12.04.2013 Views

demo comunicação e cultura - Centro de Documentação e Pesquisa ...

demo comunicação e cultura - Centro de Documentação e Pesquisa ...

demo comunicação e cultura - Centro de Documentação e Pesquisa ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

vel na parte final da introdução,<br />

com o pensamento <strong>de</strong> autores co-<br />

mo Baudrillard, que, passível <strong>de</strong><br />

ser incluído no grupo que Haber-<br />

mas tem chamado dos "jovens<br />

conservadores", tem assinalado<br />

o comportamento ao mesmo tem-<br />

po ambíguo e perverso das mas-<br />

sas com relação ao po<strong>de</strong>r em nos-<br />

sa socieda<strong>de</strong>. Ciro Marcon<strong>de</strong>s<br />

ataca a idéia <strong>de</strong> que as classes su-<br />

balternas se opõem espontanea-<br />

mente, <strong>de</strong>vido a sua posição estru-<br />

tural na socieda<strong>de</strong>, às relações<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r estabelecidas pelo capi-<br />

tal, <strong>de</strong>scobrindo nelas "uma es-<br />

trutura suporte baseada na dife-<br />

renciação e no <strong>de</strong>staque", que re-<br />

produz as hierarquias sociais im-<br />

postas pelo capital no seio <strong>de</strong>ssas<br />

classes (122-131). Logo, <strong>de</strong>nuncia<br />

os projetos <strong>de</strong> contrapropaganda<br />

e o uso <strong>de</strong> clichês na linguagem<br />

política que, sob o pretexto <strong>de</strong> di-<br />

minuir a distância entre a políti-<br />

ca e a vida cotidiana, promovem<br />

a <strong>de</strong>spolitização e, indiretamente,<br />

o reforço da política tradicional<br />

(131-139). Finalmente, critica os<br />

prejuízos do economicismo na ex-<br />

plicação do social-histórico, che-<br />

gando mesmo a afirmar que "o<br />

econômico não é sempre o fim",<br />

mas freqüentemente o meio pa-<br />

ra se atingir objetivos fixados por<br />

outro registro. Isto é, "o que es-<br />

tá por trás <strong>de</strong> tudo é o imaginá-<br />

rio" (142).<br />

Em síntese, o autor explora a<br />

idéia <strong>de</strong> que as camadas popula-<br />

res efetivamente <strong>de</strong>positam espe-<br />

ranças e gozam com a <strong>cultura</strong><br />

proposta pelo capital através dos<br />

meios <strong>de</strong> <strong>comunicação</strong>; e que só<br />

há sentido em atuar junto a essas<br />

classes se for da perspectiva da<br />

penetração da indústria <strong>cultura</strong>l<br />

em seu modo <strong>de</strong> vida.<br />

Convém salientar que essas pro-<br />

posições não se encontram em for-<br />

ma acabada. São pontos para dis-<br />

cussão, elementos que ainda ca-<br />

recem <strong>de</strong> sistematização num mo-<br />

<strong>de</strong>lo teórico mais amplo, o que<br />

nos remete ao ponto <strong>de</strong> partida do<br />

autor, na medida em que só por<br />

130<br />

essa via, ao menos nos parece,<br />

po<strong>de</strong>remos avaliar se as perspec-<br />

tivas <strong>de</strong>lineadas no livro, a partir<br />

do enterro do paradigma althusse-<br />

riano e <strong>de</strong> outros — que o autor<br />

não aponta abertamente, mas con-<br />

trapõe a todo momemo, como o<br />

quê se volta basicamente à cultu-<br />

ra popular —, servem para repen-<br />

sar o campo <strong>de</strong> estudos da comu-<br />

nicação social. Com efeito, o uso<br />

<strong>de</strong> categorias como massas e po-<br />

<strong>de</strong>r, à falta <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>finição no<br />

quadro <strong>de</strong> uma teoria social, tem<br />

um conteúdo meramente <strong>de</strong>scriti-<br />

vo, quando não i<strong>de</strong>ológico, como<br />

é o caso do termo massas, ao lon-<br />

go do livro. Em particular, Ciro<br />

Marcon<strong>de</strong>s fica nos <strong>de</strong>vendo a ela-<br />

boração conceituai da categoria<br />

imaginário e dos pressupostos que<br />

permitem sua integração a uma<br />

teoria crítica (<strong>de</strong> cunho herme-<br />

nêutico e explicativo) da socie-<br />

da<strong>de</strong>.<br />

De qualquer forma, Quem Ma-<br />

nipula Quem atesta a presença<br />

<strong>de</strong> um movimento, visível tam-<br />

bém nos últimos escritos <strong>de</strong> Mu-<br />

niz Sodré, em favor da constitui-<br />

ção <strong>de</strong> um novo paradigma no<br />

campo <strong>de</strong> estudos da <strong>comunicação</strong>.<br />

Por isso, é um livro que, seja<br />

para <strong>de</strong>senvolver sua problemáti-<br />

ca, seja para criticar suas perspec-<br />

tivas, se impõe à discussão.<br />

Francisco Rüdiger<br />

Pontifícia Universida<strong>de</strong><br />

Católica do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />

Comunicação Integrada<br />

KUNSCH, Margarida M. Kro-<br />

ling — Planejamento <strong>de</strong> Re-<br />

lações Públicas na Comuni-<br />

cação Integrada. São Pau-<br />

lo, Summus Editorial, 1986,<br />

178 pp.<br />

Na socieda<strong>de</strong> contemporânea, as<br />

Relações Públicas se inscrevem no<br />

processo <strong>de</strong> mudanças exigidas<br />

pelo imperativo das círcunstân-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!