demo comunicação e cultura - Centro de Documentação e Pesquisa ...

lemáticas que têm sido pouco estudadas em pesquisas anteriores.
Recomenda-se às escolas que este informe seja tomado como ele-
mento de reflexão para as atividades que estejam desenvolvendo em
relação à reestruturação dos seus processos de formação.
Finalmente, a FELAPACS expressa seu agradecimento à Funda-
ção Konrad Adenauer e à UNESCO, por todo o apoio que têm for-
necido às escolas, particularmente na realização da pesquisa e na
reunião internacional de expertos.
I. ALGUNS PRESSUPOSTOS PARA ABORDAR A PROBLEMÁTICA
DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE COMUNICADORES
SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA
Abordar a problemática das escolas e faculdades de Comunica-
ção na América Latina implica partir, antes de mais nada, da sua
inserção em uma sociedade ou contexto global que converte sua
definição acadêmica em uma mediação das necessidades sociais.
Nesse sentido, o que se coloca é a necessidade de revisar o tipo
de integração que se produz entre a universidade e seu contexto; in-
tegração que tem deixado de fora aspectos como os conflitos sociais,
o desenvolvimento tecnológico, a diversidade de "matrizes culturais"
desde onde se produzem e consomem os processos comunicativos
e, inclusive, o paulatino abandono que tem-se operado na mentali-
dade universitária da necessidade de uma reflexão sobre os formatos
e as linguagens que atuam na indústria cultural,
O desenvolvimento histórico das escolas de comunicação permi-
te-nos verificar como a universidade tem se integrado com aquele
contexto, deixando de lado muitos aspectos importantes. Um primei-
ro tipo de opção acadêmica foi assumido pelas pioneiras escolas
de jornalismo que tentaram capacitar pessoal respondendo uma de-
manda concreta do mercado de trabalho, a partir de um conceito
restrito de comunicação.
Em um segundo momento, a transformação das escolas de jor-
nalismo em faculdades de comunicação permite-nos detectar uma
certa abertura que multiplica ou diversifica o perfil do comunica-
dor ao custo de uma insegurança que desemboca — em muitos ca-
sos — em uma miope percepção das demandas sociais.
Com a ampliação do perfil profissional produz-se uma prolife-
ração de escolas e um terceiro tipo de opção acadêmica caracteri-
zada pelo predomínio dos campos alternativos da comunicação, dei-
xando de lado problemas tão importantes como os da indústria cul-
tural e sua relação com os Meios de Massa. Atualmente, podemos
observar uma abertura desmedida cuja conseqüência tem sido a falta
de definição acadêmica das escolas.
Essa breve retrospectiva do desenvolvimento histórico das esco-
las põe em evidência que a integração entre as universidades e seu
contexto tem se caracterizado, fundamentalmente, por uma fragmen-
tação da totalidade dos processos comunicativos presentes na socie-
dade: a reflexão da problemática comunicativa dentro das escolas
não pode projetar-se sobre apenas um aspecto da realidade, des-
conhecendo sua relação com a totalidade na qual está imersa.
Desde essa perspectiva faz-se necessário elaborar uma tipologia
das escolas de comunicação no continente. Um primeiro passo na
realização de tal trabalho exigiria uma resposta individualizada, isto
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