Etnografías de lo digital - UNED
Etnografías de lo digital - UNED
Etnografías de lo digital - UNED
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
III Congreso Online - Observatorio para la Cibersociedad<br />
‘Conocimiento abierto, Sociedad libre’<br />
42<br />
<strong>Etnografías</strong> <strong>de</strong> <strong>lo</strong> Digital<br />
Grupo <strong>de</strong> trabajo<br />
Partimos no entanto <strong>de</strong> outro lugar, talvez mais próximo <strong>de</strong> nossa activida<strong>de</strong><br />
profissional <strong>de</strong> professores, ou <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> antropo<strong>lo</strong>gia, <strong>de</strong>ixando para mais<br />
tar<strong>de</strong> os temas, tópicos e activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investigação. Po<strong>de</strong>rão as tecno<strong>lo</strong>gias<br />
digitais contribuir para melhorar o ensino da antropo<strong>lo</strong>gia?<br />
Antropo<strong>lo</strong>gia <strong>digital</strong> e convergência cultural<br />
Constatamos que por um processo normal <strong>de</strong> arrastamento e <strong>de</strong> “convergência<br />
cultural” nos servimos dos media digitais na nossa vida académica como meios <strong>de</strong><br />
armazenamento e consulta (Internet, bases <strong>de</strong> dados), <strong>de</strong> produção textual<br />
(processamento <strong>de</strong> texto e imagem) ou <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> ensino e exposição dos<br />
resultados <strong>de</strong> pesquisa (powerpoint), <strong>de</strong> contacto e comunicação (email, msn, chat).<br />
Por “convergência cultural” enten<strong>de</strong>mos:<br />
processo através do qual as pessoas no seu dia-a-dia usam os media e em relação<br />
a cada um <strong>de</strong>les fazem avaliações acerca do modo como cada um serve melhor<br />
objectivos específicos, concentram informação proveniente <strong>de</strong> múltip<strong>lo</strong>s canais <strong>de</strong><br />
comunicação e acolhem os trabalhos <strong>de</strong> arte que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da apropriação e nova<br />
combinação <strong>de</strong> materiais culturais ou <strong>de</strong> arquivos e sua co<strong>lo</strong>cação em circulação <strong>de</strong><br />
textos <strong>de</strong> media anteriores. Algumas <strong>de</strong>stas mudanças reflectem os nossos<br />
encontros iniciais com os media digitais, mas estas mudanças estão a ser sentidas<br />
em todas as áreas da cultura popular e algumas <strong>de</strong>las preparam mais do que<br />
respon<strong>de</strong>m à penetração crescente da Net, da Web, e do computador pessoal nas<br />
nossas vidas quotidianas. [...] As proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um meio po<strong>de</strong>m treinar-nos nas<br />
capacida<strong>de</strong>s perceptivas e cognitivas que necessitamos para adoptar media futuros.<br />
Como Lev Manovich (1996b) escreve: “Gradualmente o cinema ensinou-nos a<br />
aceitar a manipulação do tempo e do espaço, a codificação arbitrária do visível, a<br />
mecanização da visão, e a redução da realida<strong>de</strong> a uma imagem em movimento<br />
como um dado adquirido. Como resultado, o choque conceptual da revolução <strong>digital</strong><br />
não é experimentado, hoje em dia, como um choque real pois estamos preparados<br />
para ele há muito tempo”<br />
Jenkins, 1999<br />
Talvez tenhamos já uma vaga impressão <strong>de</strong> que a utilização intensiva dos media<br />
digitais no ensino cria alguma turbulência institucional e sobretudo uma gran<strong>de</strong><br />
exigência <strong>de</strong> formação e <strong>de</strong>senvolvimento profissional dos docentes e mudança <strong>de</strong><br />
hábitos e <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s dos alunos. Talvez os contornos <strong>de</strong>stas mudanças no capital<br />
humano ainda não sejam suficientemente claros.<br />
São pois nossos objectivos neste ponto do trabalho inquirir sobre as potencialida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> uma hipotética antropo<strong>lo</strong>gia <strong>digital</strong> e tentar encontrar respostas para algumas<br />
perguntas:<br />
A utilização das tecno<strong>lo</strong>gias digitais no ensino surge no contexto <strong>de</strong> uma moda ou <strong>de</strong><br />
uma forma <strong>de</strong> “convergência cultural” em que se exp<strong>lo</strong>ram as funções mais<br />
elementares <strong>de</strong> armazenamento e consulta ou como forma inovadora capaz <strong>de</strong><br />
incorporar uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estratégias interactivas, que permitam o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um ensino/aprendizagem personificado (personalizado),<br />
participativo, colaborativo e experiencial (mesmo que a experiência seja simulada<br />
e/ou diferida)?