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Etnografías de lo digital - UNED

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III Congreso Online - Observatorio para la Cibersociedad<br />

‘Conocimiento abierto, Sociedad libre’<br />

73<br />

<strong>Etnografías</strong> <strong>de</strong> <strong>lo</strong> Digital<br />

Grupo <strong>de</strong> trabajo<br />

Como dito anteriormente, cada pesquisa é diferente <strong>de</strong> outra pesquisa. O uso da<br />

ferramenta <strong>de</strong> História <strong>de</strong> vida é i<strong>de</strong>al no meu caso, mas, no campo <strong>de</strong> pesquisa, na<br />

maioria das vezes, o pesquisador passa por processos <strong>de</strong> negociação para<br />

conseguir dar <strong>de</strong>terminados passos. Assim, a gravação <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos<br />

servidores do “Fale com o Governo”, em primeiro lugar.<br />

Mas para que contar a história? Contar a história é importante para ajudar a<br />

enten<strong>de</strong>r um processo. O governo eletrônico já tem alguns anos <strong>de</strong> vida. O que dizer<br />

então da relação entre governo e socieda<strong>de</strong> no Brasil? São muitos sécu<strong>lo</strong>s <strong>de</strong><br />

história. Historicizar nos ajuda na tentativa <strong>de</strong> compreensão <strong>de</strong> aspectos do presente<br />

e do passado, na tentativa <strong>de</strong> estabelecer relações e conexões entre variáveis, ver<br />

como o próprio ator social se co<strong>lo</strong>ca na história. Além disso, é interessante notar<br />

que, por mais que a história não seja completamente fechada, o passado<br />

<strong>de</strong>terminando o futuro, ela também não é inteiramente aberta, no sentido <strong>de</strong> que o<br />

futuro acontecerá in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do passado. De fato, o futuro não é uma<br />

página completamente em branco. A dificulda<strong>de</strong>, obviamente, é <strong>de</strong>scobrir em que<br />

grau nosso passado nos <strong>de</strong>termina – mas também não é meu propósito realizar<br />

essa discussão aqui.<br />

O que é história, afinal? História é fluxo. Incompreensível em si, no seu todo,<br />

pois é caos. Em busca <strong>de</strong> inteligibilida<strong>de</strong>, e <strong>de</strong> significados precisa <strong>de</strong> corte. Para<br />

esta pesquisa específica, história vira a história <strong>de</strong> cada pessoa, da cada servidor<br />

público do núcleo <strong>de</strong> governo eletrônico “Fale com o Governo”, através da sua<br />

história <strong>de</strong> vida, que se relaciona à história do grupo em que essas pessoas<br />

trabalham, à história da diretoria, da SECAD, da SECOM, da Presidência da<br />

República, do governo, histórias contextualizadas na história do Brasil e na história<br />

da própria Humanida<strong>de</strong>. Como aponta Elias em “O processo civilizador” existe<br />

conexão e relação entre a história da humanida<strong>de</strong> e a história do indivíduo (ELIAS,<br />

1993: 270).<br />

Consi<strong>de</strong>rações finais<br />

O estudo da história, especificamente, possibilitará também ao pesquisador<br />

averiguar as condições <strong>de</strong> surgimento do governo eletrônico brasileiro. Entendo<br />

condições, no presente contexto, como: a partir <strong>de</strong> que se po<strong>de</strong> falar da existência<br />

<strong>de</strong> um governo eletrônico? Ou ainda, <strong>de</strong> outra forma co<strong>lo</strong>cada por Foucault: “aqui<strong>lo</strong><br />

sem o que e aquém do que não se po<strong>de</strong> conhecer” (FOUCAULT, 1981: 84).<br />

Finalmente, a observação, além <strong>de</strong> os ouvidos e a percepção <strong>de</strong> pesquisador<br />

po<strong>de</strong>m ajudar a ver fenômenos e relações que nem me eram intuídas. Naqui<strong>lo</strong> que<br />

Gaskell & Bauer enfaticamente <strong>de</strong>claram que “um indicador <strong>de</strong> relevância <strong>de</strong><br />

qualquer pesquisa <strong>de</strong>ve ser seu va<strong>lo</strong>r <strong>de</strong> surpresa” (GASKELL & BAUER: 2002:<br />

486). E, nesse sentido, po<strong>de</strong> até levar a pesquisa a outros rumos, outras direções.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

BECKER, Howard, 1997, Métodos <strong>de</strong> pesquisa em ciências sociais, São Pau<strong>lo</strong>:

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