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soneto

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?54<br />

RIMAS<br />

Náo cuides, Ninfa , náo, que da memoria<br />

Rifeaf mais fe poffa huma viecoria,<br />

Que Amor a vez primeira celebrara;<br />

Bern que depois cm mágoa fe trocara:<br />

Inda tenho prefente<br />

De mens dias o ¿ja mais contente:<br />

Inda me lembráo os piedofos ais,<br />

Os gefios, as palavras, os finaes,<br />

As brandas petiç6es, os juramentos<br />

Em tim os narnorados movimentos,<br />

Com que ora examinando os olhos bellos;<br />

Ora enfeitando os lucidos cabellos,<br />

Toquei a face pura,<br />

Onde Fiora miftura<br />

A branca, e a roxa cór da madrugada.<br />

Ah Ninfa delicada!<br />

Todas citas razóes, fe me acreditas,<br />

,Vivem , e viverá6 nefla,alma efcricas!<br />

Eflas as caufas sáo do meu defgofio,<br />

Que me vem fempre na afflicçáo do rofto:<br />

Ellas continuas lagrimal, que chóro,<br />

Eafcem do que recelo, e do que adoro:<br />

Olio cm fim para ti i - e guando meço<br />

Entre nt'is as diffancias , efmoreço:<br />

Vejo que es !turna Ninfa celebrada,<br />

E das mais altas prendas adornada<br />

Eu hurn Paftor fem nome, que fe attenda,<br />

Sem parte, fem razáo, que me defenda:<br />

Tu

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