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demo comunicação e cultura - Centro de Documentação e Pesquisa ...

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tas para enfrentarem a turbulên-<br />

cia.<br />

O trabalho <strong>de</strong> Gracioso repete,<br />

no entanto, a mesma omissão <strong>de</strong><br />

outros textos <strong>de</strong> marketing, quan-<br />

do se refere aos canais <strong>de</strong> comu-<br />

nicação empregados no setor. Pra-<br />

ticamente ignora o suporte indis-<br />

pensável da assessoria <strong>de</strong> impren-<br />

sa, das técnicas <strong>de</strong> relações públi-<br />

cas e dá as costas ao marketing<br />

institucional (marketing <strong>cultura</strong>l,<br />

esportivo, comunitário etc). Essa<br />

é uma falha que, embora não ex-<br />

clusiva <strong>de</strong> Gracioso, é mais sen-<br />

tida em seu texto face ao enfo-<br />

que mo<strong>de</strong>rno que o caracteriza.<br />

É preciso lembrar o caso das<br />

empresas fabricantes <strong>de</strong> cigarros<br />

(Souza Cruz, Reynolds e Philip<br />

Morris) que exatamente há um<br />

ano não anunciam, valendo-se <strong>de</strong><br />

canais alternativos e sobretudo da<br />

assessoria <strong>de</strong> imprensa para con-<br />

tinuarem presentes junto ao con-<br />

sumidor, inclusive para lançar no-<br />

vos produtos. Não se po<strong>de</strong> igno-<br />

rar também o esforço <strong>de</strong> alguns<br />

anunciantes que têm investido pe-<br />

sadamente nas estratégias <strong>de</strong> mar-<br />

keting institucional visando a re-<br />

forçar a marca e a imagem (afi-<br />

nal <strong>de</strong> contas, a lei Sarney, apesar<br />

das restrições que po<strong>de</strong>m ser fei-<br />

tas a ela, veio para ficar).<br />

A literatura brasileira <strong>de</strong> mar-<br />

keting ainda não se <strong>de</strong>bruçou so-<br />

bre o fenômeno da <strong>comunicação</strong><br />

institucional e tem insistido em<br />

pensar a <strong>comunicação</strong> apenas co-<br />

mo instrumento (ou complemen-<br />

to) direto do setor <strong>de</strong> vendas.<br />

O trabalho <strong>de</strong> Gracioso, apesar<br />

<strong>de</strong>sta omissão, tem inúmeras vir-<br />

tu<strong>de</strong>s. Com certeza, trata-se <strong>de</strong><br />

referência obrigatória para estu-<br />

dantes, profissionais e estudiosos<br />

<strong>de</strong> marketing, propaganda, publi-<br />

cida<strong>de</strong>, <strong>comunicação</strong> em geral. Na<br />

prática, reforça a contribuição do<br />

autor à área e integra-se ao seu<br />

conjunto <strong>de</strong> obras, todas elas bas-<br />

tante apreciadas pelo mercado.<br />

Wilson da Costa Bueno<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

Jornal <strong>de</strong> Favela Também<br />

é História<br />

MOREL, Marco — Jornalismo<br />

Popular nas Favelas Cario-<br />

cas. Rio <strong>de</strong> Janeiro, RioArte,<br />

1986, 142 pp.<br />

Em Jornalismo Popular nas Fa-<br />

velas Cariocas, Marco Morei es-<br />

tuda os jornais populares produzi-<br />

dos em favelas da zona sul do Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro. Além <strong>de</strong> medir e ana-<br />

lisar exemplares <strong>de</strong>sses jornais, ele<br />

discute a <strong>cultura</strong> das favelas, a<br />

violência e a preocupação das As-<br />

sociações <strong>de</strong> Moradores no com-<br />

bate a criminalida<strong>de</strong>, a relação da<br />

"gran<strong>de</strong> imprensa" e a imprensa<br />

<strong>de</strong> favelas e outros modos do po-<br />

vo se comunicar.<br />

Os jornais nas favelas cariocas<br />

emergem no contexto dos movi-<br />

mentos populares que começam a<br />

se organizar na segunda meta<strong>de</strong><br />

da década <strong>de</strong> 70, como instrumen-<br />

tos <strong>de</strong> luta. Nas favelas da zona<br />

sul do Rio o maior número <strong>de</strong>s-<br />

ses jornais existem nos anos 1980<br />

e 1981, num total <strong>de</strong> 10. Algumas<br />

características da imprensa <strong>de</strong> fa-<br />

vela são: é feita por moradores<br />

das favelas, impressa em mimeó-<br />

grafo, circulação local e a maior<br />

parte dos temas são locais ou co-<br />

mo diz o autor "os jornais fave-<br />

lados falam quase que exclusiva-<br />

mente da própria comunida<strong>de</strong>".<br />

Os dados mais significativos auan-<br />

to ao espaço dos jornais: o espa-<br />

ço <strong>de</strong>dicado à própria comunida-<br />

<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 85% e para outras comu-<br />

nida<strong>de</strong>s 3,2 0 /o. Os temas nacio-<br />

nais ocupam 4,3% do espaço, a ci-<br />

da<strong>de</strong> 1,1% e assuntos internacio-<br />

nais 0,5% do total. Quanto ao es-<br />

paço ocupado por instituições, "ga-<br />

nham disparado as instituições<br />

comunitárias (Associações <strong>de</strong> Mo-<br />

radores, Pastoral <strong>de</strong> Favelas, Fa-<br />

ferj etc), ocupando 60% do es-<br />

paço dos jornais: 25% é <strong>de</strong> críti-<br />

tica a essas instituições. 15% <strong>de</strong> in-<br />

centivo e 20% <strong>de</strong> reivindicação e<br />

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