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Os Sertões - Euclides da Cunha - Mkmouse.com.br

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"D. Sebastião já chegou<<strong>br</strong> />

"E traz muito regimento<<strong>br</strong> />

"Acabando <strong>com</strong> o civil<<strong>br</strong> />

"E fazendo o casamento !<<strong>br</strong> />

"O Anti-Cristo nasceu<<strong>br</strong> />

"Para o Brasil governar<<strong>br</strong> />

"Mas ahi está o Conselheiro<<strong>br</strong> />

"Para delle nos livrar!<<strong>br</strong> />

" Visita nos vem fazer<<strong>br</strong> />

"Nosso rei D. Sebastião.<<strong>br</strong> />

"Coitado <strong>da</strong>quelle po<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

"Que estiver na lei do cão!<<strong>br</strong> />

A lei do cão...<<strong>br</strong> />

Este era o apotegma mais elevado <strong>da</strong> seita. Resumia-lhe o programa.<<strong>br</strong> />

Dispensa todos os <strong>com</strong>entários.<<strong>br</strong> />

Eram, realmente, fragílimos aqueles po<strong>br</strong>es rebelados...<<strong>br</strong> />

Requeriam outra reação. O<strong>br</strong>igavam-nos a outra luta.<<strong>br</strong> />

Entretanto enviamos-lhes o legislador Comblain; e esse argumento único,<<strong>br</strong> />

incisivo, supremo e moralizador - a bala.<<strong>br</strong> />

Mas antes tentou-se empresa mais no<strong>br</strong>e e mais prática.<<strong>br</strong> />

Uma missão aborta<strong>da</strong><<strong>br</strong> />

Em 1895, em certa manhã de maio, no alto de um contraforte <strong>da</strong> Favela,<<strong>br</strong> />

apareceu, ladea<strong>da</strong> de duas outras, figura estranha àqueles lugares. Era um<<strong>br</strong> />

missionário capuchinho.<<strong>br</strong> />

Considerou por instantes o arraial imenso, embaixo. Desceu devagar a<<strong>br</strong> />

encosta.<<strong>br</strong> />

Daniel vai penetrar na furna dos leões ..<<strong>br</strong> />

A<strong>com</strong>panhemo-lo.<<strong>br</strong> />

Seguido de frei Caetano de S. Léu e do vigário do Cumbe, frei João<<strong>br</strong> />

Evangelista de Monte-Marciano passa o rio e abeira-se dos primeiros case<strong>br</strong>es.<<strong>br</strong> />

Alcança a praça desbor<strong>da</strong>nte de povo "perto de mil homens armados de<<strong>br</strong> />

bacamartes, garrucha, facão etc."; e tem a impressão de haver caído, de<<strong>br</strong> />

súbito, no meio de um acampamento de beduínos. Não se lhe entibia, porém, o<<strong>br</strong> />

ânimo blin<strong>da</strong>do pela fortaleza tranqüila dos apóstolos. Passa, impassível, por<<strong>br</strong> />

diante <strong>da</strong> capela, em cuja porta se adensam mais <strong>com</strong>pactos agrupamentos.<<strong>br</strong> />

Envere<strong>da</strong> logo por um beco tortuoso. Atravessa-o, seguido dos <strong>com</strong>panheiros<<strong>br</strong> />

de apostolado. Enquanto às portas os moradores surpreendidos saem a vê-los,<<strong>br</strong> />

"ar irrequieto e o olhar ao mesmo tempo in<strong>da</strong>gador e sinistro, denunciando

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