24.04.2013 Views

soneto

soneto

soneto

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

.206 PENELOPE. TRAGEDIA<br />

Que tem amor? E que efperar o devo h í<br />

Ah! Que die ingrato, fe de mina me lembra;<br />

Será para abular da fé devida<br />

A' minha exemplarillima conftancia !<br />

De hutna Efpofa fiel zomba , e fe efquece<br />

Entre novos cuidados: O meo pranto,<br />

Os meus fufpiros, e os meus ais augmentáo<br />

O feu doce prazer: Em mim os dias<br />

Sáo feculos de pena, e nelle os annos<br />

Sáo momentos de gofio: Ao mefino tempo<br />

Táo contrarios afredos nos defunem,<br />

Táo pequena diftancia nos fepara.<br />

Ericlea.<br />

Porque accufais, Senhora , o voffo Efpofo,<br />

Qgando torna fiel aos votTos braços?<br />

Penelope.<br />

Ai , Ericlea, que me enganáo todos!<br />

Já nelles eftaria, fe 011tPás laços<br />

De amor o náo prendeffem. Sim , Oliffes!<br />

Ten Pai quafi que e fpira de trifteza,<br />

Mais que do pezo da cruel velhice:<br />

Tua Mái defgraçada , ouvindo apenas<br />

Tua perda fatal, entre os meus braços<br />

0,113fi desfalecidos , encoftando<br />

Sobre efte peito a languida cabeça<br />

Perdeo a trille vida. A rua aufencia<br />

Arruinou I taca; mas teu finto,<br />

O reo unico finto I O vircuofo,<br />

O amavel Telemaco , que boje perde<br />

0,throno , e a vida, elle, filho ao menos<br />

Okigar-te pudera: Tu,devias<br />

vo-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!