07.02.2017 Views

Volume 3 - Jonas Mekas - Via: Ed. Alápis

Jonas Mekas

Jonas Mekas

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Movie Journal<br />

Apresentamos aqui uma seleção de textos publicados na coluna “Movie<br />

Journal”, que <strong>Jonas</strong> <strong>Mekas</strong> manteve entre o final de 1958 e meados de<br />

1971 no jornal independente nova-iorquino Village Voice. Cada vez<br />

mais envolvido com o cinema de vanguarda, <strong>Mekas</strong> usará a coluna para<br />

defender filmes normalmente condenados à invisibilidade pela crítica,<br />

distribuidores, censura e salas de cinema, que recusavam-se a projetá-<br />

-los ou a falar sobre eles. Foram raras, quase inexistentes, as críticas ou<br />

análises de filmes propriamente ditas, em geral tratavam-se de cantos<br />

de louvor ou manifestos entusiasmados. Entendendo que seu papel<br />

seria o de cuidar de um cinema ainda frágil, nascente, ele usa a coluna<br />

para defender o novo cinema, ajudando-o a fortalecer-se. Olhando<br />

retrospectivamente para o período, <strong>Mekas</strong> dirá que sentiu a obrigação<br />

de pegar uma espada e improvisar-se como “ministro da defesa e da<br />

propaganda do Novo Cinema Americano”. Em <strong>Mekas</strong> a metáfora militar<br />

comum às vanguardas encontra uma outra mais ligada à vida que à<br />

morte: a parteira. No prefácio da publicação com a reunião de suas crônicas<br />

para a “Movie Journal” 1 , ele escreve: “Aqueles que dão à luz ou<br />

que criam obras de arte estão muito vulneráveis no momento do nascimento.<br />

É por isso que os animais se escondem em lugares inacessíveis<br />

quando vão parir: eles também tentam se colocar o mais longe possível<br />

dos críticos de cinema. (...) rapidamente eu abandonei o chapéu de crítico<br />

para me tornar praticamente uma parteira”.<br />

O “Movie Journal” cobre a década mais rica e fértil para o cinema<br />

de vanguarda norte-americano e constitui um documento excepcional<br />

do período – talvez, equivalente apenas aos próprios filmes de <strong>Mekas</strong>.<br />

Ao longo dos textos, acompanhamos todos os movimentos e etapas<br />

pelas quais passou esse cinema naquela década: a primeira fase (1959-<br />

1963) de uma tendência mais realista, com os novos caminhos abertos<br />

por Shadows (John Cassavetes, 1959), Pull My Daisy (Alfred Leslie e<br />

55<br />

1 MEKAS, <strong>Jonas</strong>. Movie Journal: The Rise of The New American Cinema. Nova York: Macmillan, 1972.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!