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demo comunicação e cultura - Centro de Documentação e Pesquisa ...

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Relações públicas na área sindical<br />

Uma gran<strong>de</strong> alternativa para as Relações Públicas é a atuação<br />

junto aos sindicatos <strong>de</strong> trabalhadores, organizações que ganham for-<br />

ça num regime <strong><strong>de</strong>mo</strong>crático e representam uma solução para uni-<br />

ficar as reivindicações dos assalariados.<br />

É evi<strong>de</strong>nte que aqui <strong>de</strong>vemos nos libertar <strong>de</strong> certos conceitos tra-<br />

dicionais <strong>de</strong> Relações Públicas e vestir outra camisa, a das classes<br />

menos favorecidas, subordinadas aos interesses do capital. Para<br />

isso, é preciso que conheçamos um pouco da história e da vida dos<br />

sindicatos brasileiros.<br />

Segundo Roque Silva, estes nasceram da necessida<strong>de</strong> sentida pe-<br />

los trabalhadores <strong>de</strong> se organizarem para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r seus interesses<br />

enquanto assalariados. 4<br />

Suas lutas, no Brasil, têm sido marcadas por intervenções con-<br />

tinuas do Estado, principalmente em <strong>de</strong>terminados períodos, quando,<br />

por meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>cretos, se eliminavam sua liberda<strong>de</strong> e autonomia, <strong>de</strong>s-<br />

viando-se os seus objetivos básicos para o assistencialismo e a <strong>de</strong>s-<br />

mobilização da classe trabalhadora.<br />

Referindo-se aos anos posteriores a 1964, Ricardo Antunes <strong>de</strong>-<br />

monstra como o regime autoritário redimensionou o movimento sin-<br />

dical brasileiro, fazendo <strong>de</strong>le um instrumento da "paz social". Se-<br />

cundo o autor, "reforçou-se, através <strong>de</strong> novos instrumentos legais,<br />

o papel do sindicato como mero órgão assistencialista e <strong>de</strong> agente<br />

intermediário entre o Estado e a classe trabalhadora", B E as li<strong>de</strong>-<br />

ranças anteriores viram-se transformadas em li<strong>de</strong>ranças administra-<br />

tivas, acrescenta Sarah Chucid da Viá.« Nesse período, segundo<br />

Roque Silva, "a legislação esvazia os sindicatos <strong>de</strong> toda represen-<br />

tativida<strong>de</strong>, convertendo-os em entida<strong>de</strong>s amorfas, capacitadas apenas<br />

para mediar os conflitos. Nessas condições, torna-se enormemente<br />

difícil qualquer tentativa mais eficaz <strong>de</strong> luta pela autonomização,<br />

visto que sua fonte básica <strong>de</strong> legitimação é o próprio Estado, que<br />

lhes outorga não apenas os meios financeiros mas também, ao reco-<br />

nhecer uma associação conce<strong>de</strong>ndo-lhe a 'carta sindical', o direito<br />

<strong>de</strong> mobilizar a representação <strong>de</strong> uma categoria <strong>de</strong> trabalhadores". ?<br />

Mas aos poucos as coisas tornariam a mudar. "Navegando con-<br />

tra essa maré, o sindicalismo brasileiro vive, atualmente, mais uma<br />

vez, expectativas quanto ao seu <strong>de</strong>senvolvimento, abertas com lutas<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adas em 77/78", diz Roque Silva. 8<br />

E hoje, com a Nova República e novas medidas do Ministério<br />

do Trabalho com relação à autonomia e à liberda<strong>de</strong> sindical e com<br />

o fim das intervenções nos sindicatos, está-se caminhando para um<br />

revigoramento dos movimentos sindicais. Esses passam por trans-<br />

formações sociais, políticas e econômicas que exigirão novos canais<br />

<strong>de</strong> <strong>comunicação</strong> com os diversos públicos.<br />

Cabe aqui um importante papel às Relações Públicas, que encon-<br />

tram nessas organizações um novo campo <strong>de</strong> trabalho a ser explo-<br />

rado pelos profissionais da área. Só no Estado <strong>de</strong> São Paulo, por<br />

exemplo, temos mais <strong>de</strong> setecentos sindicatos <strong>de</strong> trabalhadores.<br />

Trata-se, segundo Nicole Blouin, <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver as relações in-<br />

ternas, que "<strong>de</strong>vem favorecer a <strong>comunicação</strong> entre os funcionários,<br />

a administração do sindicato e os sindicalizados", 9 usando-se para<br />

tanto todos os instrumentos postos à disposição, a fim <strong>de</strong> fazer os<br />

membros participarem <strong>de</strong> maneira mais ativa na vida <strong>de</strong> seu sindi-<br />

cato. "Resta todavia um vasto campo a explorar neste domínio", diz<br />

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