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demo comunicação e cultura - Centro de Documentação e Pesquisa ...

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Sentinelas da Liberda<strong>de</strong>:<br />

jornalismo <strong>de</strong> comabte<br />

Marco Morei *<br />

Em 1988 fará 150 anos a morte do jornalista Cipriano Barata.<br />

Muita gente tem direito <strong>de</strong> perguntar: quem foi este personagem, o<br />

que ele fez e escreveu?<br />

O trabalho a seguir é parte <strong>de</strong> uma pesquisa que está sendo <strong>de</strong>-<br />

senvolvida, cujo titulo provisório é Cipriano Barata, o outro lado<br />

da in<strong>de</strong>pendência, um esboço biográfico situando a trajetória do in-<br />

divíduo no chamado processo da "in<strong>de</strong>pendência" do Brasil, entre<br />

fins do século XVIII e começo do XIX.<br />

Cipriano José Barata <strong>de</strong> Almeida (Salvador, 1762-Natal, 1883)<br />

<strong>de</strong>stacou-se como um dos pioneiros da imprensa brasileira, editando<br />

seu periódico Sentinela da Liberda<strong>de</strong> até mesmo das prisões em que<br />

se achava, <strong>de</strong>tido sempre por "crime" <strong>de</strong> opinião ou rebelião. Tais<br />

escritos eram vinculados às ativida<strong>de</strong>s do autor, que envolveu-se em<br />

diversos movimentos como Conjuração Baiana, República <strong>de</strong> 1817,<br />

Cortes <strong>de</strong> Lisboa, Assembléia Constituinte <strong>de</strong> 1823, Confe<strong>de</strong>ração do<br />

Equador, além <strong>de</strong> manifestações contra o Imperador e motins da<br />

Regência. Nestes primórdios do jornalismo brasileiro <strong>de</strong>stacaram-<br />

-se figuras como Hipólito da Costa, Gonçalves Ledo, Evaristo da<br />

Veiga, Augusto May, Frei Caneca, Libero Badaró, Soares Lisboa, en-<br />

tre outros. Nenhum, entretanto, teve atuação ao mesmo tempo tão<br />

<strong><strong>de</strong>mo</strong>rada, intensa e aci<strong>de</strong>ntada: e nenhum, também, é tão pouco<br />

reconhecido pela historiografia oficial. O alcance <strong>de</strong> suas propos-<br />

tas para o país que nascia era surpreen<strong>de</strong>nte: propunha a extinção<br />

do aparelho repressivo colonial, o fim da escravidão, além <strong>de</strong> in-<br />

centivar os primeiros manifestos femininos e Comitê <strong>de</strong> Anistia. Co-<br />

mo se não bastasse, usava roupas consi<strong>de</strong>radas exóticas e tinha ca-<br />

belos longos, até os ombros. Com esta postura <strong>de</strong> questionar a or-<br />

<strong>de</strong>m escravista e colonial (que não foi rompida em 1822), Cipriano<br />

tornou-se um dos principais lí<strong>de</strong>res dos chamados "radicais" da In-<br />

<strong>de</strong>pendência, que se contrapunham ao nacionalismo conservador dos<br />

* Bacharel em Jornalismo pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Bio <strong>de</strong> Ja-<br />

neiro (UFRJ). Mestrando em História na UPRJ e pesquisador do <strong>Centro</strong><br />

<strong>de</strong> Memória da Associação Brasileira <strong>de</strong> Imprensa (ABI).<br />

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