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Etnografías de lo digital - UNED

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III Congreso Online - Observatorio para la Cibersociedad<br />

‘Conocimiento abierto, Sociedad libre’<br />

44<br />

<strong>Etnografías</strong> <strong>de</strong> <strong>lo</strong> Digital<br />

Grupo <strong>de</strong> trabajo<br />

Os caminhos a percorrer, na criação <strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong><strong>lo</strong>s e utilização <strong>de</strong> recursos na<br />

formação em antropo<strong>lo</strong>gia, passam por uma estreita colaboração entre os<br />

professores e os especialistas em tecno<strong>lo</strong>gias ou pela formação dos antropó<strong>lo</strong>gos 34<br />

em tecno<strong>lo</strong>gias (a antropo<strong>lo</strong>gia visual <strong>de</strong>senvolveu no âmbito da utilização da<br />

fotografia e do cinema estas duas formas) e pela centralida<strong>de</strong> da investigação (do<br />

processo <strong>de</strong> investigação – do terreno ao texto, ao discurso) ou <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

projectos no processo <strong>de</strong> aprendizagem. Reforçamos assim a inseparabilida<strong>de</strong> entre<br />

a investigação e o ensino mesmo que esta crie nas instituições e na provável atitu<strong>de</strong><br />

dos alunos algumas turbulências ou mudanças profundas (número <strong>de</strong> alunos,<br />

compatibilização entre a investigação e o ensino, capital humano e tecnológico,<br />

autorida<strong>de</strong> do professor, responsabilida<strong>de</strong> do estudante, mentalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>corrente do<br />

processo autoritário <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> saber).<br />

Embora a antropo<strong>lo</strong>gia utilize uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> métodos (e técnicas) <strong>de</strong><br />

pesquisa, o trabalho <strong>de</strong> campo e a observação participante continuam a ocupar uma<br />

insubstituível centralida<strong>de</strong> a que os estudantes só residualmente ace<strong>de</strong>m. Acresce<br />

ainda que esta activida<strong>de</strong> central no processo <strong>de</strong> pesquisa é, por si só, responsável<br />

por uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação (dados) susceptível <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rem ser<br />

utilizados pe<strong>lo</strong>s estudantes como recursos <strong>de</strong> aprendizagem: notas interactivas <strong>de</strong><br />

campo, entrevistas visuais (ví<strong>de</strong>o), fotografias, diários <strong>de</strong> campo, ligações (links) a<br />

arquivos digitais e à literatura secundária, organizadas <strong>de</strong> forma interactiva. Assim<br />

as notas interactivas <strong>de</strong> campo serão tópicos navegáveis, que permitam aos<br />

estudantes <strong>de</strong>scobrir processos pe<strong>lo</strong>s quais os dados brutos <strong>de</strong> campo são<br />

transformados pela análise e síntese em formas publicáveis; as ligações à literatura<br />

existente serão estabelecidas pelas notas <strong>de</strong> campo, tornando explícita a pertinência<br />

da etnografia específica <strong>de</strong>, por exemp<strong>lo</strong>, uma cena da vida familiar quotidiana, a<br />

utilização <strong>de</strong> um jogo, uma prática ritual com o <strong>de</strong>bate teórico. Também as diversas<br />

inscrições <strong>de</strong> terreno – fotografias digitais, entrevistas em ví<strong>de</strong>o, diários e notas <strong>de</strong><br />

campo, música, mo<strong>de</strong><strong>lo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> investigação po<strong>de</strong>rão ser utilizados <strong>de</strong> modo a<br />

permitir que os estudantes preparem melhor os seus trabalhos, adquiram o mais<br />

aprofundadamente possível a experiência <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> campo em antropo<strong>lo</strong>gia e<br />

criem ferramentas (conceptuais e tecnológicas) que lhes permitam <strong>de</strong>senvolver o<br />

seu trabalho <strong>de</strong> campo, i<strong>de</strong>ntificar problemáticas, criar instrumentos analíticos <strong>de</strong><br />

uma maneira mais activa (interactiva), mais pertinente, mais significativa.<br />

Remeter-nos-á este mo<strong>de</strong><strong>lo</strong> para paradigmas antropológicos epistemológicos<br />

específicos ou será aplicável a qualquer mo<strong>de</strong><strong>lo</strong> <strong>de</strong> investigação?<br />

Antropo<strong>lo</strong>gia <strong>digital</strong> e paradigmas <strong>de</strong> investigação em antropo<strong>lo</strong>gia<br />

Numa primeira abordagem, este mo<strong>de</strong><strong>lo</strong> <strong>de</strong> aprendizagem, parece remeter-nos para<br />

as influências <strong>de</strong> Writing Culture (Clifford e Marcus, 1986 e <strong>de</strong> Anthropo<strong>lo</strong>gy as<br />

comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prática <strong>de</strong>senvolvido por Jean Lave e Etienne Wenger (1991) entendido como<br />

processos <strong>de</strong> negociação <strong>de</strong> significado, aprendizagem, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> práticas e formação<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e configurações sociais envolvendo interacções complexas entre o <strong>lo</strong>cal e o g<strong>lo</strong>bal.<br />

Estas apresentam três dimensões: um empenhamento mútuo (mutual engagement); um<br />

empreendimento conjunto (joint enterprise); um reportório partilhado (shared repertoire).<br />

34 Ambos os mo<strong>de</strong><strong>lo</strong>s apresentam vantagens e <strong>de</strong>svantagens. Um favorece a cooperação <strong>de</strong> saberes<br />

e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maiores e mais consistentes <strong>de</strong>senvolvimentos, outra facilita os processos<br />

criativos individuais. Os dois mo<strong>de</strong><strong>lo</strong>s criam formas diversas e complexas <strong>de</strong> negociação e<br />

distribuição/partilha <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res e saberes.

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