embora sua utilização na contemporaneida<strong>de</strong> tenha sido atribuída ao matemático do MIT, Norbert Wiener,<br />
durante e imediatamente após a II Guerra Mundial, ela é usada, anteriormente, por Ampere, para <strong>de</strong>finir “a arte<br />
<strong>de</strong> governar ou a ciência do governo", retomando a idéia original <strong>de</strong> Platão. É importante associar a cibernética à<br />
lógica <strong>de</strong> guerra que exigiu o esforço <strong>de</strong> automação, e lembrar, como Paul Virilio observou que “uma cultura <strong>de</strong><br />
guerra também é uma cultura do <strong>de</strong>lírio - uma cultura em que as ferramentas <strong>de</strong> percepção ordinárias são<br />
sugestiva, ritual, espetacular, tecnológica e quase alucinatoriamente remanejadas”. Cf. VIRILIO, P. A Bomba<br />
Informática. Trad. Luciano Vieira Machado. São Pau<strong>lo</strong>: Estação Liberda<strong>de</strong>, 1999.<br />
xxiv Em meu trabalho <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> curso faço uma breve discussão a esta nova forma <strong>de</strong> acesso. Cf. DIAS, A<br />
Links <strong>de</strong> Ódio. Monografia <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso em Ciências Sociais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas, 2005<br />
xxv No sentido matemático expresso pela hipótese <strong>de</strong> Georg Cantor. Com o advento da teoria dos<br />
conjuntos <strong>de</strong> Cantor e os estudos propostos por De<strong>de</strong>kind para a teoria dos números a idéia <strong>de</strong><br />
continuum foi reduzida a um conjunto infinito <strong>de</strong> pontos, sendo a idéia <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> substituída pela<br />
<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m. Em 1874 Georg Cantor <strong>de</strong>senvolvia sua teoria mais importante: existem níveis diferentes<br />
<strong>de</strong> infinito. Em particular existem mais pontos no espaço continuo do que números inteiros. Esse<br />
teorema levou Cantor a discutir o problema do Continuum: haveria vários os tipos <strong>de</strong> infinitu<strong>de</strong>. Que<br />
tipo <strong>de</strong> infinito melhor <strong>de</strong>fine o espaço contínuo? É preciso lembrar que Cantor era um profundo<br />
<strong>de</strong>fensor da fi<strong>lo</strong>sofia escolástica, e para ele o infinito era também uma concepção tomista. Kant,<br />
adversamente, entendia por continuida<strong>de</strong> a “gran<strong>de</strong>za para a qual nenhuma <strong>de</strong> suas partes é a<br />
mínima possível.” Para ele, tempo e o espaço seriam gran<strong>de</strong>zas contínuas (quanta continua)<br />
porquanto “nenhuma <strong>de</strong> suas partes po<strong>de</strong> ser dada sem ser encerrada entre limites”. Concebendo-se,<br />
portanto, os pontos como “limites ou lugares <strong>de</strong> limitação do tempo e do espaço”, credita a ambos<br />
que pressupusessem “as instituições que <strong>de</strong>vem limitar ou <strong>de</strong>terminar”.<br />
xxvi Sem a percepção temporal <strong>de</strong> um momento posterior, não seria possível compreen<strong>de</strong>r, por exemp<strong>lo</strong>, o medo<br />
e a confiança. Aristóteles atribuía à percepção temporal a força dirigente das ações e escolhas humanas:<br />
resistindo, por exemp<strong>lo</strong> a um prazer imediato, seria possível instituir um bem maior em tempo oportuno (kairós).<br />
Esta habilida<strong>de</strong>, em suas mais diversas modalida<strong>de</strong>s, sistematizaria inclusive, segundo a abordagem aristotélica,<br />
processos fisiológicos, nos quais ele inclui as recordações (mnemai) e as expectativas (elpí<strong>de</strong>s). A idéia <strong>de</strong><br />
or<strong>de</strong>nar se reafirma: o anterior, impossível <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberação pe<strong>lo</strong> humano, é a causa do impulso, e este <strong>de</strong>ve ser<br />
avaliado em favor <strong>de</strong> um “bem maior” posterior, avaliação esta <strong>de</strong>senvolvida no agora aristotélico. Seria cronos<br />
servindo a kairós.Cf. ARISTÓTELES. Arte retórica. São Pau<strong>lo</strong>: Difusão Européia do Livro, 1964. 1382 a21-22