demo comunicação e cultura - Centro de Documentação e Pesquisa ...

é, que cada escola refletisse sua relação com o contexto em aspec-
tos tais como:
— Crise na educação, especialmente do sistema universitário;
— Pressão do mercado de trabalho. O que implicaria um estudo da
demanda econômica;
— Estudo das políticas de seleção e admissão dos estudantes;
— Estudo da capacidade de absorção dos meios;
— Análise do mercado "potencial" para identificar novas necessi-
dades;
— Estudo do campo de trabalho dos formados.
O conteúdo de uma resposta acadêmica às demandas do contex-
to poderia ser pensado, num primeiro momento, partindo-se dos ní-
veis de formação. Uma divisão integrada do trabalho desenvolvido
pelas graduações e as pós-graduações permitiria confrontar diversos
aspectos da problemática comunicacional global, de uma maneira
complementaria e especializada. E surge, então, uma preocupação
fundamental: Como e onde colocar o trabalho dos dois níveis de
formação?
a) O específico na graduação
No caso da Graduação, o trabalho deve ser pensado desde o
sistema comunicacional, entendido como referente histórico mas re-
cuperando outros usos diferentes aos já estabelecidos.
A formação na Graduação deve fornecer ao estudante noções do
funcionamento dos meios como resultado de um modelo configu-
rado historicamente. Nesse processo de reconhecimento, o aluno de-
verá assumir a existência de outros processos de comunicação que
gestam-se em outros contextos e níveis e que não se esgotam na sua
relação com o sistema comunicacional hegemônico.
Dessa maneira, o estudante poderá identificar as possibilidades
de fazer outros usos diferentes aos já estabelecidos, recuperando,
para tal propósito, a criatividade e a sensibilidade dirigidas a uma
produção alternativa. Promover a criatividade coloca o desafio de
trabalhar a pesquisa como estratégia metodológica do processo en-
sino-aprendizagem. A prática da pesquisa na Graduação não pode
se reduzir à aplicação de "fórmulas" de conhecimento; é preciso que
ela seja pensada na produção, entendendo-se essa produção como
espaço e objeto de pesquisa.
A pesquisa-pensada desde essa perspectiva deve assumir a plu-
ralidade de modos de comunicação:
— Modos por "matrizes culturais" étnicas, de classe, regionais e lo-
cais;
— Modos a partir de universos massivos, comunitários, municipais
etc. (Essa postura exige deixar de lado a oposição entre o po-
pular e o massivo.);
— Modos a partir das diferentes práticas educativas, organizacionais,
políticas etc.
Nesse sentido, o processo da formação será entendido como uma
progressão que vai desde o aprendizado dos diferentes modos, meios
e processos de comunicação — derivado da integração disciplinas e
laboratórios — até uma fase de produção que se vincule à solução
de problemas ou demandas sociais específicas.
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