Etnografías de lo digital - UNED
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III Congreso Online - Observatorio para la Cibersociedad<br />
‘Conocimiento abierto, Sociedad libre’<br />
50<br />
<strong>Etnografías</strong> <strong>de</strong> <strong>lo</strong> Digital<br />
Grupo <strong>de</strong> trabajo<br />
narrativas digitais ou ainda experiências culturais comuns entre os jogos digitais, as<br />
narrativas digitais e os passeios virtuais na Internet ou no hipermédia<br />
(intertextualida<strong>de</strong> electrónica) – formas <strong>de</strong> cultura visual <strong>digital</strong> (Darley, 2002).<br />
Para além <strong>de</strong>sta perspectiva mais tradicional da investigação em antropo<strong>lo</strong>gia,<br />
questiona-se também o como a “Teoria dos Jogos” concebida em 1944 por dois<br />
matemáticos Oskar Morgenstern e John von Neumann migrou para a socio<strong>lo</strong>gia, a<br />
antropo<strong>lo</strong>gia e para a bio<strong>lo</strong>gia. Na bio<strong>lo</strong>gia, a “Teoria dos Jogos” encontrou gran<strong>de</strong><br />
receptivida<strong>de</strong> na zoo<strong>lo</strong>gia em geral e na eto<strong>lo</strong>gia em particular quando se percebeu<br />
que os animais também “jogavam”, em muitos casos <strong>de</strong> forma aná<strong>lo</strong>ga ao homem.<br />
Neste ponto, houve a mistura <strong>de</strong> conceitos e disciplinas diversas, o que dificultou a<br />
compreensão do todo. Seria a matemática (“Teoria dos Jogos”) explicando o<br />
comportamento animal (eto<strong>lo</strong>gia) que, por sua vez, explicaria o comportamento<br />
humano (Socio<strong>lo</strong>gia e Antropo<strong>lo</strong>gia) que levaria a consequências no dia-a-dia<br />
humano (economia, administração, direito, psico<strong>lo</strong>gia, etc.).<br />
Comunicação e contro<strong>lo</strong> na era <strong>digital</strong><br />
Os processos sociais e culturais estão em processo acelerado <strong>de</strong> mudanças, são<br />
sucessivamente reconstruídos e reconfigurados. Muitas <strong>de</strong>stas reconfigurações<br />
<strong>de</strong>vem-se aos media e aos media digitais “os computadores pessoais têm <strong>de</strong> facto<br />
influenciado a construção <strong>de</strong> novos espaços sociais e culturais, em que as<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser re-negociadas” (Boskovic).<br />
O po<strong>de</strong>r dos media foi tradicionalmnete reconhecido pe<strong>lo</strong> menos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> McLuhan<br />
(1964), posteriormente questionou-se como os media, sobretudo a televisão e as<br />
agências internacionais <strong>de</strong> notícias, influenciam as pessoas tornando-as robots<br />
obedientes, actualmente são sobretudo as perspectivas do panopticon (noção<br />
foucaultina do regine panóptico) que instala um olhar unidireccional.<br />
Por outro lado, os media digitais permitem também melhorar a participação em<br />
processos <strong>de</strong>mocráticos <strong>lo</strong>cais na medida em que tornam mais facilmente disponível<br />
a informação política, permitem a mais fácil participação através do voto electrónico,<br />
a organização <strong>de</strong> grupos <strong>lo</strong>cais <strong>de</strong> interesse e <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s cívicas.<br />
Homens e máquinas numa arena potencial planetária, misturam e misturam-se para<br />
dar forma a objectos e a experiências culturais novas. Destas umas das mais<br />
notáveis diz respeito à cultura visual resultante <strong>de</strong> novas e imprevisíveis maneiras <strong>de</strong><br />
interacção entre os media (o rádio, o cinema e a televisão absorvidos pela Internet, a<br />
televisão que absorve a internet e o cinema), da expansão dos media existentes<br />
(cabos <strong>de</strong> fibra óptica, algoritmos novos da compressão, transmissão <strong>de</strong> informação<br />
wireless), do modo como cada vez mais funções humanas (inteligência artificial,<br />
reconhecimento <strong>de</strong> voz, programas <strong>de</strong> tradução, potencialida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> visão e<br />
percepção, aumento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> armazenamento e tratamento <strong>digital</strong> da<br />
informação) e <strong>de</strong> muitos outras possibilida<strong>de</strong>s ainda <strong>de</strong>sconhecidas que urge<br />
estudar como cultura empírica visual.<br />
Como resposta aos media <strong>de</strong> saturação e manipulação surgem media <strong>de</strong> resistência<br />
que propõem um distanciamento crítico que leva, no limite, ao ignorar os media ou a<br />
um distanciamento criativo que sugere a subversão ou a criação <strong>de</strong> media<br />
alternativos consi<strong>de</strong>rando ser possível fazer a subversão a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro, através<br />
<strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> pequenas etapas.