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Anais da VI Jornada de Iniciação Científica (JINC) - Embrapa ...

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<strong>JINC</strong> – 6ª Jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> Iniciação Científica <strong>Embrapa</strong>SIPEX – II Seminário <strong>de</strong> Pesquisa e Extensão <strong>da</strong> UnC25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2012 – Concórdia/SCO COMPORTAMENTO DOS ADOLESCENTES INFRATORES EM RESPOSTA ÀS SANÇÕESJUDICIAIS COMO UM DOS FATORES DA REINCIDÊNCIAGoe<strong>de</strong>rt, D.¹*; Fediuk, M. M.²¹Graduando em Psicologia pela Fun<strong>da</strong>ção Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Contestado, Campus Canoinhas, Núcleo <strong>de</strong> Porto União.E-mail: <strong>da</strong>nielly_goe<strong>de</strong>rt@hotmail.com²Professora Orientadora <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Contestado, Campus <strong>de</strong> Canoinhas, Núcleo <strong>de</strong> Porto União.Palavras-chave: adolescente, ato infracional, medi<strong>da</strong>s sócio educativas.IntroduçãoA importância <strong>de</strong> se observar a reação dos adolescentesao serem repreendidos por cometerem algo que foge asnormas legais <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, se dá em função docrescente número <strong>de</strong> <strong>de</strong>linquência juvenil, que vemocorrendo ca<strong>da</strong> vez mais cedo. É importante observar areação <strong>de</strong>stes adolescentes para saber se a punição quelhes é atribuí<strong>da</strong> consegue incutir o sentimento <strong>de</strong> medo,<strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, enfim, se efetivamente faz com oadolescente não volte a cometer infrações, ou se estesimplesmente ignora a advertência e continua a cometeratos infracionais.De acordo com Ranña (1), os fatores que levam oadolescente a cometer um ato infracional po<strong>de</strong>m serdiversos e ca<strong>da</strong> caso tem sua particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>. Porém, osmais comuns são falta <strong>de</strong> autori<strong>da</strong><strong>de</strong> dos pais, ausência<strong>de</strong> um dos cui<strong>da</strong>dores (pai ou mãe), falta <strong>de</strong> carinho eestímulo, situação financeira precária, falta <strong>de</strong>oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> frequentar a escola e, sobretudo aviolência <strong>de</strong>ntro e fora <strong>de</strong> casa.Knobel (2), <strong>de</strong>staca que a adolescência é um períodobastante turbulento <strong>de</strong>vido o fato <strong>de</strong> estarem acontecendomuitas mu<strong>da</strong>nças, tanto físicas quanto psicológicas, navi<strong>da</strong> do adolescente. Portanto, é natural que ajamconflitos com a família e o grupo social no qual estáinserido. No entanto, quando estes conflitos <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong>ser uma conduta <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> e tornam-se maisfrequentes e graves, po<strong>de</strong>m vir a constituir crimes ou atése transformarem em patologias.Contudo é pertinente saber: Como os adolescentesreagem frente à sanção/advertência em razão docometimento <strong>de</strong> um ato ilícito?Materiais e MétodosA pesquisa foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> com onze adolescentes emconflito com a lei, durante suas audiências <strong>de</strong>apresentação, no Fórum <strong>da</strong> Comarca <strong>de</strong> uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> doNorte Catarinense.O roteiro <strong>de</strong> observação foi construído <strong>de</strong> forma semiestrutura<strong>da</strong>e continha <strong>de</strong>zenove questões relaciona<strong>da</strong>sao tema, que eram respondi<strong>da</strong>s pela pesquisadora no<strong>de</strong>correr <strong>da</strong> audiência.Resultados e DiscussõesDurante as audiências <strong>de</strong> apresentação e apuração <strong>de</strong>atos infracionais, os atos ilícitos observados foram furto,roubo, agressão, briga na rua e na escola.Quando se tratava <strong>da</strong> confirmação dos adolescentesacerca dos atos ilícitos cometidos, gran<strong>de</strong> parte negava oacontecido, relatando <strong>de</strong>sconhecer o motivo <strong>de</strong> estar ali.Os adolescentes em questão apresentavam faixa etáriaentre 15 e 18 anos, na sua maioria, vinham <strong>de</strong> umareali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sditosa, moravam em bairros violentos, nãofrequentavam a escola, trabalhavam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cedo, gran<strong>de</strong>parte dos adolescentes conviviam com a ausência <strong>de</strong> pelo98menos um dos pais e em alguns casos o cui<strong>da</strong>dor era aavó, o avô, a irmã, etc. Uma quantia consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong>ssesadolescentes fazia o uso <strong>de</strong> drogas, e apenas um dosonze era do sexo feminino.No Brasil, um levantamento (3) aponta essa a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>afirmando que dos adolescentes autores <strong>de</strong> atoinfracional: 90% são do sexo masculino, 76% tem i<strong>da</strong><strong>de</strong>entre 16 e 18 anos, 51% não frequentam a escola, 81%vivem com a família, 85,6% são usuários <strong>de</strong> drogas, 57%são autores <strong>de</strong> ato infracional “contra o patrimônio” e25,5% “contra pessoas e/ou costumes”.A medi<strong>da</strong> sócio educativa mais aplica<strong>da</strong> foi a advertência,utiliza<strong>da</strong> em quase todos os casos, soma<strong>da</strong> ou não aoutra medi<strong>da</strong> sócio educativa. Quando na necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>aplicação <strong>da</strong> advertência o Promotor se dirigia aoadolescente explicando-lhe a gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> do ato ilícitocometido por ele e lembrando-lhe <strong>da</strong>s consequências queato cometido po<strong>de</strong>ria repercutir na vi<strong>da</strong> <strong>de</strong>le e nasocie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Outra medi<strong>da</strong> sócio educativa aplica<strong>da</strong> emgran<strong>de</strong> parte dos casos foi a prestação <strong>de</strong> serviço acomuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, nos períodos <strong>de</strong> 1 a 3 meses.Além <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s sócio educativas aplica<strong>da</strong>s, em algunscasos, foi <strong>de</strong>terminado ao adolescente sua matricula naescola; a internação em uma clínica <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong><strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes químicos; bem como a providência <strong>de</strong>doação <strong>de</strong> roupas e sapatos aos mais carentes.A reação dos adolescentes frente à advertência/ sançãoapós o cometimento do ato ilícito foi praticamente amesma em to<strong>da</strong>s as audiências. Na maior parte doscasos os adolescentes agiam <strong>de</strong> forma natural, sendo queapenas alguns <strong>de</strong>monstravam estar atentos aosquestionamentos. Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>les não aparentava <strong>da</strong>ra <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> importância ao que estava sendo colocado nahora <strong>da</strong> advertência, <strong>de</strong>sviando o olhar para outros pontos<strong>da</strong> sala <strong>de</strong> Audiência.ConclusõesFoi possível observar o <strong>de</strong>scaso dos adolescentes nomomento em que estavam sendo aplica<strong>da</strong>s às medi<strong>da</strong>ssócio educativas. Tal constatação leva a crer que esteseja um dos fatores que fomentem a reincidência entre osadolescentes em conflito com a lei.Referências1. RANÑA, Wagner. Os <strong>de</strong>safios <strong>da</strong> adolescência. ViverMente & Cérebro. São Paulo: Duetto, ed. 155 p.42-49,mensal, <strong>de</strong>z. 2005.2. KNOBEL, Maurício. A síndrome <strong>da</strong> adolescêncianormal em ABERASTURY, Armin<strong>da</strong>, KNOBEL,Maurício. Adolescência normal. Porto Alegre: ArtesMédicas, 1981.3. BRASÍLIA, Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Psicologia. BancoSocial <strong>de</strong> Serviços em Psicologia. Relatório Final doProjeto: Medi<strong>da</strong>s Sócio Educativas em Meio Aberto “OAdolescente e o Futuro: Nenhum a Menos”. Brasília,2005.

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