EATI N ’OUT
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A NOVA LÍNGUA DAS CARNES<br />
As novas expressões que chegam das grelhas internacionais<br />
e trazem a rota da melhor carne do mundo ao Brasil<br />
Pedro Mello e Souza<br />
“A superfície é dourada e se mantém crepitante; a lâmina da faca desce fácil e suave; e o paladar invade a boca, em um<br />
complexo de texturas finas, de suculência perfumada e de aromas e sabores intensos e elegantes. Já na primeira garfada,<br />
o comensal para por alguns segundos e fecha os olhos. E reabre rápido, ávido pelo segundo bocado de um autêntico ícone<br />
culinário”. Esta é uma experiência descrita por um gourmet experiente, diante de um “tapa de cuadril", uma das formas dos<br />
argentinos se referirem à picanha. .<br />
Como traduzir uma picanha para um turista? Não tem como. Eles não têm isso. Picanha, só aqui. E não importa se ele é um<br />
vizinho argentino ou uruguaio. Ou um viajante mais distante como um americano ou francês. Seus equivalentes terão um<br />
formato totalmente diferente do nosso, inclusive no paladar. O fato é que os cortes de carnes variam de país para país – na<br />
Itália, de região para região – e as equivalências são feitas por aproximação, entre os comerciantes. Ou por simpatia, entre<br />
os gourmets.<br />
É o que se nota com a chegada de uma série de cortes que eram raros ou inexistentes aqui antes da virada do século.<br />
Chegaram com as carnes dos pampas, com os matambres de entradas e os anchos do corte principal. Ou dos Estados<br />
Unidos, com os prime ribs e, mais recentemente, os rib-eyes. E juntam-se a expressões francas e itálicas, das bavettes aos<br />
ossobuccos. Para ententer algumas delas, recorremos à Enciclopédia dos Sabores para mostrar, em qualquer língua, o que<br />
é que as carnes têm.<br />
Foto: Ana Branco<br />
OS QUE ESTAMOS CONHECENDO:<br />
• Angus<br />
Raça escocesa de bois de envergadura<br />
menor e chifres pequenos, quase<br />
ridículos. Mas tem a carne superior<br />
e muito pura - foi a menos usada em<br />
cruzamentos com outras raças, para<br />
evitar desvios de qualidade e de<br />
autenticidade. Mas gerou variações<br />
como o black e o cobiçado red angus,<br />
além do brangus, comum aqui – mas o<br />
bra não é de Brasil, como se arvoram<br />
os patriotas. É de brâmane, origem da<br />
raça zebu.<br />
• Assado de tira<br />
Muito saboroso, rico, intenso, é o<br />
prolongamento daquela costela que<br />
costuma ser assada lentamente. No ser<br />
humano, é encontrada ao longo de onde<br />
caem os braços, onde costumamos<br />
sentir cócegas. É vizinho do prime rib,<br />
Acima, o prime-rib crepitando na grelha do Giuseppe Grill. Na página anterior<br />
o rump cap, que, no Esplanada Grill, será sempre picanha.<br />
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