12.04.2013 Views

demo comunicação e cultura - Centro de Documentação e Pesquisa ...

demo comunicação e cultura - Centro de Documentação e Pesquisa ...

demo comunicação e cultura - Centro de Documentação e Pesquisa ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ça, sem esquecer países da América como México e Peru. O noti-<br />

ciário das Províncias brasileiras era farto, com <strong>de</strong>staque para a<br />

pregação fe<strong>de</strong>ralista. E, ainda, não esquecia as questões locais,<br />

como falta <strong>de</strong> segurança contra ladrões, hospitais sem aparelhagem,<br />

pouca higiene nas ruas, escravos surrados, alistamento militar for-<br />

çado, dificulda<strong>de</strong>s dos pequenos lavradores etc.<br />

Outra faceta pioneira era uma fórmula que ele arranjava <strong>de</strong> ser<br />

correspon<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> guerra, isto é, das Guerras da In<strong>de</strong>pendência, que<br />

ocorreram com centenas <strong>de</strong> mortes na Bahia, Maranhão e Piauí. Re-<br />

cebia cartas <strong>de</strong> soldados e oficiais e as transformava em assunto.<br />

No entanto, a maioria do espaço era <strong>de</strong>dicada a análises da si-<br />

tuação política, on<strong>de</strong> o autor tomava partido e discutia longamen-<br />

te, sempre com a mesma linguagem fluente. Isto não impedia a<br />

gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> poemas, versos e até letras <strong>de</strong> música que ele<br />

colocava em seu jornal.<br />

6. REDE DE COMUNICAÇÃO<br />

"Não pareça estranho a publicação <strong>de</strong>ste periódico com título <strong>de</strong><br />

outro igual na Bahia, pois as Sentinelas <strong>de</strong>vem multiplicar-se". Tal<br />

aviso está na primeira pagina do jornal Sentinela da Liberda<strong>de</strong> do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, <strong>de</strong> 1832. Como se vê, havia um projeto explícito<br />

<strong>de</strong> multiplicar tais veículos, o que efetivamente ocorreu. Assim, no<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, além <strong>de</strong>ste órgão, tivemos: Sentinela da Liberda<strong>de</strong><br />

à beira do mar da Praia Gran<strong>de</strong>, agosto <strong>de</strong> 1823, citado várias vezes<br />

por Cipriano; A Sentinela do Povo, 1855; Sentinela da Liberda<strong>de</strong>, 1869.<br />

No Rio Gran<strong>de</strong> do Sul também surgiram a Sentinela da Liberda<strong>de</strong><br />

na Guarita ao Norte da Barra <strong>de</strong> São Pedro do Sul, com atuação na<br />

Revolta Farroupilha; Sentinela da Liberda<strong>de</strong>, Porto Alegre, 1831. Em<br />

Minas Gerais tivemos a Sentinela do Serro, por Teófílo Otoni, 1830,<br />

que se empenhou pela soltura <strong>de</strong> Barata; e A Sentinela, órgão repu-<br />

blicano, 1892. No Maranhão, a Sentinela Maranhense, 1834, <strong>de</strong> Fer-<br />

reira Lavor, com influência na Cabanagem; e Sentinela da Liberda<strong>de</strong>,<br />

São Luís, 1849. Na Pará uma inconfundível Sentinela Maranhense<br />

na Guarita do Pará, do mesmo Vicente Lavor, 1835. Também no<br />

Ceará, a Sentinela Constitucional, 1830; e a Sentinela Cearense na<br />

Ponta <strong>de</strong> Mucuripe, 1838. Pernambuco: Sentinela da Liberda<strong>de</strong>, 1847,<br />

na Revolta Praieira; Sentinela da República no Estado <strong>de</strong> Pernambu-<br />

co, 1891. Não podia faltar a Bahia, terra <strong>de</strong> Cipriano: Nova Senti-<br />

nela da Liberda<strong>de</strong> na Guarita do Forte <strong>de</strong> São Pedro na Bahia <strong>de</strong><br />

Todos os Santos. Alerta!.'!, <strong>de</strong> 1831, surgiu para dar notícias da pri-<br />

são <strong>de</strong> Cipriano; Sentinela da Liberda<strong>de</strong>, 1871. Fato curiosíssimo, e<br />

ainda não investigado suficientemente, foi o surgimento <strong>de</strong> uma Sen-<br />

tinela da Liberda<strong>de</strong> do Brasil na Guarita <strong>de</strong> Londres, 1825, como<br />

suplemento do Sunday Times, escrita por exilados brasileiros perse-<br />

guidos por D. Pedro I.<br />

Outros periódicos, embora sem o nome <strong>de</strong> Sentinela, vinculavam-<br />

-se à mesma luta política <strong>de</strong> Cipriano, citando diversas vezes o no-<br />

me do panfletário baiano em suas páginas. Entre estes: O Repúblico,<br />

do famoso Borges da Fonseca; Tifis Pernambucano, <strong>de</strong> Frei Caneca;<br />

Nova Luz Brasileira, Rio, 1829; O Tribuno do Povo, Rio, 1831; Btísso-<br />

la da Liberda<strong>de</strong>, 1834; O Brasil Aflito, <strong>de</strong> Clemente José <strong>de</strong> Oliveira,<br />

que foi assassinado em 1833; O Homem <strong>de</strong> Cor, abordando proble-<br />

mas raciais em 1833; O Portacollo, da Bahia, com várias edições <strong>de</strong>-<br />

dicadas a Cipriano; entre muitos outros.<br />

42

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!