Etnografías de lo digital - UNED
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III Congreso Online - Observatorio para la Cibersociedad<br />
‘Conocimiento abierto, Sociedad libre’<br />
51<br />
<strong>Etnografías</strong> <strong>de</strong> <strong>lo</strong> Digital<br />
Grupo <strong>de</strong> trabajo<br />
Internet e novas formas <strong>de</strong> consciência e compreensão do mundo (socieda<strong>de</strong><br />
do conhecimento: a construção intercultural do conhecimento)<br />
O papel da Internet na organização do 11 <strong>de</strong> Setembro, ou <strong>de</strong> grupos terroristas, ou<br />
na organização da luta antiterrorista, ou dos telefones móveis SMS em 13 <strong>de</strong> Março<br />
<strong>de</strong> 2004 em Espanha (Rheingold, 2004) <strong>de</strong>monstram a importância que po<strong>de</strong>rão ter,<br />
não apenas como novos modos <strong>de</strong> organização, mas também nova forma <strong>de</strong><br />
consciência e compreensão do mundo e até no surgimento do indivíduo com<br />
consciência planetária.<br />
Os <strong>de</strong>bates sobre a socieda<strong>de</strong> da informação e do conhecimento advêm da<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recorrer a muitas formas <strong>de</strong> “diversida<strong>de</strong> cultural”. Algumas antigas<br />
como as <strong>de</strong>correntes das línguas, religiões, etnia e modos <strong>de</strong> organização social<br />
outras associadas à mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> – diferenças entre classes sociais ligadas à<br />
industrialização, entre países <strong>de</strong>senvolvidos e sub<strong>de</strong>senvolvidos, entre modos<br />
diferentes <strong>de</strong> acesso à informação e entretenimento baseadas no sexo, ida<strong>de</strong> e nível<br />
escolar.<br />
Como se realiza, na era <strong>digital</strong> e através dos media digitais, a construção<br />
multicultural dos saberes? A reabilitação da memória? Possível fomentar o sentido<br />
social com consensos interculturais? O extraordinário aumento do conhecimento<br />
po<strong>de</strong> tornar-se forma efectiva <strong>de</strong> comunicação (mais que informação) capaz <strong>de</strong><br />
construir formas novas <strong>de</strong> “coabitação cultural”?<br />
Internet e Socieda<strong>de</strong><br />
Frequentemente, a Internet é consi<strong>de</strong>rada uma maneira <strong>de</strong> caracterizar a nossa<br />
época. No entanto, as opiniões divi<strong>de</strong>m-se entre pontos <strong>de</strong> vista divergentes: alguns<br />
pensam que a Internet é trivial ou um fenómeno marginal; outros consi<strong>de</strong>ram-na<br />
uma evolução empolgante, com oportunida<strong>de</strong>s incomensuráveis (Slevin, 2000: 11).<br />
Uma coisa é certa, trata-se <strong>de</strong> um medium que se expandiu a um ritmo prodigioso,<br />
integrou os media anteriores numa ampla re<strong>de</strong> interactiva, estruturou e continuará a<br />
estruturar toda a vida social.<br />
Um amp<strong>lo</strong> campo <strong>de</strong> investigação sobre a socieda<strong>de</strong> <strong>digital</strong> a que acrescentamos<br />
apenas o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> William Mitchell “precisamos <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a construir etopias –<br />
cida<strong>de</strong>s electronicamente servidas para o alvorecer do novo milénio… cida<strong>de</strong>s<br />
enxutas ecológicas capazes <strong>de</strong> trabalhar <strong>de</strong> maneira mais inteligente” baseadas na<br />
“<strong>de</strong>smaterialização, economia <strong>de</strong> recursos, personalização em massa, operação<br />
inteligente transformação subtil” (2002:224).<br />
Perguntamos: o que prevalece e muda? O <strong>lo</strong>cal e as interacções pessoais<br />
prevalecerão? Como se reconfigurarão neste novo cenário as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, a cultura<br />
e a socieda<strong>de</strong>?<br />
4. Reflexivida<strong>de</strong> em antropo<strong>lo</strong>gia na era <strong>digital</strong><br />
O objecto <strong>de</strong> estudo da antropo<strong>lo</strong>gia não é (totalmente e só) exterior ao investigador,<br />
isto é, somos parte do mundo que estudamos. Isto não é apenas uma questão<br />
metodológica mas também um facto existencial. Não há nenhuma forma que permita<br />
situarmo-nos completamente fora, no exterior do mundo social para <strong>de</strong>pois o