Etnografías de lo digital - UNED
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III Congreso Online - Observatorio para la Cibersociedad<br />
‘Conocimiento abierto, Sociedad libre’<br />
48<br />
<strong>Etnografías</strong> <strong>de</strong> <strong>lo</strong> Digital<br />
Grupo <strong>de</strong> trabajo<br />
A partir dos anos 70 surgem as tecno<strong>lo</strong>gias ví<strong>de</strong>o e os computadores. Estes<br />
tornaram-se sucessivamente mais baratos, acaessivies, rápidos, potentes,<br />
interconectados e capazes <strong>de</strong> reunir num único media as tecno<strong>lo</strong>gias <strong>de</strong><br />
comunicação 38 e <strong>de</strong> representação. Estes constituem pois uma continuida<strong>de</strong> e um<br />
potencial avanço na medida em que incorporam potencialmente todos os media<br />
anteriores, diluem as especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada um, facilitam a intertextualida<strong>de</strong> e<br />
mestiçagem das linguagens anteriores (Shohat e Stam, 2002). Assim as novas<br />
tecno<strong>lo</strong>gias digitais e o hipertexto/hipermédia constituem uma forma, porventura<br />
mais eficaz, <strong>de</strong> integração da antropo<strong>lo</strong>gia visual com a antropo<strong>lo</strong>gia e da<br />
antropo<strong>lo</strong>gia com a antropo<strong>lo</strong>gia visual; das imagens, sons e audiovisuais com a<br />
escrita; dos filmes com a reflexão teórica – todo o aparelho crítico do filme<br />
(produção, utilização, reflexão teórica).<br />
Os novos media (tecno<strong>lo</strong>gias digitais) abrem novas perspectivas da antropo<strong>lo</strong>gia<br />
visual como a fotografia, ví<strong>de</strong>o e cinema digitais e com edição<br />
multimédia/hipermédia e tornam-na possível pela maior acessibilida<strong>de</strong> dos meios,<br />
mas sobretudo diluem fronteiras e <strong>de</strong>sconfianças. Ao integrar os media anteriores<br />
(áudio-scripto-visuais) diluiu as fronteiras, alargou seus utilizadores, solidificou bases<br />
teóricas e epistemológicas, dissolveu as <strong>de</strong>sconfianças entre as representações<br />
escrita e imagética. As práticas tradicionais da etnografia – investigação,<br />
museo<strong>lo</strong>gia, escrita, sonora, visual, audiovisual, caminham numa perspectiva <strong>de</strong><br />
integração. Assim os métodos <strong>de</strong> investigação são cada vez mais metodo<strong>lo</strong>gias e<br />
tecno<strong>lo</strong>gias <strong>de</strong> investigação, <strong>de</strong> disseminação <strong>de</strong> saberes, <strong>de</strong> criação e<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecimento, <strong>de</strong> reflexivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />
“inteligência colectiva”.<br />
Po<strong>de</strong>remos dizer que a socieda<strong>de</strong> do conhecimento inclui formas <strong>de</strong> compreensão e<br />
comunicação informatizadas, e também ensaios alternativos <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> política<br />
presencial, neocomunitária, e ainda usos heterodoxos das tecno<strong>lo</strong>gias <strong>de</strong> ponta –<br />
Internet, telefones celulares, bancos <strong>de</strong> dados – para promover formas <strong>de</strong><br />
sociabilida<strong>de</strong> e organização alheias à aliança <strong>de</strong> tecno<strong>lo</strong>gia-informação-mercados. É<br />
esta perspectiva que abordaremos a seguir como novo campo <strong>de</strong> observação e<br />
análise da antropo<strong>lo</strong>gia e da antropo<strong>lo</strong>gia visual.<br />
3. Antropo<strong>lo</strong>gia da socieda<strong>de</strong> (e dos artefactos) <strong>digital</strong><br />
Canclini, 2004:193<br />
O terceiro tópico <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta reflexão aponta para o que po<strong>de</strong>remos<br />
<strong>de</strong>nominar antropo<strong>lo</strong>gia da socieda<strong>de</strong> <strong>digital</strong>. Situamos esta temática no quadro<br />
geral da antropo<strong>lo</strong>gia contemporânea e da antropo<strong>lo</strong>gia da comunicação visual<br />
<strong>digital</strong>, tendo como objecto <strong>de</strong> estudo a socieda<strong>de</strong> e a cultura digitais<br />
contemporâneas.<br />
Antropo<strong>lo</strong>gia da socieda<strong>de</strong> <strong>digital</strong> visa estudar as relações entre o homem e a<br />
tecno<strong>lo</strong>gia na era <strong>digital</strong>. Trata-se <strong>de</strong> um tema clássico da antropo<strong>lo</strong>gia –<br />
antropo<strong>lo</strong>gia e tecno<strong>lo</strong>gia, <strong>de</strong>senvolvida sobretudo a partir das tecno<strong>lo</strong>gias<br />
38 Na realida<strong>de</strong> só partir dos anos 90 do sécu<strong>lo</strong> XX as tecno<strong>lo</strong>gias digitais estão realmente disponíveis para o<br />
garn<strong>de</strong> público: ví<strong>de</strong>o <strong>digital</strong> (1993), comercialização do DVD Internet para o gran<strong>de</strong> público, portas USB: 12<br />
mbps e fire wire IEEE1394: 400 mbps (1995), Portas USB 2.0: 480 mbps e fire wire IEEE1394.b: 800 mbps<br />
(2001), Primeiros computadores pessoais <strong>de</strong> 64 bits (2003) Banda larga na Internet (2004) Banda larga móvel<br />
(2006).