24.04.2013 Views

soneto

soneto

soneto

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

DE J. X. DE MATOS. 2;I<br />

Aflim pudera eu táo facilmente<br />

Quebrar ,d' alma as prizóes, que envergonhado<br />

Inda arrollando vou por entre a gente.<br />

Asprizóes doces de hum grilháo dourado<br />

Com que Amor , nieus defejos enganando ,<br />

Me fez parecer leve, o que he rezado.<br />

Eu lile fui ao principio repugnando,<br />

Depois-com menos força me efquecia<br />

No milagrofo galo contemplando:<br />

Aflim foi a razáo de dia em dia<br />

Sua virtude natural perdendo,<br />

pois fó pela vontode fe regia:<br />

E qual foberbo tigre, ,que mordendo<br />

Os novos ferros da prizáo que eflranha,<br />

Dcpois já'coftumado os voi lambendo:<br />

'Oefta arte,Amor, que fempre me acornpanha,<br />

Convertendo a violencia em fuavida,de,<br />

Contra quem j'a náo val esforço, e manha.<br />

Comigo faz táo meiga fociedade,<br />

Que lb. por galio de lhe fer captivo ,<br />

BeijO o ,grilháo da mirilla libeldade.<br />

Náo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!