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demo comunicação e cultura - Centro de Documentação e Pesquisa ...

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-graduação não <strong>de</strong>ve ser vista unicamente como um plano <strong>de</strong> estu-<br />

dos, mas também como um espaço <strong>de</strong> pesquisa e difusão, ativida-<br />

<strong>de</strong>s essenciais para uma universida<strong>de</strong> que realmente pretenda sê-lo.<br />

O que se quer é <strong>de</strong>stacar o fato <strong>de</strong> que os cursos <strong>de</strong> pós-gradua-<br />

ção <strong>de</strong> nossos paises, com freqüência, respon<strong>de</strong>m mais ao volunta-<br />

rismo do que a uma análise séria do campo <strong>de</strong> trabalho — que não<br />

o mercado — que esperam respon<strong>de</strong>r.<br />

O afã cientifico não <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>sligar-se da realida<strong>de</strong> concreta se<br />

não quiser cair nos três ismos <strong>de</strong>scritos por Daniel Prieto: o teori-<br />

cismo, o tecnicismo e o verbalismo. E assim como se tem que re-<br />

conhecer as contribuições que tem feito o programa, <strong>de</strong>ve-se tam-<br />

bém reconhecer seus <strong>de</strong>feitos.<br />

E o primeiro e maior <strong>de</strong>les, a meu ver, é o divórcio que se <strong>de</strong>u<br />

entre o meio acadêmico da <strong>comunicação</strong> e o meio profissional da<br />

mesma; a divisão drástica e absurda entre teoria e práxis.<br />

Esta separação não só tem custado o afastamento <strong>de</strong> profissio-<br />

nais sumamente valiosos (os melhores egressos da licenciatura ge-<br />

ralmente não querem saber <strong>de</strong> pós-graduação), como tem freado o<br />

avanço da própria pesquisa, <strong>de</strong> tanto que se fecha em cubículos e<br />

discussões <strong>de</strong> salão (per<strong>de</strong>ndo com isso as contribuições que na bus-<br />

ca da especificida<strong>de</strong> do comunicativo po<strong>de</strong>m trazer os profissionais).<br />

A tudo isso há que acrescentar uma contradição a mais que se<br />

<strong>de</strong>u na criação do Mestrado da Iberoamericana: o atrito entre os<br />

humanistas e os funcionalistas, e que significou uma rica discussão<br />

por uma parte, e uma divisão <strong>de</strong> recursos e esforços por outra.<br />

O primeiro programa foi, pois, o resultado <strong>de</strong> uma negociação<br />

que se traduziu em duas especializações: <strong>comunicação</strong> e <strong>de</strong>senvolvi-<br />

mento, que impulsionou a corrente humanista; e <strong>comunicação</strong> orga-<br />

nizacional, que impulsionou a corrente funcionalista. Antes, po-<br />

rém, as tendências não eram tão claras como os nomes indicam.<br />

A falta <strong>de</strong> recursos, a formação diversificada dos professores e<br />

os distintos projetos em pugna trouxeram confusão, mas também<br />

riqueza temática e <strong>de</strong> enfoques. Marxistas, semiólogos e humanis-<br />

tas lutavam entre si para impor seus projetos ou, pelo menos, pa-<br />

ra manter seus espaços, enquanto que a linha predominante — e não<br />

a única — era o funcionalismo.<br />

Esta etapa, que po<strong><strong>de</strong>mo</strong>s qualificar <strong>de</strong> arranque, se caracterizou<br />

por contar com poucos estudantes e escassa influência no meio pro-<br />

fissional. Porém, impulsionou a pesquisa, que era praticamente nula<br />

no Departamento que <strong>de</strong>u origem ao programa; trouxe uma maior<br />

preocupação pelo rigor metodológico; e trouxe novas áreas temá-<br />

ticas, algumas truncadas posteriormente, como os estudos <strong><strong>de</strong>mo</strong>grá-<br />

ficos e a <strong>comunicação</strong>. Dela ficaram as cátedras: "Comunicação So-<br />

cial e Desenvolvimento Cultural", "A Comunicação no Pensamento<br />

Contemporâneo" e "Projetos <strong>de</strong> Desenvolvimento e Estratégias <strong>de</strong><br />

Comunicação", que formam a trilogia básica do atual programa e<br />

que constituem já uma tradição nesta pós-graduação.<br />

CRISE E REESTRUTURAÇÃO<br />

Passado o entusiasmo inicial, os magros resultados com relação<br />

à formação <strong>de</strong> mestres (que se traduziram em baixo ingresso <strong>de</strong> es-<br />

tudantes, alta <strong>de</strong>serção e paupérrima porcentagem <strong>de</strong> titulados),<br />

trouxeram consigo uma crise interna, que se agravou ao combinar<br />

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