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demo comunicação e cultura - Centro de Documentação e Pesquisa ...

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mas <strong>de</strong>scansa sobre os ingressos da publicida<strong>de</strong>. ** Não se pc<strong>de</strong>ria<br />

assistir televisão, e nem ouvir a rádio, sem a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comer-<br />

ciais que somos obrigados a engolir, como também não po<strong>de</strong>ríamos<br />

comprar os jornais ao preço que os pagamos, na verda<strong>de</strong>, custam<br />

mais do que Cz$ 3, 4 ou 5.<br />

Como conseqüência, ocorre uma escravidão dos conteúdos a res-<br />

peito das vonta<strong>de</strong>s dos que financiam publicitariamente. É evi<strong>de</strong>nte<br />

que sob este sistema, <strong>de</strong> empresas privadas da <strong>comunicação</strong>, cujos<br />

fregueses são, por sua vez, empresas capitalistas, dificilmente iriam<br />

admitir conteúdos que sejam opostos aos seus interesses, antes pelo<br />

contrário, ten<strong>de</strong>ram a favorecer as informações que ten<strong>de</strong>m a favo-<br />

recê-los e manter a sua situação, isso, se não aparecer outros que<br />

queiram difundir as opiniões contrárias, pagando a tabela que isso<br />

custa. Esperemos pois, para saber, quantos espaços po<strong>de</strong>rá pagar<br />

a UDR, a fim <strong>de</strong> "esclarecer a opinião pública", como foi <strong>de</strong>finido<br />

no último seminário do dia 25/8, e discordar com os seus parcei-<br />

ros industriais no espaço <strong>de</strong>dicado para "rumorar" sobre Reforma<br />

Agrária.<br />

Nesse contexto, fica evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> que todos os conteúdos, antes<br />

que orientados a informar e formar, estão <strong>de</strong>stinados a atrair ao<br />

máximo <strong>de</strong> compradores para o anunciante, ou, para quem paga<br />

os espaços comerciais. Isto faz com que os conteúdos tenham que<br />

ser selecionados, <strong>de</strong> maneira que supostamente satisfaçam a opinião<br />

das maiorias, embora mediocremente, além <strong>de</strong> causarem uma agres-<br />

são <strong>cultura</strong>l, como já se argumentou, quando ao tratar <strong>de</strong> "<strong>de</strong>sen-<br />

volver" a "opinião pública" apresenta materiais que respon<strong>de</strong>m a<br />

parâmetros e arquétipos fabricados ou elaborados nos centros co-<br />

merciais e industriais <strong>de</strong> outros países, via colonialismo intelectual<br />

(os profissionais da propaganda).<br />

Sob essa perspectiva, fica a <strong>de</strong>scoberto uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência<br />

que os conteúdos das mensagens massivas apresentam em relação aos<br />

seus diversos públicos, principalmente aos setores camponeses, que<br />

se por um lado, sentem-se motivados, por outro, estão completa-<br />

mente <strong>de</strong>fasados economicamente, ao mesmo tempo em que estão<br />

subinformados, não enten<strong>de</strong>ndo interesses estruturais e globais para<br />

eles. como classe, mas uma atomização <strong>cultura</strong>l e social, provenien-<br />

te da própria conjuntura, dificultando a sua organização, gerência<br />

e produção <strong>de</strong> <strong>cultura</strong> etc.<br />

O recente processo <strong>de</strong> Reforma Agrária permite evi<strong>de</strong>nciar, mes-<br />

mo que num primeiro instante, através <strong>de</strong> notas preliminares, a <strong>de</strong>fi-<br />

ciência; um jornalismo mais sério, com uma vocação informativa e<br />

equânime, já <strong>de</strong>veria ter promovido, ou <strong>de</strong>veria promover <strong>de</strong>bates aber-<br />

tos, tratando <strong>de</strong> incorporar as opiniões <strong>de</strong> todos os setores. Antes<br />

pelo contrário, a diferenciação e os rumos da cobertura sobre os<br />

diversos fenômenos que envolve a Reforma Agrária, antes e <strong>de</strong>pois<br />

da assinatura dos <strong>de</strong>cretos, contribuem muito na origem do rumor,<br />

ao mesmo tempo em que ten<strong>de</strong>m a confundir a chamada opinião<br />

pública.<br />

É evi<strong>de</strong>nte que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> nossa ótica não existe a "opinião pública", ou<br />

é quase impossível <strong>de</strong> existir sob esse sistema <strong>de</strong> <strong>comunicação</strong> <strong>de</strong> mas-<br />

sa. Mas o que existem são consensos grupais que ao aflorar publi-<br />

camente por algum ou vários sistemas <strong>de</strong> <strong>comunicação</strong> <strong>de</strong> massa,<br />

tornam-se públicos. Na maioria das vezes, essa opinião pública não<br />

é mais do que uma reduzida e conveniente amostra <strong>de</strong> opiniões par-<br />

ticulares ou parciais, que chega até as maiorias sem margem real <strong>de</strong><br />

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