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demo comunicação e cultura - Centro de Documentação e Pesquisa ...

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a em Medicina e Matemática. E justamente quando estava na Eu-<br />

ropa fazendo estes cursos estourou a Revolução Francesa (1789).<br />

Logo, ele sente <strong>de</strong> perto o impacto da mobilização revolucionária,<br />

quando panfletários como Marat e Hérbert, entre outros, produzi-<br />

ram gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> livros, jornais, proclamações, panfletos.<br />

Depois, ele voltaria à Europa pela segunda vez. Deputado às Cortes<br />

<strong>de</strong> Lisboa, quando travou contato com Hipólito da Costa que, em<br />

Londres, publicava seu Correio Braziliense. Barata, inclusive, pu-<br />

blicou um manifesto neste jornal. No Brasil, até 1822, havia pou-<br />

cos jornais, e todos <strong>de</strong> alcance regional ou, então, financiados pelo<br />

governo. Exceção para o Revérhero Constitucional Fluminense, <strong>de</strong><br />

Gonçalves Ledo e Januário Barbosa; o Correio do Rio <strong>de</strong> Janeiro, <strong>de</strong><br />

João Soares Lisboa; e A Malagueta, <strong>de</strong> Luís Augusto May, cuja re-<br />

percussão, entretanto, limitava-se à Corte (Rio <strong>de</strong> Janeiro). De<br />

qualquer maneira, a imprensa estava se tornando um precioso ins-<br />

trumento <strong>de</strong> expressão no pais que nascia.<br />

3. CARACTERÍSTICAS DO PASQUIM<br />

A imprensa <strong>de</strong>ste tempo, fosse qual fosse o posicionamento po-<br />

lítico, era pré-industrial, artesanal. Na agitação <strong>de</strong>ste período <strong>de</strong><br />

ruptura com o domínio português, surgiu o pasquim. Portanto, <strong>de</strong>s-<br />

<strong>de</strong> a imprensa oficial à oposicionista, todas eram "pequenas" no ta-<br />

manho. Ou seja, formato pequeno, média <strong>de</strong> quatro páginas, lin-<br />

guagem exaltada e escrito quase sempre por uma pessoa só. As<br />

poucas tipografias serviam também como ponto <strong>de</strong> venda, ao lado<br />

das boticas. O jornalista não era categoria profissional: qualquer<br />

letrado, padre, militar, advogado etc, que <strong>de</strong>sejasse atuar na vida<br />

pública, tinha jeito <strong>de</strong> publicar seu pasquim. Era, portanto, uma<br />

imprensa que privilegiava o doutrinário, em prejuízo do factual.<br />

A intenção, quase sempre, era arregimentar para a discussão polí-<br />

tica, preenchendo as enormes dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>comunicação</strong> existen-<br />

tes na época. O apogeu dos pasquineiros foi, justamente, o chama-<br />

do processo da in<strong>de</strong>pendência, que prolongou-se até a década <strong>de</strong> 30<br />

do século passado, com a abdicação do Imperador.<br />

4. SENTINELAS<br />

No dia 9 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1823, quarta-feira. Recife viu nascer o pri-<br />

meiro número da Sentinela da Liberda<strong>de</strong> na Guarita <strong>de</strong> Pernambuco.<br />

Impresso na Tipografia Cavalcante e Companhia, tinha em média<br />

quatro páginas e custava 40 réis, indo a publico quartas e sábados.<br />

Eventualmente saía com oito páginas e o preço também dobrava,<br />

sempre formato <strong>de</strong> 19 cm <strong>de</strong> altura e 13 cm <strong>de</strong> largura. Este jor-<br />

nal teve repercussão em todo o país, como comprovam os manifes-<br />

tos e cartas <strong>de</strong> leitores que chegavam, <strong>de</strong> todas as províncias, <strong>de</strong><br />

norte a sul. O último número, o 65, saiu a 15 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> Í823,<br />

véspera da prisão do redator.<br />

Na quarta-feira 19/11/1823, mesmo encarcerado, Cipriano con-<br />

tinua seu jornal, com o título modificado: Sentinela da Liberda<strong>de</strong><br />

na Guarita <strong>de</strong> Pernambuco, atacada e presa na Fortaleza do Brum<br />

por or<strong>de</strong>m da Força Armada reunida. As autorida<strong>de</strong>s imperiais pas-<br />

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