<strong>JINC</strong> – 6ª Jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> Iniciação Científica <strong>Embrapa</strong>SIPEX – II Seminário <strong>de</strong> Pesquisa e Extensão <strong>da</strong> UnC25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2012 – Concórdia/SCMACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS COMO BIOINDICADORES DA QUALIDADE DAÁGUA DO LAJEADO SALVADOR CONCÓRDIA - SCSilveira, S.¹*; Mass, E. P.²; Araldi – Favassa, C. T. 3 ; Oliveira, A. G. P. <strong>de</strong> 3¹ Graduan<strong>da</strong> em Ciências Biológicas pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Contestado, Campus Concórdia, Bolsista CNPQ/IC na<strong>Embrapa</strong> Suínos e Aves. E-mail: sa-se-si@hotmail.com² Estu<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> Escola <strong>de</strong> Educação Básica Professor Olavo Cecco Rigon3Professora do Curso <strong>de</strong> Ciências Biológicas <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Contestado, Campus ConcórdiaPalavras-chave: bioindicadores, índices biológicos, macroinvertebrados bentônicos.IntroduçãoO crescimento populacional, juntamente com o acelerado<strong>de</strong>senvolvimento econômico vem provocando uma série<strong>de</strong> problemas aos recursos naturais, em especial à água.Pois, acarretam em alterações ecológicas e químicas queconduzem o <strong>de</strong>sequilíbrio <strong>da</strong> flora e fauna. Como porexemplo, a diminuição no número <strong>de</strong> indivíduos e aextinção <strong>de</strong> espécies. Medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong>vemser elabora<strong>da</strong>s e emprega<strong>da</strong>s para avaliar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>água, verificando e constatando as fontes poluidoras e,posteriormente, estratégias conservacionistas. Um dosmétodos mais eficazes é a utilização <strong>de</strong> bioindicadores,como os macroinvertebrados bentônicos (4). O objetivo<strong>de</strong>ste trabalho foi conhecer a composição <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> macroinvertebrados bentônicos do Lajeado Salvador,Concórdia, SC.Materiais e MétodosOs invertebrados foram coletados em três pontos, emjulho <strong>de</strong> 2012, com o coletor tipo surber, e conduzidos aolaboratório para triagem e i<strong>de</strong>ntificação, com auxílio <strong>de</strong>chaves-dicotômicas. Segundo metodologia <strong>de</strong>scrita porSilveira, Queiroz e Boeira (5). Foram calculados osvalores <strong>de</strong> riqueza, abundância, similari<strong>da</strong><strong>de</strong> pelo índice<strong>de</strong> Jaccard, e diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> pelo índice <strong>de</strong> Shannon-Wiener,<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> ponto.Resultados e DiscussõesAo todo foram coletados doze organismos pertencentes atrês táxons. Os resultados sobre a composição <strong>da</strong>comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> macroinvertebrados bentônicos nos 3pontos, bem como os valores <strong>da</strong> abundância, riqueza eíndice <strong>de</strong> Shannon- Wiener encontram-se disponíveis natabela 1 e na figura 1. Os organismos <strong>da</strong> famíliachironomi<strong>da</strong>e são chamados <strong>de</strong> resistentes, porque sãotolerantes à poluição. Os organismos <strong>da</strong> or<strong>de</strong>mtrichoptera são ditos sensíveis, pois são intolerantes àpoluição. As planárias (filo platelmintes, classe turbelária)são sensíveis tanto à poluição orgânica, quanto asmodificações estruturais do ambiente (3). O ponto 1apresentou maior abundância e riqueza. Sendo que foi oúnico ponto que apresentou valor no índice <strong>de</strong> Shannon –Wiener. Nenhum dos pontos correlacionados apresentousimilari<strong>da</strong><strong>de</strong>. Como o ponto 1 apresentou valor no índice<strong>de</strong> Shannon-Wiener inferior a 1,8, é dito como ambiente<strong>de</strong> baixa diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> (4).Tabela 1: Composição <strong>de</strong> macroinvertebrados bentônicosPonto 1 Ponto 2 Ponto 3Filo Platelmintes. ClasseTurbellaria6 0 0Or<strong>de</strong>m Trichoptera1 0 0Or<strong>de</strong>m Diptera. FamíliaChironomi<strong>da</strong>e 0 0 5Fig. 1. Abundância, riqueza, diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>A pluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong> (92 mm) (2) que ocorreu durante os 10dias que antece<strong>de</strong>ram a coleta provocou o fenômenochamado <strong>de</strong> drift, que é responsável pelo carreamentodos invertebrados, resultando em um <strong>de</strong>créscimo nadiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> e na abundância (1).ConclusõesOs <strong>da</strong>dos obtidos na pesquisa não foram suficientes parafazer uma análise <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, também não sepo<strong>de</strong> afirmar que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s antrópicas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>sna área pesquisa<strong>da</strong> influenciam na diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>macroinvertebrados bentônicos, pois a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>chuva nos dias que antece<strong>de</strong>ram a coleta possivelmentecausou a diminuição drástica do número <strong>de</strong> organismos.Este trabalho se caracteriza como um estudo preliminar.Para obtenção <strong>de</strong> melhores resultados torna-senecessário um maior número <strong>de</strong> coletas e em estaçõesdiferentes.Referências1. CARVALHO, E. M. DE; UIEDA, V. S. Colonização pormacroinvertebrados bentônicos em substrato artificiale natural em um riacho <strong>da</strong> serra <strong>da</strong> Itatinga, SãoPaulo, Brasil. Revista brasileira <strong>de</strong> zoologia. v. 2. n.21. p. 287 – 293, jun 2004.2. EMBRAPA. Dados climatológicos obtidos nomunicípio <strong>de</strong> Concórdia, SC, no mês <strong>de</strong> julho <strong>de</strong>2012. Disponível em:http://www.cnpsa.embrapa.br/meteor>. Acesso em 12ago 2012.3. GOULART, M. D. C; CALLISTO, M. Bioindicadores <strong>de</strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água como ferramenta em estudos <strong>de</strong>impacto ambiental. Revista <strong>da</strong> FAPAM, n. 2, 2003.4. HEPP, L. U. Fauna <strong>de</strong> invertebrados aquáticos nabacia hidrográfica do rio Jacutinga, Jacutinga –RS. 2005. f. 91. Dissertação (mestrado em ciênciasbiológicas) – curso <strong>de</strong> pós-graduação em ciênciasbiológicas. UFSM. Santa Maria, RS.5. SILVEIRA, M. P; QUEIROZ, J. F. DE; BOEIRA, R. C.Protocolo <strong>de</strong> coleta e preparação <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong>macroinvertebrados bentônicos em riachos.Jaguariúna, SP: <strong>Embrapa</strong> Meio Ambiente,Comunicado técnico 19, 2004.26
<strong>JINC</strong> – 6ª Jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> Iniciação Científica <strong>Embrapa</strong>SIPEX – II Seminário <strong>de</strong> Pesquisa e Extensão <strong>da</strong> UnC25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2012 – Concórdia/SCAVALIAÇÃO DE UM TESTE DE IMUNOCROMATOGRAFIA PARA A DETECÇÃO DO VÍRUSINFLUENZA A EM SUÍNOSSilveira, S.¹*; Gava, D.²; Schaefer, R.²; Schiochet, M. F.²; Simon, N.²; Zanella, J. R. C.²¹Graduan<strong>da</strong> em Ciências Biológicas pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Contestado, Campus Concórdia, Bolsista CNPQ/IC na<strong>Embrapa</strong> Suínos e Aves. E-mail: sa-se-si@hotmail.com²<strong>Embrapa</strong> Suínos e AvesPalavras-chave: influenza suína, RT-PCR em tempo real, teste <strong>de</strong> imunocromatografia.IntroduçãoO vírus influenza A em suínos (SIV) causa uma doençarespiratória, infecciosa e agu<strong>da</strong>, a influenza suína (SI) (8).A SI cursa com alta morbi<strong>da</strong><strong>de</strong> (até 100%) e baixamortali<strong>da</strong><strong>de</strong> (cerca <strong>de</strong> 2%), tem início súbito edisseminação rápi<strong>da</strong> em um rebanho não imune. Emsurtos típicos, os animais apresentam febre, tosse,espirros, dispneia e secreção nasal seromucosa. Atransmissão viral acontece diretamente <strong>de</strong> animal paraanimal, através <strong>de</strong> gotículas ou aerossóis que atingem avia nasofaríngea (4). O uso <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> diagnóstico acampo, que sejam sensíveis, específicos, rápidos, <strong>de</strong> fácilexecução e interpretação, traz benefícios para a toma<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão sobre o tratamento dos suínos e para ocontrole <strong>da</strong> infecção. Muitos testes <strong>de</strong> diagnóstico in vitro,que po<strong>de</strong>m ser aplicados a campo, estão sendo utilizadospara a <strong>de</strong>tecção do SIV, e baseiam-se no princípio <strong>de</strong>imunocromatografia, no qual a reação antígeno-anticorpoé concentra<strong>da</strong> em uma única fase sóli<strong>da</strong>, manti<strong>da</strong> atemperatura ambiente (1,2). O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi aavaliação <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong> imunocromatografia para a<strong>de</strong>tecção do vírus influenza A em suínos.Materiais e MétodosEm uma granja com sinais clínicos típicos <strong>de</strong> SI foramcolhi<strong>da</strong>s, com o uso <strong>de</strong> suabes nasais, 20 amostras <strong>de</strong>secreção nasal <strong>de</strong> suínos com 35 a 58 dias <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Asamostras foram testa<strong>da</strong>s na granja pelo teste <strong>de</strong>imunocromatografia e, após o teste, as amostras foramcoleta<strong>da</strong>s em meio <strong>de</strong> transporte (MEM) e envia<strong>da</strong>s aolaboratório <strong>de</strong> virologia <strong>da</strong> <strong>Embrapa</strong> Suínos e Aves. Nolaboratório, as amostras foram testa<strong>da</strong>s por qRT-PCR(transcrição reversa - reação em ca<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> polimerase emtempo-real quantitativa) para <strong>de</strong>tecção do vírus influenzaA. As amostras positivas por qRT-PCR foram inocula<strong>da</strong>sem ovos embrionados <strong>de</strong> galinhas SPF (livres <strong>de</strong>patógenos específicos) para isolamento viral.Resultados e DiscussõesNenhuma amostra foi positiva pelo teste <strong>de</strong>imunocromatografia. Porém, duas <strong>da</strong>s 20 amostras forampositivas por qRTPCR e uma <strong>de</strong>stas foi positiva noisolamento viral (tabela 1). Estes resultados discor<strong>da</strong>m <strong>da</strong>pesquisa realiza<strong>da</strong> pelos fabricantes do kit <strong>de</strong> diagnósticorápido por imunocromatografia, a qual relata uma altasensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> (93,5%) e alta especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> (100%) domesmo (6). Alguns estudos mostram que testes <strong>de</strong>imunocromatografia são menos sensíveis em comparaçãocom a RT-PCR (1), entretanto, outros trabalhos relatamuma alta sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stes testes (3,7). A sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>dos testes <strong>de</strong> imunocromatografia po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> acordocom a carga viral presente nas amostras testa<strong>da</strong>s. Ouseja, caso as amostras tenham sido colhi<strong>da</strong>s no final <strong>da</strong>fase agu<strong>da</strong> <strong>da</strong> infecção, o resultado do teste po<strong>de</strong> ser umfalso-negativo, em função <strong>da</strong> baixa carga viral presente naamostra, mas o ácido nucleico viral ain<strong>da</strong> po<strong>de</strong> ser<strong>de</strong>tectado por RT-PCR (5). Entretanto, <strong>da</strong>s duas amostraspositivas na qRT-PCR, uma amostra foi isola<strong>da</strong> em ovos,e não <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong> pelo teste <strong>de</strong> imunocromatografia,sugerindo uma baixa sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do teste ou que esteteste não <strong>de</strong>tecte amostras <strong>de</strong> SIV que circulam no Brasil,uma vez que este kit <strong>de</strong> diagnóstico foi produzido etestado com amostras <strong>de</strong> vírus influenza que circulam naEuropa (6).Tabela 1. Resultadospositivo / totalimunocromatografia 0/20qRT-PCR influenza A 2/20isolamento viral 1/2ConclusõesO teste <strong>de</strong> imunocromatografia não <strong>de</strong>tectou nenhumaamostra positiva para SIV, porém, duas amostras forampositivas por qRT-PCR e uma foi isola<strong>da</strong> em ovosembrionados. Apesar <strong>de</strong> terem sido avalia<strong>da</strong>s umpequeno número <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> suínos, o teste foiconsi<strong>de</strong>rado pouco sensível uma vez que não i<strong>de</strong>ntificoucomo positivas amostras que apresentavam uma altacarga viral. Deve-se acrescentar ain<strong>da</strong> que para o melhor<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> diagnóstico para SIV, assecreções nasais <strong>de</strong> suínos <strong>de</strong>vem ser colhi<strong>da</strong>s durante afase agu<strong>da</strong> <strong>da</strong> doença, nos primeiros 4 a 6 dias <strong>de</strong>infecção, pois, consiste na fase <strong>de</strong> maior excreção viral(9).Referências1. AL JOHANI, S. M et al. Validity of two rapid point of careinfluenza tests and direct fluorescence assay in comparisonof real time PCR for swine of origin influenza virus. Journalof Infection and Public Health, v. 4, p. 7 – 11, 2011.2. CHAN, K. H et al. Analytical sensitivity of rapid influenzaantigen <strong>de</strong>tection tests for swine-origin influenza virus(H1N1). Journal of Clinical Virology, v. 45, p. 205 – 207,2009.3. CHEN, Y et al. A rapid test for the <strong>de</strong>tection of influenza Avirus including pan<strong>de</strong>mic influenza A/H1N1 2009. Journal ofClinical Virology, v. 167, p. 100 – 102, 2010.4. FLORES, E. F. Virologia veterinária. Santa Maria, RS:UFSM, 2007.5. GHEBREMEDHIN, B et al. Comparison of the performance ofthe rapid antigen <strong>de</strong>tection actim influenza A&B test and RT-PCR in different respiratory specimens. Journal of MedicalMicrobiology, v. 58, p. 365 – 370, 2009.6. LAMICHHANE, C et al. Performance of the FLuDETECT®antigen test kit for rapid on-farm <strong>de</strong>tection of swineinfluenza virus. In: INTERNATIONAL PIG VETERINARYSOCIETY CONGRESS, 22 nd , 2012, Jeju, Korea.7. MORENO, D. N. S et al. Comparison of two diagnosticmethods for the <strong>de</strong>tection of the porcine influenza virus.Veterinaria México, v. 41, n. 1, p. 45 – 58, 2010.8. REETH, K. V et al. Influenza virus. In: ZIMMERMAN, J. J etal. Diseases of swine. 10. ed. Ames, Iowa, Estados Unidos:John Wiley & Sons, 2012. cap. 40. p. 557–571.9. SWENSON, S. L et al. A comparison of diagnostic assays forthe <strong>de</strong>tection of type A swine influenza virus from nasalswabs and lungs. Journal of Veterinary DiagnosticInvestigation, v. 13, p. 36–41, 2001.27