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A Comunicação da Reforma
Agrária: desinformação
e rumores*
Hugo Gonzalez Vela **
No Brasil, a assinatura dos 37 decretos de desapropriação de
terras, em 12 estados do país, juntando-se às declarações do ex-mi-
nistro Dante de Oliveira, i de que "A Reforma Agrária é uma de-
terminação do presidente que não está apenas no papel", e pouco
tempo depois, o lançamento do "pacote verde", 2 numa perspectiva
de Transformação Agrária, no modelo da Nova República (trans-
formação nacional?) tem repercutido muito na realidade nacional,
fazendo aflorar um quadro de constante injustiça, evidenciando-se
mais as contradições de classe. O resto é uma montoeira de acon-
tecimentos, rumores, discussões jornalísticas, cada um, desde a sua
perspectiva, segundo os seus interesses e com a informação de que
dispõe, trata de situar-se.
Parece ser, que à medida que se aprofundam as discussões e
proposições dos diversos segmentos envolvidos, a poeira tende a au-
mentar. E isto parece apenas começar, a julgar pela extrema si-
milaridade do processo com outras experiências latino-americanas,
evidentemente com um acréscimo de elementos modernizantes. O pro-
blema situa-se no ponto mais crucial para a vida da nação: a pos-
se da terra e suas relações de trabalho.
É evidente que não só os elementos ligados ao setor agrário
pressupõem o desenvolvimento de um país, uma vez que para que
isso aconteça é necessário aglomerar a totalidade dos elementos
de uma sociedade, isto é, processos, estruturas, e relações que nem
sempre são perceptíveis a olho nu. Noutras palavras, é necessá-
ria uma luneta graduada para poder perceber.
♦ Documento apresentado no painel "Dimensões do Novo Desenvol-
vimento" do Congresso INTERCOM/86, realizado de 01 a 05.09, em São Paulo.
•* Mestre em Extensão Rural, Professor e Coordenador do Curso Su-
perior de Cooperativismo da Universidade Federal de Santa Maria — RS.
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