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demo comunicação e cultura - Centro de Documentação e Pesquisa ...

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eles em busca das transformações sociais. Segundo Cicília Peruzzo,<br />

"não se trata <strong>de</strong> transpor simplesmente para os movimentos popu-<br />

lares ou sindicais as Relações Públicas que a burguesia criou. Há<br />

que alterá-las. Têm que ser orientadas por nova concepção <strong>de</strong> mun-<br />

do e por nova metodologia. Aqui as Relações Públicas são novas,<br />

são as Relações Públicas Populares que têm como pressuposto a ne-<br />

cessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudar a socieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> construir outra nova, funda-<br />

da na igualda<strong>de</strong>"."<br />

Po<strong><strong>de</strong>mo</strong>s <strong>de</strong>senvolver programas <strong>de</strong> Relações Públicas com di-<br />

versos tipos <strong>de</strong> organizações populares, ou, mais especificamente, em<br />

diferentes movimentos sociais, como, por exemplo, os movimentos<br />

das comunida<strong>de</strong>s eclesiais <strong>de</strong> base, das associações <strong>de</strong> moradores, das<br />

comunida<strong>de</strong>s negras, dos sem-terra, dos que lutam pela reforma<br />

agrária, dos favelados, dos trabalhadores. São microssocieda<strong>de</strong>s que<br />

postulam novos espaços e uma vida humana mais digna e justa, ten-<br />

tando resistir à opressão do po<strong>de</strong>r público e econômico, sobretudo<br />

nos regimes on<strong>de</strong> não há espaço para a <strong><strong>de</strong>mo</strong>cracia.<br />

Regina Festa, que faz interessante relato sobre a evolução dos<br />

movimentos sociais e sobre a <strong>comunicação</strong> popular e alternativa no<br />

Brasil, afirma: "Os movimentos sociais não ocorrem por acaso.<br />

Eles têm origem nas contradições sociais que levam parcelas ou<br />

toda uma população a buscar formas <strong>de</strong> conquistar ou reconquis-<br />

tar espaços <strong><strong>de</strong>mo</strong>cráticos negados pela classe no po<strong>de</strong>r. Essas con-<br />

tradições são as que geram processos <strong>de</strong> resistências em momentos<br />

<strong>de</strong> repressão social, <strong>de</strong> convergência histórica em momentos <strong>de</strong><br />

acumulação <strong>de</strong> forças por parte das oposições, ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>sarticulação<br />

<strong>de</strong>ssas mesmas forças quando as condições internas que as gera-<br />

ram encontram-se incapazes <strong>de</strong> articular uma alternativa histórica.<br />

Portanto, os movimentos sociais existem em socieda<strong>de</strong>s tensionadas<br />

por conflitos <strong>de</strong> interesse entre as classes sociais. Nesse sentido, os<br />

movimentos sociais estruturam-se <strong>de</strong> acordo com a conjuntura, com<br />

interesses <strong>de</strong> grupos específicos, classes ou extrações <strong>de</strong> classes e<br />

em torno <strong>de</strong> projetos alternativos <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>". 18<br />

Além das alternativas aqui expostas, po<strong>de</strong>ríamos, ainda, enume-<br />

rar muitas outras. Basta lembrar o elevado número <strong>de</strong> organiza-<br />

ções sem fins lucrativos (obras assistenciais, orfanatos, centros cul-<br />

turais, museus, escolas e hospitais públicos). São organizações que<br />

mantêm um fluxo intenso dos mais diferentes públicos e que na sua<br />

maioria carecem <strong>de</strong> um serviço eficiente <strong>de</strong> Relações Públicas.<br />

Estamos <strong>de</strong>senvolvendo, com os alunos da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Co-<br />

municação Casper Libero e da Metodista, projetos experimen-<br />

tais <strong>de</strong> Relações Públicas nessa linha. Estamos, por exemplo,<br />

trabalhando com o CVV (<strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Valorização da Vida), a AACD<br />

(Associação <strong>de</strong> Assistência à Criança Defeituosa), a APAE (Associa-<br />

ção <strong>de</strong> Pais e Amigos dos Excepcionais), a APCD (Associação Pau-<br />

lista dos Cirurgiões Dentistas do ABC), o Coral Metodista, o MAC<br />

(Museu <strong>de</strong> Arte Contemporânea da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo). Essas<br />

organizações foram escolhidas pelos próprios alunos, que se sen-<br />

tiram motivados a realizar seus trabalhos <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> curso com<br />

elas. São, na verda<strong>de</strong>, alternativas diferentes dos trabalhos propos-<br />

tos nos projetos empresariais.<br />

Outra área promissora a ser consi<strong>de</strong>rada é a <strong>de</strong> Relações Pú-<br />

blicas no meio rural. Quantas ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>riam ser pensadas<br />

para cooperativas e produtores rurais! Reuniões, produção <strong>de</strong> ví-<br />

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