soneto

ACTO SEGUNDO;
Ah que os fufpiros feus já me tem dito
Seus ardentes defejos! Em feus olhos
fures de ternura tenho achado.
Inda guando me lembro da fuave
Converfaçáo, que tive f6 com elle •
Elle os olhos cm mim , eu nelle os olhos;
Inquietos os feus , os rneus turbados,
Julgo que inda lhe lembro, que impoílivel
Sera, que verclacleiro amor náo foiTe;
O feu amigo amor. Náo infra inftante,
Que na minha- memoria o náo retrate:
Náo ha lugar; onde o Amor náo finta,
Que o encontro, que o vejo, que lhe fallo;
E p.6de fer, , Argina, que algum dia
Torne a fazer meus olhos venturoros;
Alegre a trille Itaca, e á viila della
Jure nas minhas rnáos foleninemente
Immortaes votos de huma fé conftante.
Argina.
O coraçáo , Senhora, de hum mancebo
Poucas vezes he firme. Seus,cuidados
Longe de vós cm outro amor fe empregáo.
Ha nas Cortes da Grecia outras bellezas:
A villa dellas, o poder da aufencia,
O feu efquecimento, o feu filencio...
Argina, porque augmentas o meu pranto?.
Das efperanças de tornar a vello
Náo me tires o gofio. Grandes Deofes!
Vós, que tudo podeis ,
O meta Principe amado ; providentes
Sal-